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Projeto Broadway: o canto daqui

porFrancisco Mallmann
15 de março de 2016
em Teatro
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A relação entre o Brasil e o teatro musical é tão antiga quanto distante da Broadway. É o teatro de revista brasileiro, especialmente o carioca, que faz ser possível, historicamente, pensar a aproximação de uma teatralidade genuinamente musical e brasileira. Desde o século XIX que números de dança e canto são apresentados em teatros no país. É no século XX, no entanto, que acontece o auge e também o fim da Revista, que se tornou um fenômeno em grande parte por conta das vedetes (dentre as quais Darcy Gonçalves), mas que viu seu tamanho ir diminuindo a partir da década de 1950. David Lescot, quando escreve sobre o gênero, aponta o fator declaradamente político que caracteriza esse modo de se produzir teatro. Segundo ele “o diálogo dramático vê-se substituído pela discussão política diretamente importada da rua, das oficinas, das fábricas” ¹.

Se já era comum na Revista certa sátira e crítica social, na década de 1960 o contexto político brasileiro se torna a principal temática de um teatro musical, declaradamente. A ditadura militar foi combatida com humor e música. Desse período, destacam-se produções icônicas como Opinião, Liberdade, Liberdade, Gota d’água e O Rei de Ramos.

Na década de 1980, se iniciou um contexto mais parecido com que se tem hoje, em grande escala (isso porque, Minha Querida Lady, por exemplo, adaptação de My Fair Lady, com Paulo Autran e Bibi Ferreira, já havia sido apresentada em 1962). As adaptações de produções norte-americanas, especialmente, se tornaram a principal maneira de se conceber o teatro musical. Hoje, há grandes produções, sofisticados recursos cênicos e as largas medidas se refletem também em público e bilheteria. A aparente criticidade sobre nossas formas de vida passa a dar lugar para horizontes distantes ao nosso, mas, o que isso quer dizer, exatamente?

Segundo a cantora e atriz Claudia Netto, uma das primeiras interessadas em retomar o teatro musical, a partir da década de 1980, é sobre uma suposta distância entre o entretenimento e o engajamento. É sobre leveza, segundo ela. Trata-se de uma maneira de se ir ao teatro sem precisar fazer muito esforço intelectual – o musical é divertido, antes de tudo.

Essa ruptura existente na história do teatro musical brasileiro instaura e dá corpo às discussões de uma indústria cultural e aos produtos culturais de massa. Estamos, mais uma vez, discutindo o que é ou não arte, parece.

Se é possível discutir a maneira com que o teatro musical se desenvolveu no país, é porque ele está hoje ‘muito bem, obrigado’.

Esse foi um dos pontos apresentados por Claudia Netto no domingo, dia 13 de março, quando além de apresentar um pocket show, no auditório Poty Lazzarotto, no Museu Oscar Niemeyer, ela também conversou com alunos e convidados* do Projeto Broadway – uma escola em Curitiba especializada em teatro musical, que promoveu o evento.

Se é possível discutir a maneira com que o teatro musical se desenvolveu no país, é porque ele está hoje “muito bem, obrigado”. Segundo a artista carioca, o êxito pode ser visto no fato de que as maiores bilheterias do Rio e de São Paulo são da modalidade – ainda que agora, “assim que alguém morre, já vira musical”. As vantagens e desvantagens de uma área em ascensão só são vistas por conta dos holofotes. A especialização em teatro musical é um dos exemplos reais de uma suposta consolidação do mercado de teatro musical, considerada uma modalidade híbrida, já que requer a união da dança, do canto e da atuação.

Patrice Pavis, em seu Dicionário de Teatro, quando escreve sobre teatro musical diz que ele “se esforça para fazer com que se encontrem texto, música e encenação visual, sem integrá-los, fundi-los ou reduzi-los a um denominador comum e sem distanciá-los uns dos outros” – processo que faz do teatro musical “um vasto canteiro de obras onde se experimentam e se testam todas as relações imagináveis entre os materiais das artes cênicas e musicais” ².

Alunos do Projeto Broadway, em Curitiba. Foto: Divulgação.
Alunos do Projeto Broadway, em Curitiba. Foto: Divulgação.

E Curitiba, nisso tudo? É a cidade em que a escola Projeto Broadway, de teatro musical, está sediada. Para Giovana Póvoas, Ricardo Bührer e Débora Bérgamo, que estão à frente da escola, Curitiba pode se tornar um polo do teatro musical brasileiro, especialmente porque conta com essa instituição pensada exclusivamente ao artista que almeja se especializar em teatro musical. A capital paranaense não é exatamente o que se pode chamar de lar do teatro musical, hoje. A gente recebe, de vez em quando, algumas produções apresentadas nos dois únicos teatros aptos a ofertar a infraestrutura geralmente requisitada, o Guairão e o Positivo.

Mas, melhor do que fazer com que os teatros possam receber superproduções, Curitiba precisa fazer com que os teatros recebam produções. Ponto. Grandes ou não. O fato de o Teatro Guaíra ficar fora do Festival de Teatro de Curitiba, por exemplo, talvez revele mais sobre nós do que gostaríamos. Assim como o fato de o Centro Cultural Teatro Guaíra não administrar sua própria bilheteria – não é isso, também, no fim das contas, um teatro político, (musical ou não)?

¹ SARRAZAC, Jean-Pierre (org.). Léxico do drama moderno e contemporâneo. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

² PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro. São Paulo: Perspectiva, 2011.

 

*Francisco Mallmann foi ao evento a convite da produção.

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Tags: Auditório Poty LazzarottoClaudia NettoCrítica TeatralMONProjeto BroadwayTeatroTeatro de revista

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