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Um homem chamado Bruno Schulz

Bruno Schulz fez uma leitura única de seu conturbado tempo. Autor levou 70 anos para ser publicado no Brasil.

porJonatan Silva
25 de novembro de 2016
em Literatura
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Um homem chamado Bruno Schulz

Imagem: Reprodução.

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O último dia 19 marcou os 74 anos do tiro disparado por Karl Günther, oficial da Gestapo, que matou Bruno Schulz quando ele voltava para seu esconderijo em um gueto de Drohobych após comprar pão. O escritor era protegido por Félix Landau, homem grande no exército de Hitler e admirador dos trabalhos de Schulz, mas acabou morto porque seu protetor assassinou outro judeu, que estava “sob a guarda” de Günther.

Foi preciso exatas 7 décadas para que o trabalho de Schulz fosse publicado na íntegra no Brasil pela finada Cosac Naify. Ficções Completas reúne a obra em presa do artista polonês, que também se dedicada ao desenho e à tradução.

Schulz permaneceu por muitos anos desconhecido fora do continente europeu. Por ironia ou não, Philip Roth foi responsável por apresentá-lo ao leitor norte-americano por meio da antologia Escritores da outra Europa, publicada em 1974 e que trazia nomes como Tadeusz Borowski, Milan Kundera e Danilo Kiš.

Considerado uma versão barroca do checo Franz Kafka, Bruno Schulz também explorava o insólito do cotidiano como fica claro em “Sanatório sob o signo da clepsidra” ou “Lojas de canela” mas, ao invés da atmosfera burocrática e dura, o polonês transbordava de ludicidade e fantasia. Isso não significa, é claro, que sua literatura era alegre e feliz, ao contrário, era nevrálgica e pungente, irônica e cinza.

Existe um quê de fairy tale em todos, mas não naquele sentido estrito que conhecemos – há algo de brutal e forte, como se o gênero fosse desconstruído linha a linha.

A prosa de Bruno Schulz era a representação do mundo desorientado do seu tempo, expressando a sensação de alheamento provocada, principalmente, pela caça dos nazistas aos judeus. Seu texto e também as suas figuras funcionam como testemunha daqueles anos bárbaros e terríveis.

Pequenos grandes narradores

O narrador schulziano é, metaforicamente, sempre pequeno – em estatura, mas gigantesco em beleza e complexidade – e que oferecem ao leitor um ponto de vista, ao mesmo tempo, distanciado e próximo, algo que poucos escritores são capazes de compor. Os personagens são figuras sem opção, que não podem mudar ou barganhar o seu destino. Invariavelmente, estão fadados ao que um deus tirano lhes preparou.

“O Outono”, “República dos sonhos”, “O Cometa”, “Os Pássaros ‘e “A Pátria” são uma bela amostra do seu poderio narrativo. Existe um quê de fairy tale em todos, mas não naquele sentido estrito que conhecemos – há algo de brutal e forte, como se o gênero fosse desconstruído linha a linha.

Henryk Siewierski, responsável pela tradução das Ficções Completas, cita Czesław Miłosz, em entrevista ao jornal Cândido, ao dizer que não é fácil transformar Schulz em um “escritor internacional. “Por que então ele se tornou um dos mais traduzidos autores poloneses? Eu diria que antes de tudo é a própria obra, seu valor literário, que a fazem internacionalmente conhecida a longo prazo. Porque o sucesso a curto prazo ainda não diz muito sobre o valor e a dimensão da obra. O valor literário depende, em grade parte, da criatividade no nível da linguagem. Assim surgem as obras impossíveis de serem concebidas em outras línguas, e também impossíveis ou quase impossíveis de traduzir. São elas que mais desafiam os tradutores.”

É impossível passar ileso à narrativa de Schulz, um homem condenado por sua genialidade e coroado pela sua ausência.

Tags: biografiaBruno SchulzCosac NaifyCzesław MiłoszDanilo KišFicções completasFranz KafkaHenryk SiewierskiII Guerra MundialjudeuLiteraturaliteratura judaicaliteratura polonesaMilan KunderaPhilip RothTadeusz Borowski

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