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Home Literatura

O tentador poder de consertar o tempo conduz ao ‘O Fim da Eternidade’

O tentador poder de mudar uma realidade na ficção 'O Fim da Eternidade', de Isaac Asimov.

porWalter Bach
14 de janeiro de 2016
em Literatura
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O tentador poder de consertar o tempo conduz ao 'O Fim da Eternidade'

Imagem: Reprodução.

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O tempo está com defeito. Deu algo errado nesse ano, não era para ter sido assim. Mas tudo bem, estamos preparados: basta enviarmos um Técnico à época defeituosa e instruí-lo quanto às correções, o que era uma falha lá atrás desaparece como se nunca tivesse acontecido para os habitantes do tempo em questão. É como trocar uma engrenagem barulhenta por um chip moderno, inserido em uma grande máquina que conduz o Tempo e seus habitantes à Eternidade.

A tarefa exige um raciocínio preciso feito um movimento de um relógio, e é reservada a seres altamente treinados. No romance O Fim da Eternidade, de Isaac Asimov, somos apresentados ao Técnico Andrew Harlan, um dos poucos capacitados para alterar a realidade. Racional ao extremo – quase máquina graças às suas emoções paralisadas – ele tem plena consciência de suas ações. “A Mudança de Realidade iniciada por ele [técnico] pode afetar a vida de cinquenta bilhões de pessoas. Cerca de um milhão dessas pessoas talvez sejam tão drasticamente afetadas que poderão ser consideradas novos indivíduos. Sob estas condições, atitudes emocionais constituem uma séria desvantagem.”

Guerras, pestes, desastres, tudo: as épocas devem ser limpas de seus defeitos e nada além disso. Paisagens bonitas devem ser deixados onde foram encontrados – se forem, pois a missão dos Técnicos é corrigir o mundo, uma diferença no plano ideal da Eternidade é derrubar seu grandioso dominó temporal e acabar com a época da qual o Técnico saiu – possivelmente destruí-la e reinventar a humanidade por acidente.

Curiosamente, não há pistas (tão) claras dos critérios para tais alterações, como se os mandantes delas quisessem corrigir o que a humanidade tivesse feito de ruim no passado.

No fundo, Andrew Harlan faz isso – ele tem o poder de alterar a Realidade. Após muitos cálculos, muitas ordens e discussões com seus superiores, responsáveis pelas decisões finais da construção da Eternidade, o mundo como foi deixa de ser graças a Harlan. Curiosamente, não há pistas (tão) claras dos critérios para tais alterações, como se os mandantes delas quisessem corrigir o que a humanidade tivesse feito de ruim no passado. Se for necessário apagar um acerto do século 72000 que causou um problema grave no século 110000, será feito, passando uma borracha gigante na cabeça dos afetados por ambos eventos.

Nada de resgatar uma pessoa em outra época e tomar decisões emocionais precipitadas; ameaças e intrigas nas hierarquias internas devem ser ignoradas; curiosidades do século XX não podem ser levadas a sério; pensamentos individuais não podem ter vez. Pessoas tornam-se descartáveis independente de seus poderes e conhecimentos na construção da Eternidade, manifestada no avanço do nosso artigo mais presente e menos palpálvel: o Tempo.

Talvez por isso as personagens deste livro sejam apresentadas com tanta brevidade, desejos suprimidos pela urgência. Pelo fluxo de uma linguagem simples, onde Eternos, Tempistas e demais vocábulos com grafias próximas à nossa também colaboram para a imersão na história, além de flashbacks pontuais aliados à narrativa imediata, Isaac Asimov construiu um enredo que nos apresenta um poder tentador, cujos efeitos se mostram antes de acontecer, tamanha diferença um punhado de segundos possui.

O FIM DA ETERNIDADE | Isaac Asimov

Editora: Aleph;
Tradução: Susana Alexandria;
Tamanho: 256 págs.;
Lançamento: Setembro, 2019 (atual edição).

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Tags: Crítica LiteráriaEditora AlephFicção CientíficaIsaac AsimovLiteraturaO Fim da EternidadeResenha

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