Um mês antes de completar 89 anos, o diretor teatral Antunes Filho mantém sua característica imponente e potente no cenário teatral. Seja em suas experimentações, produções ou métodos teatrais, o diretor, que possui uma vasta contribuição para a história do teatro brasileiro, continua produzindo e dirigindo espetáculos. Em setembro, estreou Eu Estava em Minha Casa e Esperava que a Chuva Chegasse, do dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce.
Em cartaz desde setembro, espetáculo deve ficar em cartaz até dezembro no SESC de Santos/SP. “Eu Estava em Minha Casa e Esperava que a Chuva Chegasse” é uma releitura de peça do dramaturgo Jean-Luc Lagarce
Considerado pela classe artística e pela crítica teatral como um dos nomes mais expressivos e determinantes do teatro brasileiro, Antunes Filho começou sua carreira como assistente de direção no TBC, Teatro Brasileiro de Comédia, onde trabalhou com inúmeras personalidades, que vieram influenciar sua trajetória nas artes cênicas.
O dramaturgo recebeu mais de 60 prêmios, em diversas categorias, entre eles o de melhor espetáculo teatral, em 1952, por Macunaíma; o de melhor diretor pelo espetáculo A hora e a vez de Augusto Matraga; além de outras premiações como o Prêmio Molière.
A fala de seus colegas de profissão demonstra uma mistura de todas as lembranças e aprendizados do oficio que o diretor contribuiu para o teatro brasileiro.
Sua trajetória pode ser bem compreendida a parir de O Teatro Segundo Antunes Filho, série documental divida em seis capítulos (“As origens de um artista”; “A década das transgressões”; “Desafios de um tempo duro”; “Mestre e discípulos”; “A poética do mal”; “O método”), que contempla o percurso do diretor no teatro. Cada episódio da produção de 2002, que segmenta algumas interfaces da vida profissional do diretor, possui em média 50 minutos.
Nascido em São Paulo em 1929, José Alves Antunes Filho é da primeira geração dos encenadores brasileiros. O diretor foi o primeiro a empreender em uma obra totalmente autoral quando montou, em 1978, a peça Macunaíma, com a Companhia Paulista de Teatro (CPT). O espetáculo é considerado como um marco histórico da contemporaneidade do teatro brasileiro.
Criador, diretor, encenador teatro, Antunes Filho narra sua trajetória na série. O Teatro Segundo Antunes Filho documenta também algumas peças, momentos de bastidores e ensaios de seus trabalhos. Colegas de trabalho, além de seu método teatral, também podem ser vislumbrados através da produção.
Com direção de Amilcar M. Claro, a série-documentário também retrata períodos da história do país, como a Ditadura Militar (1964 – 1985) e a dificuldade de produzir teatro na época. A produção reúne ainda as origens de Antunes Filho, e sua relação com o cinema e teatro na infância, além da sua relação com família, trabalhos, colegas e influências.
O Teatro Segundo Antunes Filho junta críticos teatrais, colegas de trabalho, atores e atrizes que já foram dirigidos ou trabalharam com o dramaturgo. Raul Cortez, Laura Cardoso, Eva Wilma são algumas das personalidades que também contam suas experiências e memórias de trabalho com Antunes Filho.
A fala de seus colegas de profissão demonstra uma mistura de todas as lembranças e aprendizados do oficio que o diretor contribuiu para o teatro brasileiro, e o quanto a sua influência persiste em ser atemporal. No episódio intitulado “A Década das Trangressões”, revela-se algumas de suas montagens cênicas como Yerma; A Cozinha; A falecida e A megera domada, trabalhos que contribuíram não só para a consolidação de sua estética, mas também para o teatro brasileiro.







