• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
28 de junho de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Home Literatura Ponto e Vírgula

‘Contos de Kolimá: 1’: o testemunho do horror dos gulags

Em 'Contos de Kolimá', Varlam Chalámov narra a tragédia dos gulags, vivida pelo próprio autor, compondo um relato autobiográfico sem floreios.

Luiz Henrique Budant por Luiz Henrique Budant
23 de abril de 2018
em Ponto e Vírgula
A A
'Contos de Kolimá: 1': o testemunho do horror dos gulags

Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Enquanto escrevo, lá fora faz uns 24ºC. Os que me leem, quero convidá-los a um mundo tão distante quanto o extremo leste da Sibéria e não raro com termômetros 80ºC a menos do que os agradáveis 24ºC de hoje. Quero convidá-los a um mundo onde se aprende que o cuspe congela no ar a -50ºC e, principalmente, em que podemos ver quão fino é o véu com que nos cobrimos e nos dá o nome de “civilizados” ou “éticos”… Lá, percebemos “com que facilidade o homem se esquece de ser um homem”. Convido-os para os Contos de Kolimá: 1, de Varlam Chalámov.

Atualmente traduzido para português nas mãos de excelentes tradutores (o primeiro volume é da lavra de Denise Sales e Elena Vasilevich; sim, são 6 volumes, pela Editora 34), o ciclo de Kolimá ocupou a vida inteira de Chalámov. Pudera! Depois de visitar o “outro mundo” (faço menção ao livro Inny Świat, do polonês Gustaw Herling-Grudziński), Chalámov decide “dedicar o resto de sua vida” (p. 13) ao dever ético de narrar a tragédia dos gulags, para onde a ditadura stalinista enviava prisioneiros a fim de que cumprissem pena de “trabalhos correcionais” (o que significava, podemos ver pelo relato de Chalámov, trabalhar sob frio inumano, sem roupas adequadas e à base de sopa rala e, com sorte, um naco de pão).

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Uma literatura que testemunha o horror

Esta ideia de um dever ético de narrar o horror vivido é muito presente na literatura de testemunho. Podemos vê-la, por exemplo, em Primo Levi, Imre Kértesz, Tadeusz Borowski, no já mencionado Gustaw Herling-Grudziński ou, ainda, em Alieksandr Soljenítsin. Todos narram horrores diferentes e de distintas maneiras, mas a noção de que “é preciso dar testemunho” está ali.

O terror, a fome, a exaustão, as doenças, as automutilações (!) e o frio estão condensados em cada página dos Contos de Kolimá.

A ideia do testemunho pode sugerir que há um apagamento do trabalho literário, mas não é disso que se trata. Podemos ver que há trabalho literário e de excelente qualidade na literatura de testemunho. Na obra de Chalámov, em especial, poderemos notar, por exemplo, frases mais curtas. “Socos textuais” em nossas caras bem-alimentadas. A sequência dos contos é “cuidadosa”, assinala Irina P. Sirotínskaia, em prefácio para a edição italiana dos Contos de Kolimá e que, na tradução de Diana Szylit, podemos ler na edição brasileira do primeiro volume. Ainda citando a pesquisadora e amiga pessoal de Chalámov: “o desencadear espiralado das temáticas, o simbolismo da estrutura narrativa, o subtexto filosófico, o ritmo da prosa – tudo foi muito bem equilibrado na precisa balança da intuição criativa e da maestria profissional” (p. 11).

Sirotínskaia nos informa que “o leitor deste livro deve ficar imerso em um grande cansaço espiritual” (p. 13). Acrescento que o leitor provavelmente padecerá de insônia, possivelmente terá vontade de consultar um psicanalista e é bem provável que acabe indo buscar uma blusa de lã para vestir. O terror, a fome, a exaustão, as doenças, as automutilações (!) e o frio estão condensados em cada página dos Contos de Kolimá e, parece-me, nossa experiência de leitura será tão valiosa o quão forem fortes as sensações que ela nos causar, quão profundamente nos fizer refletir sobre os abismos da alma humana (sim, “porque a alma humana é um abismo”).

Itinerário apresentado, convido-os, vocês que me leem, a conhecer Kolimá, a conhecer um pouco mais da excelente literatura daquela que muitas vezes é chamada de “a outra Europa”, temas sobre os quais pretendo escrever aqui na Escotilha.

CONTOS DE KOLIMÁ, VOL 1 – Varlam Chalámov

Editora: 34;
Tradução: Denise Sales e Elena Vasilevich;
Tamanho: 304 págs.;
Lançamento: Agosto, 2015 (atual edição).

COMPRE O LIVRO E AJUDE A ESCOTILHA

Tags: book reviewContos de Kolimácontos russoscrítica literáriaEditora 34gulagliteraturaliteratura de testemunhoresenhareviewvarlam chalamov
Post Anterior

‘BBB 18’: uma edição sobre representatividade, família e vingança

Próximo Post

‘La Casa de Papel’ e o poder de uma boa história

Posts Relacionados

'Os Coadjuvantes', de Clara Drummond, é um petardo ácido sobre as elites brasileiras

‘Os Coadjuvantes’, de Clara Drummond, é um petardo ácido sobre as elites brasileiras

24 de junho de 2022
A literatura e a morte: conheça 5 livros sobre o processo do luto

A literatura e a morte: conheça 5 livros sobre o processo do luto

30 de maio de 2022

Aline Bei: “Preencho a página da forma mais poética que conseguir”

23 de maio de 2022

‘Animal’, de Lisa Taddeo: o retrato de uma mulher violada

16 de maio de 2022

‘A Vida Mentirosa dos Adultos’: um pequeno grande romance sobre as dores do crescimento

20 de abril de 2022

Em ‘Arrastados’, Daniela Arbex reconstitui o tsunami de lama em Brumadinho

15 de março de 2022

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Vida Secreta de Zoe’ fica entre o apelo erótico e a prestação de serviço

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Casa Mágica da Gabby’: por muito mais gatinhos fofinhos e coloridos

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ’90 dias para casar’ é puro deleite e deboche cultural

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In