• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Música

A eternidade de Jorge Ben Jor

porRodrigo Lorenzi
13 de maio de 2016
em Música
A A
Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

O clima no saguão do Teatro Positivo era o de uma noite quente de verão de dezembro. Embora o público estivesse encasacado por causa dos 15 ºC que fazia na cidade, havia gente preparada para o samba, o rock, o funk, o maracatu e todas os ritmos presentes no auê musical inventado por Jorge Ben Jor. Ainda que o show do cantor fosse uma homenagem ao dia das mães, exclusivo para alguns clientes do Shopping Curitiba, na capital paranaense, o público era bastante diversificado, indo de mães empolgadas, homens de meia idade um pouco travados e até adolescentes inspirados, que embora não tivessem nem nascido na época em que Ben Jor despontou no cenário musical, sabiam todas as músicas e a história de vida do cantor.

Comportados, o público senta e aguarda. Às 20h45, Jorge Ben Jor entra com seu característico óculos escuro, acompanhado pela Banda do Zé Pretinho. Não fala muito, dá boa noite e começa a cantar “Jorge da Capadócia” (Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge / Para que meus inimigos tenham pés, não me alcancem), emendando com “Salve Simpatia” (Para animar a festa), “Santa Clara Clareou” e “A Minha Menina”. Nessa hora, o teatro nem precisava mais de cadeiras. O público, quase todo de pé, sambava. Alguns tímidos ainda sentados se balançavam inquietos, meio que encantados com o carnaval fora de época dentro do teatro.

Com 27 discos lançados entre 1963 e e 2007, Ben Jor passeia à vontade por sua discografia, certo de que sua música basta. Assim, não há espaço para muito papo entre artista e plateia, o que não se faz necessário. Com 71 anos e uma leveza que impressiona, Jorge Ben Jor conduz sua guitarra com a mesma segurança com a qual conduz a plateia. Interação mesmo ele tem com sua banda, formada por Lucas Fernandes (bateria), Lourival Costa (teclados), Neném da Cuíca e Dadi Carvalho (baixo), Marlon Sete (trompete) e Jean Arnout (saxofone).

Alguns tímidos ainda sentados se balançavam inquietos, meio que encantados com o carnaval fora de época.

Os poucos ainda sentados agora se levantam quando Jorge Ben inicia “Mas Que Nada”, do álbum Samba Esquema Novo (1963), e “Os Alquimistas Estão Chegando”, do disco A Tábua de Esmeralda (1974). As mães ganham destaque quando o cantor recita versos do poeta alagoano Jorge de Lima (“Você está aqui, quando não está aqui / E quando está aqui, está aqui duas vezes / Uma no meu coração e na outra vez também / Porque você é o meu amor). Logo depois, emenda a jovial “Quero Toda Noite”, parceria sua com o cantor Fiuk.

Após uma breve pausa, com direto a um belo solo de teclado de Lourival Costa, Jorge Ben Jor volta todo de branco e canta as músicas radiofônicas que fizeram dele respeitado da periferia à elite. O teatro parecia invadido por uma escola de samba. Jorge Ben vai de canções sobre amor, sobre a dor de um rompimento, sobre a boemia carioca até os hits nacionais gravados na memória poética e nos carnavais.

E embora suas músicas sejam tão rítmicas que fique um pouco difícil prestar atenção na genialidade da letra, Ben Jor continua prestando um serviço importantíssimo à música brasileira para a construção de uma sociedade com tanta necessidade de pluralidade. Associando religião, alquimia, futebol e crônicas do cotidiano, o músico homenageia a cultura negra e a engrandece em cada verso.

A festa disfarçada de show dura mais de duas horas e não cansa. No final, após enlouquecer o público com “W/Brasil”, “Chove Chuva”, “Fio Maravilha” e “País Tropical”, Jorge Ben Jor vai encerrando o show com “Gostosa”, “Taj Mahal” e a “Banda do Zè Pretinho”. Nessa hora, cerca de 20 meninas sobem ao palco para animar a festa do cantor. Ao contrário do que se pode esperar de um show comportado dentro de um teatro, Jorge Ben samba junto, deixa as moças cantarolarem ao microfone, canta parabéns para a Flávia e entrega uma faixa para uma mãe. É quase como se estivéssemos no churrasco de um amigo, maravilhados com o ritmo singular criado pelo músico. Suas tantas canções, com mais 50 anos, não envelhecem nem por um segundo. A eternidade, para alguns, é possível.

Em tempo, o pessoal do camarote parecia um pouco tímido, parecendo ansioso para participar da festa lá embaixo. É que Jorge Ben Jor não foi feito para camarotes.

fb-post-cta

Tags: banda do zé pretinhoBen JorCuritibaJorge BenJorge Ben JorMas que nadaMúsicaos alquimistas estão chegandoShopping CuritibaShowtaj mahalTeatroTeatro Positivo

VEJA TAMBÉM

Cantora neozelandesa causou furor com capa de novo álbum. Imagem: Thistle Brown / Divulgação.
Música

Lorde renasce em ‘Virgin’ com pop cru e sem medo da dor

3 de julho de 2025
Músico partiu aos 88 anos, deixando imenso legado à música brasileira. Imagem: Reprodução.
Música

Bira Presidente: o legado de um gigante do samba

16 de junho de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Imagem: Reprodução.

Na 49ª Mostra Internacional de Cinema, São Paulo volta a ser capital mundial das imagens

15 de outubro de 2025
Remake chega ao final na próxima sexta-feira. Imagem: TV Globo / Divulgação.

‘Vale Tudo’ é um reflexo embaçado do Brasil

15 de outubro de 2025
'O Último Episódio': angústia adolescente. Imagem: Filmes de Plástico / Divulgação.

‘O Último Episódio’ aposta na nostalgia para falar sobre as dores do crescimento

9 de outubro de 2025
Autor húngaro recebeu a premiação da Academia Sueca em 2025. Imagem: Niklas Elmehed / Reprodução.

László Krasznahorkai vence o Prêmio Nobel de Literatura de 2025

9 de outubro de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.