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Home Música

A “morte” do mp3 e o legado que ele deixa

porRômulo Candal
18 de maio de 2017
em Música
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Você deve ter lido por aí nos últimos dias: o mp3 está morto. No dia 12 de maio de 2017, depois de mais de duas décadas, o Fraunhofer Institut – instituição alemã responsável pela criação e desenvolvimento do mp3 – anunciou o encerramento do programa de licenças do formato, decretando assim sua “morte oficial”.

O mp3 marcou época. Ao longo desse tempo, ele conquistou o mundo e foi a principal ferramenta utilizada para a disseminação da música ao redor do globo. Foram anos de dominação digital, uma era em que o compartilhamento de arquivos nesse formato mudou o jogo da indústria musical drástica e definitivamente – pelo menos até aqui.

Um formato “natimorto”

Tecnicamente, o mp3 já está morto há, também, mais de duas décadas. É o que diz logo a primeira frase do (excelente) livro Como a Música Ficou Grátis, do jornalista Stephen Witt: “A morte do mp3 foi anunciada em uma sala de reunião em Erlangen, Alemanha, na primavera de 1995”. Ou seja: o mp3, formalmente, fracassou antes mesmo de ser lançado.

De 87 a 95, o clima era de incessante pesquisa e trabalho duro no Fraunhofer. Principais responsáveis pelo projeto, Bernhard Grill e Karl-Heinz Brandenburg se debruçaram incansavelmente no desenvolvimento do mp3, acreditando no potencial do formato. O objetivo era atingir um padrão de compressão alto com pouca (ou nenhuma) perda de qualidade sonora – em resumo, utilizar menos dados para entregar um som equivalente aos formatos estabelecidos, como o CD. E conseguiram: apesar da negação dos audiófilos, a ciência afirma que as frequências suprimidas pela tecnologia mp3 não são detectadas pelo ouvido humano.

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O que aconteceu a partir daí foi um grande jogo de interesses. Apesar de superior em vários aspectos, o mp3 enfrentou uma forte concorrência nos concursos realizados pelo comitê de padronização de tecnologias Moving Picture Experts Group (MPEG), que definia o padrão a ser usado pela indústria. Logo de cara, no primeiro concurso, o Fraunhofer terminou “empatado” com um grupo chamado Musicam – mais poderoso e ligado a uma certa empresa holandesa chamada Philips. E aí o mp3 perdeu. E perdeu vários outros concursos semelhantes.

O sucesso na informalidade

Cansados de derrotas, os pesquisadores resolveram facilitar as coisas para o usuário e distribuíram dois softwares: um codificador de mp3 e um player para o formato. Foi como acender um estopim: os programas, somados ao crescimento da internet, geraram uma propagação enorme do mp3, que passou a ser o formato “oficial” da pirataria online. Não demorou para que vários desenvolvedores se interessassem pela tecnologia, aperfeiçoando os softwares para facilitar a utilização pelo usuário médio e adicionando funcionalidades. Foi assim que nasceu o popularíssimo player Winamp, por exemplo: graças à vontade que um desenvolvedor teve de melhorar a organização dos arquivos mp3 que possuía.

Imagem de tela do antigo player Winamp
“Winamp: It really whips the llama’s ass”, dizia o slogan. Foto: Reprodução.

Assim se estabeleceu a era de ouro do mp3. Se ele não foi o formato oficial utilizado pela indústria, com certeza foi a extensão definitiva do mercado informal. Com o crescimento de redes como o IRC e os sistemas de compartilhamentos peer-to-peer (através do qual os arquivos eram compartilhados diretamente entre os computadores dos usuários) como o torrent, o mp3 tornou-se onipresente na internet, do fim dos anos 90 até muito recentemente.

Winamp, Napster, Kazaa, eMule, AudioGalaxy, LimeWire e Bit Torrent, entre outros, foram os softwares que definiram uma geração que se acostumou a não mais pagar por música. A lógica dos jovens entusiastas era uma bastante óbvia: por que alguém pagaria por algo que existe gratuitamente? E dá-lhe comunidades gigantes dedicadas ao compartilhamento de arquivos de áudio, que disponibilizavam discografias inteiras, gratuitas, à distância de alguns cliques, numa quantidade jamais imaginada – que atire a primeira pedra aquele que nunca baixou um disco na Discografias, do finado Orkut.

Winamp, Napster, Kazaa, eMule, AudioGalaxy, LimeWire e Bit Torrent, entre outros, foram os softwares que definiram uma geração que se acostumou a não mais pagar por música.

E dá-lhe também vazamentos de álbuns antes do lançamento, que atrapalhavam as vendas e os trabalhos de marketing das gravadoras. Foi a era da pirataria musical e, paralelamente, a era da guerra contra ela – mexer com um mercado grande e consolidado significa mexer com o bolso de muitos executivos importantes. Mas apesar de brigas judiciais como a da RIAA (Associação da Indústria Fonográfica dos EUA) e os usuários, ou o histórico embate entre Metallica e Napster, foi impossível frear a nova tendência – e a indústria fonográfica até hoje vem tentando lidar com isso.

E agora?

Estudos afirmam que a popularização dos serviços de streaming como o Spotify e o Deezer está diminuindo a pirataria. Para alguns especialistas, inclusive, a tendência é de que o hábito de baixar música (legal ou ilegalmente) desapareça antes mesmo do CD. Enquanto isso, o Fraunhofer dedica as atenções ao formato .aac, tecnologia mais eficiente do que o mp3 e também desenvolvida pelo instituto.

Mas o fato é que a “morte do mp3” é meramente simbólica: é apenas o fim da licença que a instituição criadora possuía e, na prática, nada muda com o formato. Se você veio da era de ouro do mp3 e quer continuar usando, pode ficar tranquilo: os softwares de busca, download, codificação e reprodução continuarão funcionando – ao menos enquanto houver gente interessada.

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Tags: Como a Música Ficou GrátisDeezerFraunhofermorte do mp3mp3MúsicapiratariaSpotifystephen wittStreaming

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