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Home Literatura

A insistência no “três” na Divina Comédia

porWalter Bach
16 de junho de 2016
em Literatura
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Representação do Inferno da Comédia

Representação do Inferno da Comédia. Foto: Google Images.

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As feras atacam e Dante está ameaçado. Sua única sorte é ser ajudado por Virgílio que o salva – que na verdade o resgata e o leva para uma longa caminhada por reinos longe da imaginação humana. Logo no início, Dante pergunta a seu guia porque desta “salvação”, e descobre que Virgílio foi enviado especialmente para o salvar, e legar a ele um conhecimento especial, reservado a poucos eleitos entre os humanos. Isso não alivia o pavor da frase escrita nos portões de entrada, vistos em uma dos cantos iniciais: “deixai toda a esperança, vós que entrais”.

Eis a síntese da Divina Comédia: a jornada do protagonista Dante, que compartilha o primeiro nome do autor, Dante Alighieri, pelo Inferno e Purgatório até o Paraíso. Cada parte da Divina Comédia é composta por 33 cantos, adicionados de um que pode servir de prólogo, embora os cantos iniciais de cada parte também possam cumprir essa função. Esta divisão por três é uma das simbologias presentes no livro, que concentra referências de diferentes estudos religiosos do século XIV, em que a Comédia foi escrita; além de menções a figuras histórico-culturais citadas diretamente durante a narração linear, tanto no diálogo dos personagens secundários com Dante quanto no encontro deste com autores, políticos e demais moradores do Inferno, do Purgatório e do Paraíso, o que dá à obra de Alighieri uma função de painel cultural de seu tempo.

Eis a síntese da Divina Comédia: a jornada do protagonista Dante, que compartilha o primeiro nome do autor, Dante Alighieri, pelo Inferno e Purgatório até o Paraíso.

Sua narrativa linear pode ser considerada simples, pois Alighieri não abusou (ou sequer usou) de técnicas literárias para mudar o foco temporal ou psicológico do enredo – ao contrário de outro poema épico, a Odisseia de Homero, com histórias menores dentro da principal -, ou adicionando múltiplas camadas à mente de seu protagonista. Também chama a atenção que há muitos personagens secundários, com quem Dante conversa enquanto é conduzido por Virgílio no Inferno e no Purgatório; eles contam de um pedaço específico do século da Divina Comédia e alguns sequer são mencionados no restante do enredo, o que não diminuí sua importância, pois seus relatos ligam o personagem ao mundo “real”, fora de sua jornada.

Quando chegamos ao Paraíso aprendemos que Dante será conduzido por Beatriz, misto de guardiã particular (possivelmente um anjo) e representação de alguns ideais do autor, o que dá espaço para imaginar o quanto a combinação humana/figura simbólica mitológica está misturada na guia desta terceira parte. E dentro das interpretações possíveis, buscar significados e paralelos nas outras representações espalhadas pela Divina Comédia, onde as rimas em estilo aba bcb cbc e variantes também apontam para a importância numérica implícita, que pode ser cíclica: no começo da obra, antes que Dante seja resgatado por Virgílio, ele é atacado por três “feras”, cujos significados serão retomados posteriormente. Considerando as influências religiosas, é fácil associar essas recorrências ao três a representações com o mesmo número na mitologia cristã, e também dar à obra um caráter um tanto pedagógico e até moralista aos olhos de nossa época, cuja estética e forma influenciou diversos autores em suas jornadas – sendo elas em três ou mais etapas.

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Tags: Crítica LiteráriaDanteDivina ComédiaEpopeiaInfernoLiteraturaLiteratura ItalianaParaísoPurgatório

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