Na última quarta-feira (19), a literatura de cordel foi transformada em Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A decisão foi tomada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e autorizada por unanimidade em reunião realizada no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.
A inclusão da literatura de cordel como Patrimônio Cultural Imaterial era aguardada com ansiedade pela Academia Brasileira de Literatura de Cordel, de onde partiu a iniciativa de pedir a proteção deste patrimônio nacional ao Iphan, em 2010. Segundo o presidente da ABLC, Gonçalo Ferreira da Silva, existem no país cerca de 60 cordelistas, 20 deles no Rio de Janeiro, além de 27 “cordotecas” espalhadas pelo Brasil.
Gênero
Literatura de cordel é um tipo de poema popular, oral e impressa em folhetos, geralmente expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. Apesar de ter começado no Norte e no Nordeste do país, o cordel hoje é disseminado por todo o Brasil, principalmente por causa do processo de migração de populações. Esse gênero revela o imaginário coletivo, a memória social e o ponto de vista dos poetas sobre acontecimentos vividos ou imaginados.
O cordel revela o imaginário coletivo, a memória social e o ponto de vista dos poetas sobre acontecimentos vividos ou imaginados.
Acervo
Atualmente, instituições como o CNFCP e a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB) contam com ricos acervos da Literatura de Cordel. O objetivo é preservar, conservar e disponibilizar coleções únicas no mundo, normalmente caracterizadas pela raridade, originalidade e antiguidade.
No total, a Fundação Casa de Rui Barbosa, entidade vinculada ao Ministério da Cultura, conta com uma coleção composta de 9.000 folhetos de cordel e de obras sobre o tema, incluindo centenas de folhetos raros. Organizado a partir de 1960, trata-se de um dos principais acervos sobre a Literatura de Cordel e um dos maiores da América Latina. A coleção está disponível para consulta pelo site Cordel: literatura popular em verso, dedicado à divulgação da obra de 21 cordelistas – incluindo Leandro Gomes de Barros.
O site da Academia Brasileira de Literatura de Cordel também possui uma vasta coleção digitalizada, além de informações a respeito da história do cordel e biografia de grandes cordelistas.