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Home Literatura

O garoto atormentado de Fabricio Muller

porJonatan Silva
16 de junho de 2017
em Literatura
A A
fabricio muller lança um amor como nenhum outro

Fabricio Muller. Foto: Acervo Pessoal/Facebook.

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“A timidez é legal e / a timidez pode impedir você / de fazer todas as coisas na vida / que você gostaria”. Os versos de “Ask”, clássico do The Smiths, nunca pareceram se encaixar tão bem em um personagem quanto em Raul, protagonista de Um amor como nenhum outro, romance de estreia de Fabricio Muller, recheado de referências pop, principalmente ao quarteto de Manchester – como anuncia o título.

Divertido e elegante, o livro é construído sobre a percepção de Raul, um típico loser dos anos 80 que está mais preocupado com suas aventuras amorosas que com o futuro que bate à sua porta. Muller constrói um personagem fascinante, espécie de Ferris Bueller e Tom Hansen, que ecoa na cabeça do leitor – algo muito próximo do que Nick Hornby conseguiu com Rob em Alta Fidelidade – e que o leva para um passeio indie.

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Raul é apaixonado por Jeanne – outra referência clara a Morrissey e Marr – e assim segue a ciranda de Drummond. No fim das contas, alguém sempre fica sozinho e, em Um amor como nenhum outro, esse alguém é Raul. Ao mesmo tempo em que estabelece um enlace com suas próprias paixões musicais, Fabricio cria uma geografia afetiva de Curitiba, a mistura de província e de capital de um “país do futuro”, algo que o Brasil ainda parece estar longe de ser.

Quem foi adolescente na década perdida, ou nos anos seguintes, pode cair na tentação de se identificar e, com certeza, vai se encontrar como peça no jogo criado por Fabricio Muller, um ardiloso experimento sobre os pequenos fracassos que nos fazem mais fortes.

A o terreno da literatura pop é sempre perigoso, mas Muller parece conhecer bem o caminho e não se deixa levar pelos arroubos de fazer de seu primeiro livro uma grande colcha de retalhos daquilo que ama. Tudo é sutil e bem encaixado em um quebra-cabeça narrativo que se desenvolve com leveza e bom humor. Não há pudor e não é preciso medir palavras: Um amor como nenhum outro é direto, como um southpaw.

Um trecho que compõe bem o cenário criado:

“A verdade é que a minha revista de rock me abriu todo um universo desconhecido. Eu ficava fascinado em ler nomes de bandas e cantores que eram excepcionais, mas dos quais eu nunca tinha ouvido falar. De cara, o Echo and The Bunnymen era chamado de banda ‘fundamental’ (haha). O Jesus and Mary Chain fazia com que o próprio de ouvir se modificasse. Os Smiths e os Buzzcocks tinham letras que reportavam à sombria Manchester”.

Outro:

“O idiota aqui, claro, que tudo iria se arrumar. Apesar de, no fundo, saber que aquilo não teria futuro. E não querer que aquilo tivesse futuro.”

Aprendizagem

Um amor como nenhum outro foge dos lugares-comuns sem negar suas origens. É um trabalho consciente e estilístico, com um tom certeiro e estabelecido para ser o que é. Linha a linha, parágrafo a parágrafo, o autor vai deixando claro o que pretende com a vida de Raul e os ensinamentos que podem ser tirados dali.

Quem foi adolescente na década perdida, ou nos anos seguintes, pode cair na tentação de se identificar e, com certeza, vai se encontrar como peça no jogo criado por Fabricio Muller, um ardiloso experimento sobre os pequenos fracassos que nos fazem mais fortes.

UM AMOR COMO NENHUM OUTRO | Fabricio Muller

Editora: Editora Schoba;
Lançamento: Junho, 2017.

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Tags: 500 Dias com ElaAlta FidelidadeBuzzcocksCrítica Literáriacultural popCurtindo a vida adoidadoEcho and the BunnymenEditora SchobaFabricio MullerJesus and Mary ChainJohnny MarrLiteraturaLiteratura CuritibanaMorrisseyMúsicaNick HornbyThe SmithsUm amor como nenhum outro

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