Imagine só que o seu ciclo social é composto por amigos influentes e você, apesar de ser ótimo no que faz, ainda assim não é dos mais comentados. É mais ou menos nesse cenário que a banda inglesa Canterbury se encontra.
O grupo, que foi formado em 2005, já excursionou pelo país de origem com bandas como Against Me! e You Me at Six, mas nunca chegou a figurar como a grande promissora junto desses artistas. Uma pena, pois os garotos sabem o que fazem.
Inicialmente um grupo de universitários, a banda só conseguiu compilar seus materiais para um álbum em 2009. Entitulado de Thank You, foi o cartão de visitas dos jovens ao mundo da música inglesa.
O som da Canterbury não é para ouvidos acostumados com o pop rock de rádio comum. Por mais que os visuais adotados da banda vendam essa imagem, o grupo sabe unir boas referências sonoras de seu país de origem.
O som da Canterbury não é para ouvidos acostumados com o pop rock de rádio comum. Por mais que os visuais adotados da banda vendam essa imagem, o grupo sabe unir boas referências sonoras de seu país de origem.
Em Thank You, a relação sonora da banda com o brit-pop energético do Blur é bem precisa e alguns elementos do indie-pop, que também tem sido predominante no país, se misturam em faixas energéticas. Some-se isso ao tradicional pop-punk no campus universitário e você tem a estrutura que sustenta a banda.
O álbum de estréia da banda ainda contou com a distribuição gratuita em seu site e algumas páginas em redes sociais (que começavam a ganhar destaque na época). A partir daí, o grupo saiu em turnê com as bandas citadas anteriormente, conquistando uma boa legião de fãs. Mesmo consolidada no Reino Unido, Canterbury merecia mais atenção por esses lados.
Eu dei uma sondada em Thank You um tempo depois que ouvi falar sobre a banda e minha impressão foi realmente como era de se esperar: um som bem cativante, algumas levadas eletrônicas e muita juventude inserida nos velhos contextos de sempre, desde aquela farra com amigos aos sentimentos não tão correspondidos.
Quanto ao álbum, a faixa “Sparks Will Fly” pode falar por ele. Cheia de explosões, essa música entra no contexto muito bom do material que esperou tanto tempo para ser produzido e divulgado. Logo ela também se torna o ponto alto de uma banda que tem na veia do pop dançante algo muito bom para se ouvir por uns momentos.
Os trabalhos seguintes do Canterbury seguem uma linhagem mais séria, mas com explosões ainda maiores e um amadurecimento cada vez mais nítido.
A verdade é que o som dos garotos não é aquele primor de lendas do rock, mas é algo conciso e tão bacana que vale alguns minutos para ser apreciado e fazer trilha sonora de uma semana com algo mais de bom humor.