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As entidades (sobre) humanas em ‘Deuses Americanos’

Em 'Deuses Americanos', Neil Gaiman combina mitologias e as insere em sua ficção como personagens em um campo de batalha, quase um tabuleiro gigante de xadrez com passos calculados.

porWalter Bach
10 de dezembro de 2015
em Literatura
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Neil Gaiman

Neil Gaiman. Imagem: Reprodução.

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Finalmente seria solto! Shadow passou anos na cadeia após ser preso graças a uma confusão, mas conseguiu aliviar a pena. Até o soltaram antes do prazo; ele poderia voltar para Laura, sua esposa, e recomeçar a vida que tinha com ela. Poderia – se não fosse Laura ter morrido em um acidente de carro. Ao mesmo tempo em que se redescobre livre, o protagonista de Deuses Americanos, romance de Neil Gaiman publicado em 2001, autor da série de histórias em quadrinhos Sandman e também do romance Oceano no Fim do Caminho, se vê sem rumo e sem ideia do que fazer com a liberdade recém reconquistada.

Enquanto busca saber como foi a morte dela, Shadow conhece um sujeito muito suspeito – tanto quanto si mesmo – que atende pelo nome de Wednesday. Com postura de quem não quer se revelar e não esconde o poder que tem (ou gosta de aparentar ter), Wednesday vence a resistência do protagonista e o “contrata” para seus ofícios. Ou melhor, o contrata para que ele faça o necessário e para mandá-lo calar a boca, Wednesday não faz questão de responder.

Mas leva seu recém contratado para lugares comuns na aparência: bares, lojas, vilas habitadas por pouca gente, casas de moradores da mesma índole que a sua, com quem as relações são tão antigas quanto duras. Mad Sweeney, as irmãs Zorya, um apostador para quem uma vida é moeda de jogo. Shadow conhece pessoas tão envoltas em névoa quanto seu novo “chefe”, cujas intenções são demonstradas em migalhas de informações que este deixa escapar entre um pedido e outro.

Neil Gaiman combina mitologias e as insere em sua ficção como personagens em um campo de batalha, quase um tabuleiro gigante de xadrez com passos calculados.

Até o momento em que é levado ao carrossel; só um monte de brinquedos num lugar muito importante que concentra grande energia, quase um centro de reuniões de antigas entidades, ou qualquer conversa nada esclarecedora do Wednesday. Mas os “brinquedos” não são isso, e o lugar realmente não é tao normal quanto parece. Lentamente, seres estranhos aparecem no local e dialogam com Wednesday e Shadow, este sem entender no que foi envolvido e aquele prestes a fazer um acerto de contas. Os tais seres são deuses antigos, esquecidos pela humanidade em favor de outras entidades poderosas – talvez deuses “novos” com telas luminosas e ações imediatas, satisfazendo os seguidores com prazeres rápidos que não exigem pactos nem juramentos com sangue, essa moeda velha e gasta, pois a atenção pode ser mais valiosa.

Neil Gaiman combina mitologias e as insere em sua ficção como personagens em um campo de batalha, quase um tabuleiro gigante de xadrez com passos calculados e ninguém pode saber muito do outro lado. As entidades parecem ter força limitada e suas características mais próximas dos humanos são mais evidentes que seus poderes, quase à maneira da mitologia grega, onde os deuses brigam e sangram feito gente. Quem conhece a já mencionada saga de quadrinhos Sandman sabe do cuidado do autor com tais referências, e também o quanto o dito “real” se mistura com sonhos e fantasias até o ponto em que alguém – personagem ou leitor – pode não saber onde está. E quem não conhece pode ter um belíssimo primeiro passo com esta obra, categorizada como fantástica e que dá muitas margens para interpretar a realidade.

DEUSES AMERICANOS | Neil Gaiman

Editora: Intrínseca;
Tradução: Leonardo Alves;
Tamanho: 576 págs.;
Lançamento: Outubro, 2016.

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Tags: Crítica LiteráriaDeuses AmericanosFantasiaLiteraturaLiteratura FantásticaMitologiasNeil GaimanRealidadeRomance

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