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‘A Insustentável Leveza do Ser’: a dicotomia proposta por Milan Kundera

‘A Insustentável Leveza do Ser’, de Milan Kundera, encontra força ao explorar aspectos interessantes sobre a humanidade, em especial as nossas dicotomias.

porAlejandro Mercado
20 de fevereiro de 2017
em Literatura
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'A Insustentável Leveza do Ser': a dicotomia proposta por Milan Kundera

Imagem: Reprodução.

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Clássico da literatura, A Insustentável Leveza do Ser, do tcheco Milan Kundera, se mantém firme aos 33 anos de idade. A obra, principal de Kundera, fez sucesso combinando temas como política, filosofia e amor. O livro acompanha a República Tcheca dirigida pelos comunistas entre 1968 e início dos anos 1980, em uma trama muito bem estabelecida pelo tcheco, que ecoou na sociedade quando de seu lançamento por conseguir estabelecer um diálogo próximo com o público que à distância acompanhou a Primavera de Praga.

Kundera optou por retratar este período de transição concentrando a narrativa no impacto dele na vida dos personagens, especialmente Teresa e Tomas. A Insustentável Leveza do Ser foi lançado durante o tenso período da reta final da Guerra Fria, quando Iúri Andropov era presidente da URSS, principal apoiador do governo tcheco (àquela época, Tchecoslováquia). Havia algo no ar naquele período: Andropov procurava fortalecer a economia soviética e combater a corrupção, o que refletia nas nações que estavam sob sua influência (e que culminou na “Revolução de Veludo”, que trouxe a democracia de volta ao país). Milan Kundera já vivia há anos na França e de lá lançou olhar para sua terra, atento aos ruídos da provável mudança na ordem mundial.

Mesclando a obra entre ficção e ensaio, Kundera dá claros indícios de uma forte influência de pensadores como Rousseau e Stendhal. O enredo aparentemente simples ganha muitas camadas ao transcorrer da obra e no aprofundamento de seus personagens: quatro adultos capazes de quase tudo para vivenciar o erotismo que desejam para si. Como limites fortes, encontram um tempo histórico politicamente opressivo e o caráter enigmático da existência humana. Tomas é um cirurgião adúltero. Sua esposa, Teresa, uma fotógrafa angustiada pelas infidelidades do marido; Sabina, uma das amantes de Tomas, é uma artista que exalta sua existência solitária, longe dos vínculos emocionais que constituem as relações amorosas; já Franz é um professor universitário suíço e amante de Sabina, um idealista das relações amorosas.

O olhar filosófico de Kundera sobre o amor a partir das experiências dos personagens torna o livro uma leitura difícil, mas muito rica.

O olhar filosófico de Kundera sobre o amor a partir das experiências dos personagens torna o livro uma leitura difícil, mas muito rica. Ele insere um narrador que não se contenta apenas em relatar os acontecimentos, mas que também nos oferece um panorama das situações e comentários sobre sua própria narrativa. Neste ponto, A Insustentável Leveza do Ser chega a ser um pouco confuso, em especial por dar a sensação de que há várias obras em uma só, algo ligeiramente incomum na literatura contemporânea. Mas, com um pouco de paciência – é importantíssimo que o leitor entenda que o livro é para ser apreciado sem pressa -, também enxergamos uma das maiores forças da obra: essa narrativa reflexiva e econômica em diálogos faz com que exploremos aspectos interessantes sobre a humanidade, como a dualidade entre peso e leveza, apresentados a nós desde o início e explorados a cada necessidade de tomada de decisão dos personagens.

Essa dicotomia também é fundamental no estabelecimento da personalidade dos personagens, apresentadas a partir da visão deles sobre o amor, por exemplo. Tomas é um mulherengo que considera o sexo e amor coisas distintas. Mantém relações sexuais com inúmeras mulheres, ainda que apenas ame sua esposa, contradição para ele inexistente. Enquanto isso, Franz representa justamente seu extremo oposto, equilibrando suas relações a partir da idealização que faz das figuras femininas importantes em sua vida, em especial sua mãe e Sabina.

Clássico imperdível, A Insustentável Leveza do Ser segue ser uma obra imprescindível na compreensão de nós mesmos e na nossa relação com o outro.

Adaptação para o cinema

A Insustentável Leveza do Ser foi adaptado ao cinema em 1988 em filme homônimo, dirigido por Philip Kaufman e com Daniel Day-Lewis, Juliette Binoche e Lena Olin nos papeis de Tomas, Teresa e Sabina, respectivamente. O filme foi bem recebido pela crítica, e Jean-Claude Carrière e Philip Kaufman foram indicados ao Oscar daquele ano na categoria de melhor roteiro adaptado. Ainda que não tenham saído vencedores, o filme foi classificado pelo American Film Institute como um dos 100 melhores filmes de amor do cinema norte-americano.

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER | Milan Kundera

Editora: Companhia das Letras;
Tradução: Tereza Bulhões de Carvalho;
Tamanho: 352 págs.;
Lançamento: Março, 1999.

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Tags: A Insustentável Leveza do SerCinemaClássicos da LiteraturaCompanhia das LetrasCrítica LiteráriaEnsaioLiteraturaLiteratura ClássicaMilan Kundera

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