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Os resultados das eleições ameaçam programas como ‘Amor & Sexo’?

Onda conservadora que assola o país pode representar risco para programas da TV aberta como 'Amor & Sexo'.

porGabrielle Russi
31 de outubro de 2018
em Televisão
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Será que o programa 'Amor & Sexo' sobreviverá após resultados das eleições

Será que o programa 'Amor & Sexo' sobreviverá após resultados das eleições. Imagem: Reprodução.

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Não vou mentir, estou com medo. Medo do que o resultado dessa eleição representa. Medo do que nos aguarda. E não foi preciso esperar muito, aos poucos já é possível ter uma noção dessa nuvem cinza que cobre o país.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) soltou uma nota nesta terça-feira pós eleição, dia 30 de outubro, dizendo que repudia a violência contra jornalistas e expressando sua preocupação com o futuro da nação brasileira, pois é incerto se o presidente eleito irá se submeter às regras democráticas, entre elas a do respeito às liberdades de expressão e de imprensa (tendo em vista tudo que já foi dito por ele).

E se a liberdade de expressão e de imprensa está em risco, podemos afirmar que alguns programas de entretenimento da TV aberta também estão. E cito um que já pode ser usado como exemplo: Amor & Sexo, da Rede Globo.

Lançado em 2009, a atração apresentada por Fernanda Lima sempre buscou falar sobre os dois assuntos que formam o título da forma mais natural possível, mesclando entretenimento e militância. Na pauta do programa, sempre se discute temas fundamentais, como respeito às diferenças, combate a todas as formas de discriminação, inclusão social, racismo, direitos femininos, questões de gênero, etc.

Aparentemente, mostrar o amor entre duas pessoas e a defesa dos direitos básicos de um cidadão incomodou muita gente.

Porém, a atual temporada (11ª) temporada acumula desempenhos vexatórios: a audiência caiu 40% em dois anos na média nacional (veja mais aqui). É o pior momento da história do programa. E não tem como não associar isso com a onda conservadora que assola o país.

Como já comentado anteriormente aqui na coluna Canal Zero, mesmo que a atração não mencione diretamente o Bolsonaro, os temas abordados soam claramente como uma resposta as declarações polêmicas do candidato, adquirindo um tom de resistência.

A estreia da temporada, no dia 9 de outubro, teve como norte principal sexualidade, entretanto, temas como cotas, racismo e representatividade das minorias chegaram a ser abordado. Além disso, a atração exibiu um beijo entre dois homens e o uso da camisinha como um ato político e mostrou como o fascismo afeta a vida (e a sexualidade) das pessoas. Ou seja, não explicitou seu posicionamento político, mas deixou claro que as bandeiras defendidas pelo programa vão na contramão do que prega o candidato do PSL.

Em depoimento ao Notícias na TV, o criador e redator final do programa, Antonio Amâncio declarou: “O Amor & Sexo é contra o machismo, o racismo, o fascismo e qualquer forma de opressão. A gente é a favor da liberdade, da igualdade, de direitos sociais para todo mundo. Essa é nossa bandeira, que a gente está defendendo com muita empatia”.

Mesmo antes da atração ir ao ar, parte dos eleitores do candidato eleito à Presidência da República já estavam se manifestando de forma negativa contra o programa, pedindo para que as pessoas “de bem” e “de família tradicional” não ligassem a TV na Globo. Após a exibição, passou a ser alvo de boicotes organizados nas redes sociais. Fãs de Jair Bolsonaro, acusaram o programa de ser pautado por interesses de partidos de esquerda, como PT e PSOL e de estimular a sexualidade infantil. Eles apelidaram a atração de “Militância & Comunismo”.

Aparentemente, mostrar o amor entre duas pessoas e a defesa dos direitos básicos de um cidadão incomodou muita gente. O programa do dia 16 de outubro falou sobre as diversas formas de amor. O episódio do dia 23 foi sobre família. Na abertura, a apresentadora perguntou: “Se o homem foi pra Lua e a mulher foi pra rua, se já tem homem no tanque e estamos lutando por mais mulher no palanque, por que a família brasileira ainda é retratada como nos tempos da vovozinha?”.

Sempre frisando que a sua candidatura está do lado “da família brasileira, que tanto clama para que seus valores sejam respeitados”, os discursos, intencionalmente ou não, propõem um contraponto explícito. O programa desta terça-feira, 30 de outubro, debateu sobre masculinidade (o texto foi fechado antes da exibição).

Com a incerteza do futuro do país e após os péssimos índices de audiência, é difícil dar um diagnóstico sobre o futuro do programa. Afinal, após quase 57% da população eleger Bolsonaro, as pautas do programa parecem não se adequar à “mentalidade” da maioria população brasileira. Mas espero que emissora resista e consiga manter Amor & Sexo como uma atração fixa de sua grade: mais do que nunca falar sobre esses assuntos é extremamente necessário, a realidade tornará o programa ainda mais essencial. Vamos torcer para que a Rede Globo não se acovarde e recue, como já fez em diversas outras situações.

Tags: Amor e Sexoanálise TVbolsonaroconservadorismocotasdireitos femininosEleições 2018fascismoFernanda Limainclusão socialOpressãopresidente do Brasilquestões de gêneroracismoRede GloboRepresentatividade

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