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‘UnREAL’ é uma série televisiva para os que não gostam de televisão

'UnREAL', série do canal Lifetime, traz personagens interessantes e revela a maturidade deste meio.

porMaura Martins
14 de outubro de 2015
em Televisão
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'UnREAL' é uma série televisiva para os que não gostam de televisão

Imagem: Reprodução.

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Série do canal Lifetime, UnREAL é um prato cheio para todos aqueles que veem nas atrações televisivas das últimas décadas apenas lixo e degradação. Se você é um dos que se sustentam frases como “a televisão é apenas apelação” ou “os reality shows são pura manipulação, já que ali tudo é editado”, irá se regozijar com a história contada em UnREAL.

Mas esta é apenas uma leitura – e, talvez, a mais rasa – sobre esta atração aparentemente despretensiosa de um canal menor, que não é muito lembrado como casa de grandes narrativas televisivas. A trama central tem um quê de denuncismo: trata-se de um olhar aos bastidores durante a produção de um reality show chamado Everlasting, em que mulheres se candidatam para engatar o namoro com um partidão (obviamente, o programa mimetiza a atração trash The Bachelor, cuja premissa é a mesma).

A superfície de um programa banal, é claro, esconde uma complexa rede de manipulações de todos os tipos para que se possa concretizar uma narrativa popularesca, fácil, capaz de gerar bons níveis de audiência – good TV, como repete a todo instante a produtora chefe Quinn King (Constance Zimmer, que fazia uma jornalista em House of Cards). Deste caldo sairão absurdos de todos os tipos (como produtores que persuadem as candidatas para que caibam melhor nos papéis destinados a elas, convencem mulheres ingênuas a declarar sua homossexualidade em rede nacional e adulteram remédios para ansiedade para que as participantes fiquem mais soltas, entre outras boas ações).

Mas há um trunfo interessante nesta série sobre uma série, que se expressa por meio da construção das personagens principais. A começar pela protagonista, a produtora Rachel Goldberg (Shiri Appleby). UnREAL começa com o retorno desta profissional à atração, após ter surtado durante a produção do episódio final na temporada anterior (as razões, claro, contemplam a gama de críticas feitas aos reality shows pelo programa). Mesmo demitida, Rachel é considerada extremamente eficiente naquilo para qual foi contratada: parece ter um superpoder sem precedentes para a manipulação, sendo capaz de convencer qualquer cristão a fazer o que ela quiser.

Trata-se, portanto, de uma anti-heroína: Rachel está a todo tempo presa em um conflito entre seu talento (aproveitado, inevitavelmente, para motivações pouco éticas), sua consciência atormentada e seu niilismo quanto a tudo – inclusive, quanto a si mesma. Seus sentimentos autênticos por aqueles que os cercam nunca chegam a ser de fato esclarecidos. Uma personagem, no mínimo, bastante interessante, construída por matizes cinzentas e não nas óbvias tintas que opõem simploriamente bem e mal. Rachel descende, como muitas críticas de UnREAL disseram, da “escola Walter White de protagonistas de séries”.

UnREAL serve de sintoma da atual maturidade da televisão, uma vez que mostra que mesmo emissoras menores estão sendo incitadas a pensar em narrativas mais complexas e provocativas. 

O mesmo pode se dizer de outros personagens: a inescrupulosa Quinn não nutre apreço algum tanto pelos funcionários quanto pelos participantes do programa, e fará de tudo para que Everlasting mantenha bons níveis de audiência. Dentro desta dama de ferro convive uma mulher que amargura sua história de amante do chefe, o porra-louca Chet Wilton (Craig Birko), o dono da franquia Everlasting. O solteirão cobiçado pelas candidatas, o almofadinha Adam Cromwell (Freddie Storma), é um herdeiro deserdado de uma grande fortuna em virtude de um escândalo midiático, e está em busca de redenção frente à família tradicional; ainda que aparente certa humanidade e gentileza frente às incautas participantes do programa, ele claramente vê tudo como uma grande palhaçada.

Em suma, ainda que não esteja à altura do panteão das grandes séries das últimas décadas, UnREAL serve de sintoma da atual maturidade da televisão, uma vez que mostra que mesmo emissoras menores estão sendo incitadas a pensar em narrativas mais complexas e provocativas, que desafiem o público. Ainda que a crítica à mediocridade da reality tv seja um tanto óbvia, a atração tem várias qualidades – que, infelizmente, perdem muito da força com o avançar desta primeira temporada. O episódio final é risível – e não no bom sentido.

UnREAL foi confirmada para uma segunda temporada, com estreia prevista para 2016.

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