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‘Galveston’ é ‘True Detective’ em versão literária?

'Galveston' é o romance escrito por Nic Pizzolatto, criador da aclamada série da HBO 'True Detective'.

porEder Alex
2 de agosto de 2017
em Literatura
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‘Galveston’ é 'True Detective' em versão literária?

Imagem: Reprodução.

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Vamos direto ao ponto, já que foi por isso que você entrou aqui: não, o livro não é igual a True Detective. Na verdade, trata-se de uma história completamente diferente, em outro universo ficcional e sem nenhuma relação com Rust e Marty. Nem mesmo a forma como ela é escrita nos faz lembrar o que vimos na série da HBO.

Pois é, eu também fiquei com esse semblante de decepção (o nome técnico é “cara de bunda”).

Sim, eu sei que TV e literatura são linguagens muitíssimo diferentes e que é bobagem fazer comparações (ainda mais quando nem se trata de uma adaptação), mas fala na minha cara que você não esperava que o livro fosse pelo menos parecido com a série, já que ambos foram escritos pelo mesmo autor?

Pra não dizer que Galveston não tem nadinha de nada de True Detective, num certo momento um personagem faz bonequinhos cortando latas de cerveja, mas é só. Não tem nem polícia direito na bagaça.

O livro, lançado pela editora Intrínseca com tradução de Alexandre Raposo, fala sobre um cara que acabou de descobrir que está com câncer de pulmão e que não terá muitos dias pela frente. Roy Cady é um bandidão todo modafocka que trabalha como matador de aluguel para um agiota mais bandidão e mais modafocka que ele. Tretas envolvendo uma ex-mulher fazem com que Roy desconfie que seu chefe está lhe armando uma emboscada. E está mesmo. Ele consegue escapar, mas no meio do caminho encontra uma garota que fará sua vida mudar de rumo.

A partir daí começa a história de verdade e segue-se um road movie (quando é livro a gente chama do que, de road book?) cheio de paisagens desoladoras, com a dupla fugindo, parando em hotéis de beira de estrada, comendo fast food, reclamando da vida, etc.

O miolo do livro é bem lentão e consegue ser eficiente ao dar uma dimensão mais ampla de cada personagem.

Esqueça os diálogos filosóficos de Rust e Marty, aqui a história é narrada pelo próprio protagonista e, tendo em vista que ele é um bandido meio mequetrefe e não um escritor, é de se esperar que a linguagem não seja das mais elaboradas. Porém, logo no início, quando uma metralhadora de clichês é disparada a cada parágrafo (releia o resuminho ali em cima, você já viu essa história algumas vezes, né?), fica a desconfiança de que Nic Pizzolatto contratou um ghost writer, pois não é possível que o cara que criou uma série tão fodona esteja ali tentando fazer um noir que faria um ruborizado Raymond Chandler dizer que nunca ouviu falar nesse subgênero.

O protagonista passa de assassino-escroto-que-também-bate-em-mulher-pois-nossa-senhora-ele-é-muito-machão para bom-moço-amargurado-e-com-alguns-pecados-mas-de-bom-coração em poucas páginas e aí fica difícil criar alguma empatia. A linguagem do livro muda e com a ela a verossimilhança, uma vez que as sacadinhas líricas que começam a borbulhar nas descrições — como se de repente o cara tivesse se descoberto um grande fanboy do Bukowski — seriam meio impossíveis vindas do sujeito que nos foi apresentado no início. Mas ok, é uma tentativa de se aproximar de um gênero específico e a partir disso o livro pelo menos fica mais bem escrito e até mais interessante.

É até corajosa a opção de não encher a história de ação e tiroteios. O miolo do livro é bem lentão e consegue ser eficiente ao dar uma dimensão mais ampla de cada personagem, seus medos, suas angústias, etc. Então fica aquela sensação de que nada está acontecendo agora, mas é melhor ir se preparando pois a bandidagem está por aí e parece que o bicho vai pagar logo ali na frente.

Só parece.

Não é que seja tudo horrível no livro, mas é que a gente já viu essa história sendo contada de maneira muito melhor. Qualquer pessoa que tenha assistido Sons of Anarchy, por exemplo, sabe bem o que significa uma retaliação desse pessoal “do bem”, e ficaria meio com sono ao ler o clímax de Galveston.

A própria quebra da linearidade da narrativa soa um pouco forçada, pois tenta despertar uma curiosidade um tanto pífia sobre o futuro dos personagens, tendo em vista que a gente nem se importa tanto assim com eles.

Enfim, o livro é indicado mais para os fãs hardcore de True Detective, mas bem hardcore mesmo, do tipo que tem um altar no quarto com a foto do Matthew McConaughey bigodudo. E olhe lá.

GALVESTON | Nic Pizzolatto

Editora: Intrínseca;
Tradução: Alexandre Raposo;
Tamanho: 240 págs.;
Lançamento: Junho, 2015.

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Tags: CríticaCrítica LiteráriaEditora IntrínsecaGalvestonLiteraturaLiteratura AmericanaLiteratura ContemporâneaLiteratura PolicialNic PizzolattoResenhaReviewTrue Detective

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