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‘Diário de um Ladrão de Oxigênio’: a crônica sexual de um autor sem nome

'Diário de um Ladrão de Oxigênio' são as aventuras sexuais asfixiantes de um autor anônimo.

porJonatan Silva
30 de setembro de 2016
em Literatura
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'Diário de um Ladrão de Oxigênio': a crônica sexual de um autor sem nome

Imagem: Reprodução.

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Há anos não se via um livro assinado por ninguém, um autor invisível escondido atrás do confortável anonimato. Diário de um Ladrão de Oxigênio (Intrínseca, 160 páginas) é, como o próprio título indica, um livro claustrofóbico e asfixiante sobre um homem que abusa “mentalmente, não fisicamente” de suas amantes. O narrador é um publicitário freelancer devastado emocionalmente e que, para vingar-se do mundo, devasta as mulheres que cruzam o seu caminho.

Brutal em seus relatos, que não se sabe se são reais ou ficção, o autor-narrador cria um painel bizarro das atrocidades cometidas pelo simples e puro prazer. É chocante conhecer os meandros de uma mente maníaca e absurdamente centrada em desgraçar outras pessoas. Em tempos de luta contra a misoginia – que para o protagonista não passa de uma piadinha de mau gosto –, o livro é uma leitura obrigatória para impedir que o que está ali se torne realidade – se é que já não se tornou.

As lágrimas são o mínimo que ele espera das mulheres. “Por que as pessoas matavam umas às outras? Porque elas gostavam disso. Será que era mesmo assim, tão simples? Despedaçar uma alma é mais fácil quando o perpetrador já passou pela mesma experiência”, diz em determinado trecho. É desafiador o tom que dá ao Diário: recheia as experiências mais nefastas de um humor cínico, capaz de enlaçar o leitor por um prazer sádico e cheio de culpa.

Enquanto muita gente se escandalizou com a onda de literatura erótica que assolou as livrarias, é preciso estar preparado para o que se lê ou lerá no Diário. Imagine que Salò, de Pasolini, se passa em Nova York e que, aparentemente, pode acontecer com qualquer pessoa desavisada da crueldade humana.

Provavelmente inspirado pelo Diário de um Ladrão, de Jean Genet – esse sim, narra suas próprias vivências –, o enigmático autor parece alinhar o escritor francês, em sua essência e exageros, a F. Scott Fitzgerald, mas sem a mesma elegância. A situação ganha um novo olhar a partir do momento em que jogo vira e quem conta a história passa a ser o objeto.

Por isso é necessário que ele seja lembrado e colocado às vistas de quem passa despreocupado pelas vitrinas de livrarias, postos de gasolina e afins. Enfim, é fundamental lutar contra tudo o que está ali.

Sombras

Acredita-se que o autor seja um britânico que, após publicar por conta, descobriu-se best-seller e começou a receber pedidos cada vez maiores de livrarias como a Shakespeare & Co, responsável por editar nomes como James Joyce. À sombra do “anônimo”, o escritor pode se aventurar em contar aquilo que viveu, viu ou, mesmo, inventou. Ainda que o narrador diga-se culpado por pelo que fez, é possível que, para o escritor, tudo não passe de literatura, de arte.

Não que a arte não possa chocar, pode e, em alguns casos, é melhor que choque, que explore o terrível, o impensável. Por isso é importante que o Diário de um Ladrão de Oxigênio não passe em branco. Por isso é necessário que ele seja lembrado e colocado às vistas de quem passa despreocupado pelas vitrinas de livrarias, postos de gasolina e afins. Enfim, é fundamental lutar contra tudo o que está ali.

DIÁRIO DE UM LADRÃO DE OXIGÊNIO | Anônimo

Editora: Intrínseca;
Tradução: Alexandre Martins;
Tamanho: 160 págs.;
Lançamento: Setembro, 2016.

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Tags: AnônimoCríticaCrítica LiteráriaDiário de um ladrão de oxigênioF. Scott FitzgeraldIntrínsecaJames JoyceJean GenetLiteratura

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