• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

‘Linha M.’: uma jornada pelos mortos de Patti Smith

'Linha M.', publicado pela Companhia das Letras, revisita os anos de Patti Smith ao lado de Fred Sonic Smith e revela seu amor por Roberto Bolaño.

porJonatan Silva
10 de junho de 2016
em Literatura
A A
'Linha M.': uma jornada pelos mortos de Patti Smith

Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Patti Smith sempre foi uma artista de jornadas. Seu primeiro livro, Seventh Heaven (1972), foi um mergulho em sua juventude e a saída da casa dos pais para tentar viver de poesia em Nova York. Horses (1975), seu disco de estreia, é uma ode à arte – e não apenas à música. Por isso, quando publicou Só Garotos (2010), seu mapa afetivo com o fotógrafo Robert Mapplethorpe (1946 – 1989), não foi de estranhar a profunda imersão em seu passado para recontar a sua história ao lado do amigo levado pela AIDS.

Seis anos depois, Patti voltaria ao hades para reencontrar Fred Sonic Smith (1949 – 1994), seu marido e lendário guitarrista de grupos como o MC5. Linha M. (Companhia das Letras, 204 págs.), que acaba de chegar às livrarias brasileiras, não é exatamente uma continuação do livro anteriores, mas pode bem funcionar como se fosse. O relato melancólico, escrito à mesa do Café ‘Ino em Nova York, revela uma mulher apaixonada pelo marido morto prematuramente. A falta de Fred é o que move o texto, mas a autora – chamar Patti de “escritora” é limitar seu talento – não se prende a um único e se deixa navegar por muitas memórias.

Sua relação com o café, e com os cafés, é tão obsessiva quanto a de David Lynch. Patti só desistiu de abrir seu próprio café quando Fred tirou a ideia de seus planos e prometeu à esposa uma viagem a qualquer lugar do mundo. E a escolha foi a Guiana Francesa. A jornada tinha um único objetivo: levar o solo de uma prisão na antiga colônia da França para o poeta Jean Genet (1910 – 1986). A beleza com que conta a viagem, e a amizade que o marido fez com um delegado graças ao álcool, é quase uma conversão. A paixão que exala de suas palavras impede o leitor de olhar com qualquer parcialidade, Patti Smith ganha o jogo sem usar qualquer regra que quebre as normas: são apenas as lembranças de uma mulher que se revisita.

A beleza com que conta a viagem, e a amizade que o marido fez com um delegado graças ao álcool, é quase uma conversão.

Linha M. é recheado de polaroides que testemunham a favor da artista: são a prova de que viveu tudo aquilo que escreveu. Tão confessional quanto qualquer coisa que já fez em sua vida, o livro, e tudo que o compõe, não parece uma invasão à privacidade de quem a escreveu, mas um convite para um café com pão integral e azeite – o cardápio de todos os dias de Patti no ‘Ino.

Hecatombe

Linha M. traz à luz uma outra paixão de sua autora: o escritor chileno Roberto Bolaño (1953 – 2003). Sua tentativa frustrada de compor um poema para o escritor de 2666 é relatada com certa melancolia e vergonha. Mas não faz mal. Em uma entrevista ao Estadão, Patti afirmou tê-lo acabado e que será o poema principal de um novo livro de poesia que deve lançar em breve. “Foi um desafio, e como era para Roberto eu queria que fosse tão bom quanto eu poderia fazer”, disse.

Patti falou poucas vezes à imprensa sobre Linha M., como se estivesse em contemplação ou o livro fosse uma grande oração aos seus mortos queridos e qualquer coisa dita a respeito profanasse aquele escrito sagrado. Entretanto, em um dos raros depoimentos, ao ser perguntada se o título se referia à linha M de Nova York, negou: “é minha consciência”. E não há outra certeza depois que fechamos o livro.

LINHA M. | Patti Smith

Editora: Companhia das Letras;
Tradução: Claudio Carina;
Tamanho: 216 págs.;
Lançamento: Março, 2016.

COMPRE O LIVRO E AJUDE A ESCOTILHA

Tags: biografiaCríticaCrítica LiteráriaDavid LynchFred Sonic SmithHorsesJean GenetLinha M.LiteraturamemóriaPatti SmithRoberto BolañoSó Garotos

VEJA TAMBÉM

Autor húngaro recebeu a premiação da Academia Sueca em 2025. Imagem: Niklas Elmehed / Reprodução.
Literatura

László Krasznahorkai vence o Prêmio Nobel de Literatura de 2025

9 de outubro de 2025
Itamar Vieira Junior é um dos autores brasileiros contemporâneos mais bem-sucedidos. Imagem: Adenor Gondin / Reprodução.
Literatura

‘Salvar o Fogo’, de Itamar Vieira Junior, reacende a memória

12 de setembro de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Remake chega ao final na próxima sexta-feira. Imagem: TV Globo / Divulgação.

‘Vale Tudo’ é um reflexo embaçado do Brasil

15 de outubro de 2025
'O Último Episódio': angústia adolescente. Imagem: Filmes de Plástico / Divulgação.

‘O Último Episódio’ aposta na nostalgia para falar sobre as dores do crescimento

9 de outubro de 2025
Autor húngaro recebeu a premiação da Academia Sueca em 2025. Imagem: Niklas Elmehed / Reprodução.

László Krasznahorkai vence o Prêmio Nobel de Literatura de 2025

9 de outubro de 2025
Gael García Bernal interpreta Octavio em 'Amores Brutos', filme que catapultou a carreira de 
Alejandro G. Iñárritu. Imagem: Zeta Films / DIvulgação.

‘Amores Brutos’ revela o instinto e a ferocidade do humano

7 de outubro de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.