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Home Literatura Contracapa

Stanislaw Lem e a máquina que criou o nada

A partir do conto "Como o mundo foi salvo", de Stanislaw Lem, um olhar sobre um humanista descrente da humanidade, inventores e um jogo famoso.

Luiz Henrique Budant por Luiz Henrique Budant
14 de maio de 2018
em Contracapa
A A
Stanislaw Lem e a máquina que criou o nada

Imagem: Reprodução.

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O polonês Stanisław Lem (1921-2006) é um dos nomes centrais da ficção científica. Autor de diversíssimos romances, ciclos de contos e ensaios filosóficos, Lem aborda, em várias de suas obras, lugares “muito distantes” do universo onde os humanos são monstros e as máquinas, apesar de implacavelmente lógicas, são dotadas dos sentimentos que nos constituem como humanos.

Lem escreve em um mundo que já havia visto o quão deletéria a técnica poderia ser e viveu numa parte do mundo que viu o homicídio em escala industrial e a burocratização do assassinato; talvez, por isso mesmo, possa-se dizer que era um humanista descrente da humanidade. Humanos? Monstros. Então vida longa aos robôs!

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Em “Como o mundo foi salvo”, conto que quero abordar, presente em Bajki robotów (obra não traduzida para o português), não há menção a humanos. As personagens do conto são três: o inventor Trulr, o inventor Clapáucius e uma máquina capaz de criar tudo que começasse com a letra n.

A máquina, fabricada por Trulr, fez “nimbos, naftalina, nêutrons, narizes, nenúfares, ninfas […]”, mas não fez natrium, pois não sabia o que era. Natrium nada mais é que o nome em latim do sódio, explica o criador Trulr, e a máquina lhe retruca sabiamente: “se eu pudesse fazer tudo o que começa com n em todas as línguas possíveis, seria uma Máquina que Pode Fazer Tudo o que Começa com Qualquer Letra do Alfabeto”.

Lem escreve em um mundo que já havia visto o quão deletéria a técnica poderia ser e viveu numa parte do mundo que viu o homicídio em escala industrial e a burocratização do assassinato.

Um outro inventor, Clapáucius, maravilhado (e possivelmente movido por uma certa dose de inveja), tem a estapafúrdia ideia de mandar a máquina criar o Nada.

E começa o caos.

As coisas vão, aos poucos, desaparecendo. Clapáucius consegue impedir que a máquina crie o Nada, ou seja, que tudo deixe de existir, mas, num dos trechos que mais me chamam atenção no conto, tem-se notícia de que “o mundo ficou esburacado com o nada, assim como ficou no momento em que Clapáucius deteve o andamento da liquidação que ordenou”.

E o que podemos pensar com “Como o mundo foi salvo”? Inicialmente, que nós temos “embutida” em nós uma máquina capaz de criar todas as coisas com a letra n, inclusive o nada e, além disso, a máquina é capaz de criar “tudo o que começa com qualquer letra do alfabeto”. Tal maravilha é, precisamente, a linguagem.

A linguagem, nosso “órgão metafísico”, dirá outro grande escritor polonês, é capaz de conferir sentido a todas as coisas do mundo, é, por excelência, o instrumento que temos  para conhecer o mundo. E, ironia das ironias, também é a ferramenta que nos permite criar o Nada. Seja um conceito filosófico complexo, seja a bomba de hidrogênio, tudo (até o Nada) passa pela linguagem.

Podemos ler o texto de Lem pelas mais variadas lentes, mas o título nos guia a uma leitura em particular: o mundo, ameaçado pelo Nada, foi salvo pelo mesmo construtor inconsequente que teve a brilhante ideia de mandar criar o Nada.

O ser humano (à parte de meteoros, quem sabe) talvez seja a maior ameaça ao mundo. Contudo, apenas o ser humano é capaz de salvá-lo (qualquer semelhança com propagandas de organizações de ajuda humanitária é mera coincidência).

A tradução do conto é de Piotr Kilanowski, professor de literatura polonesa da UFPR, e encontra-se disponível neste link.

Encerrando, pergunto a você que me lê: já ouviu “clapáucius” antes? Respondo que é possível. No distante ano 2000, mais especificamente em 4 de fevereiro de 2000, foi lançado o jogo de computador que provavelmente foi o mais popular da história: The Sims. Lembra-se do klapaucius? Era, precisamente, o cheat de dinheiro, aquilo que permite comprar tudo que comece com qualquer letra em qualquer alfabeto.

Tags: Bajki robotówbook reviewComo o mundo foi salvocontoscrítica literáriaficção científicaliteraturaliteratura polonesaresenhaStanislaw Lem
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