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El Toro Fuerte e eliminadorzinho: dois discos de um Brasil alternativo

Mistura de vertentes do rock cria uma cena melódica e bela por vários cantos do Brasil, com bandas como El Toro Fuerte (MG) e eliminadorzinho (SP).

porLucas Paraizo
15 de dezembro de 2016
em Música
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El Toro Fuerte e eliminadorzinho: dois discos de um Brasil alternativo

Imagem: Reprodução.

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Este ano nos atropelou e ficamos sentados no meio-fio atônitos esperando entender o que aconteceu. Que não foi fácil o 2016 todos sabem, e parece que nem mesmo a música ainda conseguiu traduzir o que houve nos últimos tempos de uma forma clara. O que sabemos, ao menos, é que no meio de tanta gente ruim e coisas ruins, existe a beleza.

É com a beleza da tristeza, da luz no fim do túnel e dos sentimentos de inaptidão em um mundo aos pedaços que criam bandas que vou (tentar) reunir em uma mini-retrospectiva que começo na Escotilha hoje. Um olhar breve sobre bandas brasileiras que surgiram de um cenário borbulhante e lançaram grandes discos no ano em um lado alternativo da música nacional.

Começamos, então, por um registro que comprova o fio de esperança que o brasileiro carrega dentro de si nas horas mais escuras. Um Tempo Lindo Para Estar Vivo é o nome do primeiro álbum do trio mineiro El Toro Fuerte, uma obra de dez canções que trata da mais pura beleza que nasce da melancolia em músicas que nascem do rock e flertam com o emo, math-rock e pós-rock.

Um Tempo Lindo Para Estar Vivo é um dos mais belos registros do rock nacional no ano, vindo de uma banda que demonstra ter um domínio absurdo das sensações que quer transmitir.

Com sons de ondas batendo, chamadas de telefone e outros truques, o El Toro Fuerte cria ambientes e histórias em cada uma de suas faixas, com letras introspectivas que falam sobre aceitação.

É um disco sobre um olhar para si mesmo nos piores momentos e se conhecer, com destaque para músicas como “Mudança” e “Canção para um Desencontro”, mas, especialmente, no hino “João e o Mar”, uma das melhores faixas da música brasileira em 2016.

Um épico de oito minutos de efeitos sonoros, guitarras e bateria que formam uma melodia crescente e arrepiante que se soma ao vocal ecoado. Ao fim da música, a frase “Hoje o único fantasma em mim sou eu” é feita para ser acompanhada a plenos pulmões por pessoas hipnotizadas pelo som da banda.

Um Tempo Lindo Para Estar Vivo é um dos mais belos registros do rock nacional no ano, vindo de uma banda que demonstra ter um domínio absurdo das sensações que quer transmitir. Dos momentos de beleza sutil às explosões de guitarra no melhor estilo de bandas como Explosions In the Sky, o El Toro Fuerte sabe ser emocionante.

Com uma sensibilidade parecida, mas escondida atrás das paredes de guitarras distorcidas, está um segundo nome que merece destaque nesta cena alternativa nacional. Guitarras afinadas com base no Sonic Youth e uma pegada melódica criam as imagens da banda paulista eliminadorzinho (o nome vem da música “Eliminator Jr.”, do Sonic Youth). Nada Mais Restará é o primeiro EP do grupo, com gravação caseira e quatro músicas que remetem a um tipo de som que cresce no Brasil, desde a Lupe de Lupe (talvez a banda alternativa mais influente dos últimos anos) aos cariocas do gorduratrans e seu repertório infindável de dolorosas piadas (2015).

A eliminadorzinho é mais uma banda que surge logo de cara no cenário com um ótimo trabalho. O primeiro EP do trio paulista é uma prova de como é criativo, de qualidade e até inovador esse lado B do país. “das vezes que conversamos na cama e acabamos dormindo”, canção que encerra Nada Mais Restará, traz bem o clima de despedidas e finais que permeia o EP, que tenta manter como constante o sentimento de inadequação nas letras cantadas como se estivessem abafadas, distantes, encobertas pelas guitarras.

A Lupe de Lupe, citada antes, entrou em hiato e a Bichano Records, gravadora que lançou o disco da El Toro Fuerte, anunciou o fim das atividades há alguns meses. O próprio ciclo dentro da cena alternativa brasileira foi se renovando ao longo do ano e teve alguns fins ao lado das novidades. Houve também quem voltasse de longas datas, como o Ludovic, mas os novos sons de quem tem se aventurado na música ajudaram a fazer um 2016 melhor e mostraram, novamente, como é boa a produção nacional fora dos meios mais populares.

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Tags: Crítica MusicalEl Toro FuerteeliminadorzinhoExplosions in the Skygorduratranslupe de lupeMúsicaMúsica Brasileiranada mais restaráRockrock independenteSonic YouthUm tempo lindo para estar vivo

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