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‘Vá, Coloque um Vigia’: Harper Lee e o poder da insistência

Análise de 'Vá, Coloque um Vigia', de Harper Lee.

porJonatan Silva
23 de outubro de 2015
em Literatura
A A
Harper Lee e o poder da insistência

Imagem: Reprodução.

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Antes de transformar Atticus Finch em um modelo moral e ético de homem e advogado no clássico O Sol é Para Todos (1960), a escritora norte-americana Harper Lee havia rascunhado seu personagem mais importante em várias de suas tentativas de criar um romance. Uma de suas investidas é Vá, Coloque um Vigia (José Olympio), escrito no fim da década de 1950 e descoberto no começo deste ano pela agente literária da autora. Sob uma forte chuva de canivetes, o livro acabou por ser publicado no mundo todo.

Vá, coloque um vigia, que chegou às livrarias envolto em controvérsia, carrega os mesmos temas – embora trabalhados de maneiras diferentes – que a obra-prima de Harper Lee. Enquanto em O Sol é para todos Atticus não se desmonta aos embustes racistas da pequena cidade ficcional de Maycomb, o escorço do advogado mostra um homem que não consegue se desvencilhar das tradições mesquinhas de seu povoado e faz parte de um grupo antinegros.

O esboço de Harper Lee é o típico projeto do Great American Novel, ideal tão perseguido por Philip Roth, Jonathan Franzen e Thomas Pynchon, mas que esbarra em detalhes – que só seriam aprumados na versão final e – que roubam a força da narrativa. A questão da moral, do valor da família (a tradicional, claro) e a intolerância racial são estão delineados, entretanto, nenhum deles é trabalhado com o mesmo vigor que seria mais tarde.

O caso de racismo envolvendo Tom Robinson, ápice de O Sol é para todos, simplesmente não existe em Vá, coloque um vigia e a lacuna fica evidente. Scout, filha de Finch, é uma mulher de 26 anos que volta de Nova York para visitar o pai e o encontra decadente e egoísta. Ela vive um namoro prolixo com um amigo de infância, Hank, que acabaria deletado da ‘história oficial’, e precisa se dividir entre o desejo de ser uma mulher comum, viver em uma cidade pequena e a necessidade de manter a independência já conquistada. No final das contas, a história é outra.

Talvez, o sucesso da escritora se dê tanto pelo seu talento quanto pela perseverança de sua editora.

Todos ali

Muitos fãs da escritora se decepcionaram quando Vá, coloque um vigia chegou às prateleiras. Alguns leitores esperavam uma continuação ou apenas algo novo. Críticos questionaram a validade de se lançar um rascunho. Livreiros precisaram devolver o dinheiro de clientes que se sentiram enganados. Mas enfim, vale a pena ler um ‘croqui’? A resposta é: sim.

Scout, Jem, Tia Alexandra, o juiz Taylor, Dill – que seria inspirado no escritor Truman Capote (1924 – 1984), amigo de infância de Lee – e até o excêntrico e recluso Boo Radly estão todos esboçados ali. É interessante ver a evolução de alguns personagens, como Boo, que terminaria por ter um papel importante em O Sol é para todos, mas não é tratado melhor que uma mera sombra. Sem dúvida, é impossível deixar de notar o amadurecimento de Lee como escritora, que a certa altura já estava cansada de escrever e reescrever o romance a pedido da publisher Tay Hohoff.

A editora, por sinal, seria a responsável por guiar e orientar Harper Lee. O biógrafo da escritora, Charles J. Shields, conta que, já desesperada pelas recusas de Hohoff, a autora jogou pela janela todas as páginas do rascunho que escrevia naquele momento. Tay, friamente, mandou que ela fosse lá fora e recolhesse folha por folha. Talvez, o sucesso de Harper Lee se dê tanto pelo seu talento quanto pela perseverança de Hohoff.

VÁ, COLOQUE UM VIGIA | Harper Lee

Editora: José Olympio;
Tradução: Beatriz Horta;
Tamanho: 252 págs.;
Lançamento: Setembro, 2015.

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Tags: Editora José OlympioHarper LeeLiteraturaLiteratura AmericanaO Sol é para todosVá coloque um vigia

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