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ÍNDIGO – Desvendando o lineup: Otoboke Beaver

Com registros como 'Itekoma Hit's (2019) e 'Super Champon' (2022), Otoboke Beaver impõe seu caos coreografado: quatro mulheres que cantam em japonês, sob o riso e o grito, sobre sexo, gênero e livrar-se da lógica do “dever ser”.

porAlejandro Mercado
29 de outubro de 2025
em Música
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Quarteto japonês mostrará ao público a energia que as catapultou à fama global. Imagem: Mayumi Hirata / Divulgação.

Quarteto japonês mostrará ao público a energia que as catapultou à fama global. Imagem: Mayumi Hirata / Divulgação.

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Desde os primeiros segundos, a Otoboke Beaver soa como se alguém tivesse ligado quatro amplificadores no máximo e derrubado a mesa do controle: curto, agudo, implacável. Formado em Quioto em 2009, o quarteto feminino construiu uma assinatura sonora que mistura punk hardcore, garage e toques de math-rock — músicas que chegam e passam como um soco rápido, muitas vezes em menos de dois minutos.

O grupo — hoje composto por Accorinrin (vocal), Yoyoyoshie (guitarra), Hiro-chan (baixo) e Kahokiss (bateria) — aprendeu cedo a transformar contradição em idioma: letras cantadas em japonês, atropeladas por gritos e ganchos irônicos, falam de relacionamentos tóxicos, maternidade, irritações cotidianas e da pressão social sobre as mulheres, mas fazem isso com humor ácido e uma precisão instrumental surpreendente.

Discograficamente, a banda reforçou seu lugar no mapa com Itekoma Hits (2019) — um vendaval de riffs que a crítica reconheceu como uma mistura de raiva e diversão — e, mais recentemente, Super Champon (2022), um disco de 18 faixas lançado pela Damnably que recebeu elogios por condensar caos, concisão e humor em vinte minutos de energia absoluta. Leia-se: consistência tanto na fúria quanto no senso de composição.

Há algo deliberadamente teatral na forma como a Otoboke Beaver opera. O nome da banda, proveniente de um “hotel do amor” local (estabelecimento muito semelhante em estilo e propósito aos motéis, típicos no Japão e Coreio do Sul), já dá pista do sentido de provocação que elas cultivam — não apenas choque gratuito, mas um desapego irônico que desarma qualquer tentativa de tradução literal. No palco, as integrantes comandam um fluxo caótico que, paradoxalmente, exige técnica: mudanças bruscas de tempo, pontes nervosas e um senso rítmico tão afiado que o efeito final é de “caos coreografado”.

A recepção internacional tem sido consistente: performances em festivais como o SXSW e cobertura por veículos como Pitchfork e Rolling Stone ajudaram a criar uma reputação de espetáculo imprevisível e contagiante — não raro o público sai tão exausto quanto encantado. Esse capital internacional explica, em parte, a presença da banda no lineup do festival ÍNDIGO em São Paulo, onde tocará no próximo dia 2 de novembro.

O que distingue a Otoboke Beaver de muitos atos contemporâneos é o uso político da raiva sem didatismo.

O que distingue a Otoboke Beaver de muitos atos contemporâneos é o uso político da raiva sem didatismo: não é uma banda que entrega um manifesto; prefere encarnar frustrações em personagens, cenas domésticas e humores. A voz de Accorinrin alterna entre o histérico e o sardônico, enquanto a base instrumental nunca permite que o capricho se torne autopiedade — as músicas sempre voltam ao ponto: rápidas, cortantes e, acima de tudo, eficientes.

Para o público paulistano, esperar por uma aula prática de como transformar pequenas humilhações diárias em punk é pouco: o que a Otoboke Beaver oferece é um espelho ruidoso. Não é um som concebido para conforto. É um choque que, se você permitir, diz algo direto sobre raiva, gênero e ritmo — e ainda te faz rir no intervalo entre um riff e outro. Chegue cedo; a energia é curta, intensa e não costuma perdoar quem chega atrasado.

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Tags: ÍNDIGOMúsicaOtoboke Beaver

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