Morrer, voltar no tempo e morrer de novo. É assim que somos apresentados à série Boneca Russa logo no seu início. Em mais uma produção que promete “bugar” a sua cabeça, assim como fez e vem fazendo Black Mirror, a Netflix acaba de lançar em sua plataforma a história de uma mulher chamada Nadia, uma engenheira de software que morre no dia de seu aniversário.
Antes de continuar, vale saber que o nome da série foi dado em homenagem às matrioskas, bonecas russas feitas principalmente de madeira que se encaixam uma dentro da outra. Ou seja, é uma boneca dentro de uma boneca dentro de uma outra boneca. Essa informação pode ser útil para compreender a história.
Após ser atropelada por um táxi ao tentar resgatar o seu gato fugitivo Oatmeal, ela retorna para a cena em que a série começou: dentro do banheiro, na casa de sua amiga, na sua festa de aniversário. Essa situação acontece repetidas vezes ao longo dos oito episódios de Boneca Russa, mas as mortes acontecem de formas diferentes. A morte mais repetida é quando ela cai de uma escada logo após a cena do banheiro.
Com apenas oito episódios, a série não se arrasta e todos os detalhes fazem o espectador prender a atenção à tela, não só pela qualidade da produção mas para não perder nenhum momento que pode ser decidido para o final.
Como ela volta para lá? Bom, ao que tudo indica, ela volta ao tempo e precisa “fazer certo” dessa vez para não morrer, tentando mudar o fluxo do caminho percorrido até o momento de sua morte para que nenhum acidente aconteça.
Com o decorrer da história, ela acaba conhecendo um rapaz que passa pela mesma situação de voltar ao tempo após morrer, sempre lembrando de tudo o que aconteceu, e juntos eles tentam solucionar o caso.
Talvez a série confunda o espectador que pode imaginar que seja uma história paranormal ou extraterrestre. Inclusive, a trama dá a entender com bastante pistas de que pode se tratar de uma situação de outras dimensões, lembrando da premissa de Interstellar.
Com apenas oito episódios, a série não se arrasta e todos os detalhes fazem o espectador prender a atenção à tela, não só pela qualidade da produção mas para não perder nenhum momento que pode ser decidido para o final.
O seu fechamento é excelente e, para alguns, pode ser algo difícil de entender e não causar uma sensação de “dever cumprido”. No entanto, ela entrega uma ótima resposta para o que a trama e esse vai e volta da morte representam. Muitas vezes, não é preciso de uma explicação, mas sim de uma abertura para várias suposições e reflexões críticas. E isso é exatamente o efeito que Boneca Russa causa.
O acerto só será ainda maior se não houver próximas temporadas. Você já pode maratonar Boneca Russa na Netflix.
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