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‘The War’ tem na simplicidade seu maior ponto forte – e seu principal ponto fraco

porDavid Ehrlich
28 de janeiro de 2019
em Televisão
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Documentário mostra principalemente a experiência de quatro cidades americanas coma guerra. Imagem: Divulgação.

Documentário mostra principalemente a experiência de quatro cidades americanas coma guerra. Imagem: Divulgação.

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Bem que falei que vinha assistindo a um monte de documentários sobre a 2ª Guerra Mundial. Dessa vez, revisitei alguém sobre o qual já tinha falado: o documentarista Ken Burns. Escrevi sobre sua série A Guerra do Vietnã, mas há outros documentários dele disponíveis na Netflix, como o filme Defying the Nazis, a minissérie de três episódios Prohibition, e o assunto do texto de hoje: a série The War, que, assim como A Guerra do Vietnã, também é uma coprodução de Burns com a documentarista Lynn Novick – embora dizer isso seja um tanto anacronismo, considerando que The War foi produzida dez anos antes.

Após assistir a A Guerra do Vietnã, achei que The War seria mais do mesmo, o que me fez começar a assisti-la com expectativas bem baixas. Afinal, a Segunda Guerra não é tão complicada de se explicar quanto a Guerra do Vietnã – não preciso dizer aqui quem ganhou e quem perdeu, preciso? -, e tanto já se falou dela que não conseguia imaginar que nova abordagem Ken Burns poderia fazer. E, então, a série superou minhas expectativas? Vamos analisar.

Basicamente, são três os pilares que sustentam The War. Primeiro, temos a guerra como ela foi vista e sentida pelo que na época eram quatro típicas cidades pequenas americanas: Luverne, Minnesota; Mobile, Alabama; Sacramento, Califórnia; e Waterbury, Connecticut. Segundo, temos entrevistas com pessoas que viveram a guerra – soldados, voluntárias da Cruz Vermelha, prisioneiros de ambos os sexos -, dando prioridade, evidentemente, àqueles provindos das quatro cidades citadas anteriormente. E, por fim, temos descrições dos combates do jeito como eles foram vivenciados pelos soldados rasos, o que significa que não há muitas referências a estratégias, e contornos gerais são na maior parte do tempo ignorados, mas pelo menos há uma vastidão de vídeos e fotos em preto-e-branco que ajudam o espectador a ter uma ideia do que aqueles na linha de frente passavam.

Mais do que contar todas as histórias, é importante que o suficiente delas nos afete e nos ensine lições. E nisso, The War é com certeza eficiente.

Desses três pilares, com certeza o mais envolvente deles é as entrevistas. Ken Burns realmente entende a magia dos documentários, pegando velhinhos que, só olhando pelo rosto, parecem perfeitamente normais, e então deixando eles contarem suas histórias de vida fantásticas, angustiantes e não raro inacreditáveis. A nível pessoal, dois dos entrevistados me chamaram tanto a atenção que fico me perguntando quando farão filmes apenas sobre eles. O primeiro foi Daniel Inouye, descendente de japoneses que foi voluntário da Cruz Vermelha durante o ataque a Pearl Harbor, entrou no exército, lutou no infame resgate do “Batalhão Perdido” nas montanhas do leste da França e teve que ter seu braço amputado sem anestesia. O segundo foi Joe Medicine Crow, índio da nação Crow que, em pleno front europeu, realizou as quatro tarefas exigidas para ser considerado um Cacique de Guerra, tornando-o assim o último índio das planícies americanas a receber tal título.

Joe Medicine Crow (centro), nativo-americano que relata uma das histórias mais interessantes da série. Imagem: Divulgação.

E então, a série conseguiu superar minhas expectativas? De certa forma, sim: embora A Guerra do Vietnã seja definitivamente um documentário mais completo, ao focar-se em menos personagens, The War consegue abordar suas histórias de forma mais pessoal. Ao longo de seis episódios de mais de duas horas cada, eles se tornam íntimos a nós, e entendemos o que se passava na cabeça daqueles jovens de 19 anos ao serem mandados para lutar em terras distantes. E quando eles nos contam alguns dos horrores que vivenciaram, percebe-se o quão doloridas tais lembranças são para eles. De certa forma, assistindo a The War e A guerra do Vietnã, um após o outro, percebe-se como a experiência de uma guerra veio a afetar a de outra, com toda uma geração de baby boomers cujos pais pouco lhes falaram sobre a guerra, fazendo-os crescer achando que esta era que nem nos filmes, com quaisquer horrores existindo apenas nos livros de história, e que alistarem-se seria uma chance de verem o mundo e fazerem amigos.

Mas e em comparação a outros documentários sobre a 2ª Guerra Mundial, como é que The War se sai? Bem, ironicamente, é justo o que a distingue de A Guerra do Vietnã que torna The War fraco neste ponto: ao focar-se apenas em um punhado de experiências americanas, acaba deixando fora qualquer coisa que não seja o ponto de vista americano, reforçando a ideia simplista de que a 2ª Guerra foi basicamente EUA versus Alemanha e Japão. O próprio título do documentário, The War, ilustra bem isso, como se houvesse apenas uma guerra com a qual se importar. Para uma série de quase quinze horas de duração, confesso que deveria ter havido uma visão um pouco mais geral.

Então está bem, The War não é um documentário nota 10… mas qual é? Até mesmo World at War, considerado uma das séries mais completas sobre a 2ª Guerra, foi criticada por mostrar principalmente o ponto de vista britânico.

Como o próprio documentário repete episódio após episódio, a 2ª Guerra teve histórias demais para serem contadas. Mais do que contar todas, é importante que o suficiente delas nos afete e nos ensine lições. E nisso, The War é com certeza eficiente.

https://www.youtube.com/watch?v=lpgCWlti26Y

Tags: Daniel InouyeJoe Medicine CrowKen BurnsLynn NovickNetflixResenhaSegunda Guerra MundialSériesThe WarTV Review

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