• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
25 de maio de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados

‘O crime do restaurante chinês’: quando a cor da pele vira prova do crime

Livro de Boris Fausto, 'O crime do restaurante chinês' discute a polícia no Brasil, o racismo, a natureza da criminalidade e a atuação da imprensa.

Heloise Auer por Heloise Auer
11 de agosto de 2018
em Ponto e Vírgula
A A
‘O crime do restaurante chinês’: quando a cor da pele vira prova do crime

Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

O crime do restaurante chinês, de Boris Fausto, é um livro-reportagem sobre o crime brutal que chocou a cidade de São Paulo, em 1938, quando corpos de quatro vítimas foram encontrados dilacerados no interior de um pequeno restaurante chinês.

O caso explodiu nas rádios e ganhou destaques nas manchetes, sempre trazendo especulações acerca de “um acerto de contas entre amarelos”. A grande repercussão na mídia e nas conversas de bar abriu espaço para o exibicionismo das instituições de investigação, que na época eram incumbidas de suprimir aquela enorme interrogação.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

O livro se constrói a partir da análise da figura de um suspeito em específico: Arias de Oliveira, preto, pobre, desempregado e faminto. No julgamento do caso, o sistema judiciário se mostra classista e racista, com juízes e promotores mais preocupados em achar um culpado do que em solucionar o crime de fato.

Cor da pele como prova do crime

O promotor público responsável pelo caso, Dr. Rafael Oliveira Pirajá, construiu sua argumentação baseado na “vida fácil” que Arias levava. Segundo ele, o suspeito pulava de emprego em emprego, era sustentado pelos amigos e adepto da folia de carnaval. As características de Arias – migrante negro, trabalhador marginalizado, pobre e pouco escolarizado – eram vistos como possíveis provas de seu mau caráter. A abundante referência à cor preta de algumas testemunhas e do próprio Arias indicam essa naturalização do racismo.

Além disso, em 1930, estava em alta o positivismo criminológico. Por isso, quando se iniciaram as suspeitas contra Arias de Oliveira como sendo o assassino do “Crime do Restaurante Chinês”, foram aplicados nele diversos testes antropomórficos, como o de Jung-Bleuler, de Rorschach, de Kretschmer e o de Lombroso. Esse último, de bastante repercussão, estuda a essência do criminoso, com base em traços físicos e mentais com indivíduos encarcerados, doentes mentais e soldados. Para ele, seria possível desvendar o caráter de uma pessoa pelo exame dos elementos morfológicos do corpo, a chamada fisiognomia.

A abundante referência à cor preta de algumas testemunhas e do próprio Arias indicam essa naturalização do racismo.

Uma das premissas da teoria de Lombroso diz respeito à semelhança entre macacos e indivíduos de mau caráter. Portanto, Arias de Oliveira, com seus traços negros, se encaixou perfeitamente no estereótipo de assassino defendido pelo cientista.

Outra tese da escola positivista que afetou o caso deu-se pelo fato dessa corrente teórica refutar a existência do júri popular. Segundo os estudiosos, deveria ser barrada “por não ter competência técnica, tender ao passionalismo e estar sujeito à retórica de advogados experientes, capazes de manipular o sentimentalismo dos jurados”.

Diversos interesses convergiam para a condenação de Aires, entre eles estavam o prestígio que poderia ser trazido às instituições policiais com uma solução rápida do crime, que apaziguasse a insegurança popular e a comprovação da supremacia científica sobre os métodos subjetivos tradicionalmente utilizados.

A teoria de Lombroso foi a carta na manga de um sistema policial racista, que pôde justificar cientificamente a prisão de um negro.

O CRIME DO RESTAURANTE CHINÊS | Boris Fausto

Editora: Companhia das Letras;
Tamanho: 264 págs.;
Lançamento: Abril, 2009.

COMPRE O LIVRO E AJUDE A ESCOTILHA

Tags: 1930arias de oliveirabookboris faustoCompanhia das Letrascrime do restaurante chinescrítica literárialiteraturalivro-reportagemlombrosoracismoresenharesenha de livrosreviewSão Paulo
Post Anterior

‘Adaptação’ é a mais verdadeira demonstração da genialidade de Charlie Kaufman

Próximo Post

A bancada que representa

Posts Relacionados

A escritora Aline Bei

Aline Bei: “Preencho a página da forma mais poética que conseguir”

23 de maio de 2022
'Animal', de Lisa Taddeo: o retrato de uma mulher violada

‘Animal’, de Lisa Taddeo: o retrato de uma mulher violada

16 de maio de 2022

‘A Vida Mentirosa dos Adultos’: um pequeno grande romance sobre as dores do crescimento

20 de abril de 2022

Em ‘Arrastados’, Daniela Arbex reconstitui o tsunami de lama em Brumadinho

15 de março de 2022

Literatura: o que nos comoveu em 2021?

22 de dezembro de 2021

‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

17 de dezembro de 2021
  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • 25 anos de ‘Xica da Silva’, uma novela inacreditável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘O Nome da Morte’ usa violência crua em história real de matador de aluguel

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • Matt Damon brilha como pai atormentado de ‘Stillwater’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2021 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In