• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

O papel do tradutor e a questão de autoria

porJonatan Silva
19 de dezembro de 2018
em Literatura
A A
Lia Wyler, tradutora de Harry Potter. Foto: Reprodução.

Lia Wyler, tradutora de Harry Potter. Foto: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

A morte de Lia Wyler, aos 84 anos, no dia 11/12, não causou muito alvoroço. Como a de nenhum tradutor parece causar. Responsável por verter ao português os sete livros de saga Harry Potter e autores como Tom Wolfe, Hnery Miller e Stephen King, a paulista de Ourinhos havia passado por dois AVCs – um deles logo após entregar Harry Potter e as relíquias da morte.

O quase silêncio sobre os tradutores incomoda, e muito. Lia, que entre 1991 e 1993 presidiu o Sindicato Nacional dos Tradutores, foi quem adaptou para o português termos do universo de Potter. Quidditch virou quadribol, e muggle trouxa. Certa feita, depois de encerrar a série do bruxinho, Wyler declarou sentir falta dos personagens e da mitologia que envolve os livros de J. K. Rowling.

A Rocco, editora para qual Lia mais traduziu, emitiu uma nota de falecimento. No comunicado, a casa reitera a sensibilidade da tradutora e a importância do seu labor. “O trabalho do tradutor é um dos fios principais de uma história. Ele empresta suas palavras para construir narrativas e fazer que uma história seja compreendida, tocando o coração das pessoas”, diz o texto.

Denise Bottmann: ‘É uma responsabilidade e tanto, pois, na hora em que você ‘decide’, digamos assim, qual o partido que vai adotar’.

O papel do tradutor

Denise Bottmann – tradutora de obras de Virginia Woolf, Harold Bloom, Thomas More e outros – mantém desde 2008 o blog não gosto de plágio, cujo objetivo é um pouco óbvio: encontrar incongruências e irregularidades nas traduções para o português do Brasil. Um dos grandes alvos de Bottmann foi a editora Martin Claret, inúmeras vezes apontada por Denise como fonte constante de plágios e apropriações de textos alheios. Para escamotear a ação, a editoria teria criado diversos pseudônimos e retalhado excertos de diversos tradutores.

Ainda assim, é difícil dimensionar o papel de um tradutor para a obra de um autor, mas é ele o responsável por dar acessibilidade a determinados escritores. Quando a primeira tradução de Ulisses, de Joyce, foi publicada no Brasil, o professor e filólogo Antônio Houaiss foi “acusado” de tornar o livro do irlandês ainda mais intransponível. No começo dos anos 2000, a professora Bernardina da Silveira Pinheiro sofreu a acusação inversa: a de simplificar demais. Caetano Galindo, uma década mais tarde, teve uma recepção mais amistosa, e sua versão foi classificada com a mais próxima do original.

“É uma responsabilidade e tanto, pois, na hora em que você ‘decide’, digamos assim, qual o partido que vai adotar, que tipo de tratamento vai dar à obra em sua tradução, o que você julga mais adequado ou mais compatível com o original, você vai ter de manter esse mesmo tipo de aderência/descolamento ao longo de todo o texto. Não é fácil. E é por isso que podem existir tantas traduções de uma mesma obra. As escolhas nunca são as mesmas”, disse Bottmann em entrevista de 2013.

Borges, em um dos seus mais célebres textos, tratou da questão do tradutor. No conto, Pierre Menard almeja uma tradução tão perfeita de Dom Quixote para que a autoria passe a lhe caber. O relato borgiano é o retrato do labirinto da tradução, das voltas e voltas que se dá para transpor com o máximo de fidelidade uma obra. E, no final, qual o reconhecimento dado ao tradutor? Pouco ainda.

link para a página do facebook do portal de jornalismo cultural a escotilha

Tags: Denise BottmannHarold BloomHarry PotterJorge Luís BorgesLia WyleLiteraturaPierre MenardThomas MoreTom WolfetraduçãoVirginia Woolf

VEJA TAMBÉM

O escritor marfinense GauZ. Imagem: Alexandre Gouzou / Reprodução.
Literatura

No sensacional ‘De Pé, Tá Pago’, GauZ discute as relações entre capitalismo e imigração

5 de setembro de 2025
Pinturas de Emily Brontë e Jane Austen. Imagem: Reprodução.
Literatura

Entre o amor e o abismo: por que ainda lemos Jane Austen e Emily Brontë?

4 de agosto de 2025

FIQUE POR DENTRO

O escritor marfinense GauZ. Imagem: Alexandre Gouzou / Reprodução.

No sensacional ‘De Pé, Tá Pago’, GauZ discute as relações entre capitalismo e imigração

5 de setembro de 2025
Chris Evans, Dakota Johnson e Pedro Pascal protagonizam novo filme de Celine Song. Imagem: A24 / Divulgação.

‘Amores Materialistas’ e a nova cara da comédia romântica

5 de setembro de 2025
Shirley Cruz protagoniza o novo longa-metragem de Anna Muylaert. Imagem: Biônica Filmes / Divulgação.

‘A Melhor Mãe do Mundo’ combina melodrama e realismo cru

4 de setembro de 2025
Julia Dalavia e Jaffar Bambirra protagonizam a adaptação do Globoplay para obra de Raphael Montes. Imagem: Globoplay / Divulgação.

‘Dias Perfeitos’ expõe a violência obsessiva e confirma Raphael Montes como cronista do horror brasileiro

3 de setembro de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.