Há alguns anos, as crises de refugiados pareciam, para as pessoas comuns – e não ligadas intimamente ao problema – ser questões para os livros de história, distantes do cotidiano.
O drama da realidade diária dos refugiados, atualmente potencializado pelas crises humanitárias e guerras civis em diversos países como Síria, Sudão do Sul, Mianmar, Congo e região palestina, tornou a discussão muito mais próxima. É assunto de conversar cotidianas, notícias constantes e até de políticas ascendentes de governos resistentes a pactos migratórios.
De olho nesta causa, produtores culturais de Curitiba promovem um evento em prol do intercâmbio cultural e, acima de tudo, de ajuda aos refugiados no Brasil.
É o Be.Cause: Campanha de Ajuda Humanitária, evento que acontece no dia 16 de fevereiro. A página da atração no Facebook descreve-a como “uma troca intercultural com arte, música, dança, exibições de curtas-metragens, roda de conversas, feira de artesanato e barraquinhas com alimentação realizada por refugiados e imigrantes no Paraná.”
Como vai ser o evento
A programação abrange diferentes manifestações culturais, sendo que os lucros obtidos serão revertidos à causa social. Devem acontecer: exposições de pintura, fotografia, instalações e gravuras; shows e performances musicais; venda de comidas; e rodas de bate-papo.
Para quem deseja ajudar mas não pode fazê-lo financeiramente, também é possível trabalhar como voluntário no dia.
Os artistas que participam da exposição de artes visuais são: Bruno Santos (fotografia), Brunno Covello (fotografia), Michele Bravos (fotografia), Isabelle Mesquita (instalação), Marlon Anjos (pintura), Ricardo Durski (litografia), Vivien Zanlorenzi (pintura).
Será possível adquirir os trabalhos expostos, além de comprar comidas e bebidas e realizar doações no local. De acordo com a organização do evento, tudo o que for obtido, em materiais ou dinheiro, será destinado à compra de materiais escolares para crianças refugiadas do Paraná e para captação de recursos para atendimento aos refugiados do Paraná e Roraima.
Para quem deseja ajudar mas não pode fazê-lo financeiramente, também é possível trabalhar como voluntário no dia.
Vale dizer também que o evento é organizado por uma parceria entre a produtora Asteroide e as ONGs Os Samaritanos e Lynion Global Workers, com apoio da Editora Collaborativa.
Mais informações, como a programação completa, horários e todas as participações podem ser conferidas na página do evento. A entrada é gratuita.
Mais sobre a realidade de refugiados
A Agência da ONU para Refugiados, a ACNUR, define o refugiado como “pessoa que foi forçada a deixar seu país de origem e requer proteção internacional devido ao risco de violência ou perseguição caso voltasse para casa. Isso inclui pessoas que fogem de guerras. (…) Uma pessoa pode obter o status de refugiado solicitando-o individualmente. Em casos de grande afluência, o status pode ser concedido prima facie (imediatamente). Os refugiados não podem regressar ao seu país de origem, a menos que seja estritamente um retorno voluntário”.
Atualmente, a ACNUR considera que aproximadamente 68,5 milhões de pessoas vivem em condição de refúgio. Em 2017 apenas, mais de 16,2 milhões de pessoas tiveram de se refugiar pela primeira vez, ou, deslocar-se novamente sob uma condição de refúgio. Já faz cinco que o recorde do número de refugiados é quebrado anualmente.
No Brasil, 33.866 pessoas solicitaram reconhecimento de condição de refugiados apenas em 2017. Venezuelanos, cubanos, haitianos e angolanos estão entre os principais a pedir refúgio. Os estados que mais recebem pessoas são Roraima, São Paulo e Amazonas, respectivamente.
SERVIÇO | Be.Cause: Campanha de Ajuda Humanitária
Quando: Sábado, 16 de fevereiro de 2019, das 15h às 22h;
Onde: Asteroide, Rua Flávio Dallegrave, 2661, Hugo Lange, Curitiba/PR;
Quanto: Gratuito.
