A arte descreve outro entendimento de mundo, uma forma diferenciada da realidade presente em nosso comportamento humano. [highlight color=”yellow”]O instinto de se produzir arte vem das coisas que se relacionam com outras extensões invisíveis da intuição, do sacrifício consciente da inteligência.[/highlight] A origem da percepção se desenvolve entre a vida e o pensamento humano, evidenciando o próprio comportamento em que se destaca a ideia de intuição que leva o artista a produzir. Nessa relação, o pensamento artístico se funde ao comportamento intuitivo da naturalidade das coisas e as camadas imaginativas e invisíveis ao redor.
A intuição está além da relação com as coisas, a percepção humana diante de sua presença se concretiza ao relacioná-la com a ideia de simpatia, mostrando uma abordagem ampla do entendimento ao qual não estamos acostumados a perceber. Relacionar a ideia intuitiva artística a um argumento de simpatia articula o que aparentemente conseguimos perceber entre a ideia de estarmos diante das coisas por atração ou gosto. O entendimento está além do próprio conceito da palavra. O olhar está em volta do objeto de arte, mostrando invisivelmente sua interação com o mundo e as origens de vida que ficam em algum lugar da consciência.
O que se descobre é a presença do que parece ser desconsiderado pelo pensamento humano. Observamos os fatos em torno apenas do presente, não possibilitando o olhar ao redor de um antes e o que pode vir a surgir de algo intuitivo que aparece em nossos caminhos. Devemos perceber sem perceber, treinar e jogar com olhar a observação atenta, estar em observação e de prontidão ao olhar do ponto que me move para outro lugar. É preciso se infiltrar na percepção invisível da intuição que atinge nosso consciente de uma vida que nos estabelece com as informações do mundo.
A inteligência se sobrepõe a partir do instinto de compreensão ampla da realidade, a partir da reflexão do olhar, mostrando uma completa percepção das coisas.
Diante desse contexto, as possibilidades do que pode ser verdadeiro ou mentira articulam os pensamentos que revelam o entendimento do óbvio de nossa realidade. O invisível se movimenta em torno, é nesse sentido de percepção que temos que nos infiltrar. A intuição é a simpatia que esclarece o entendimento dos fatos que giram em torno da observação. O humano se reconstrói na relação que determina seu bem-estar.
A inteligência humana ratifica a intuição, mas ao mesmo tempo se desarticula por não se definir como teoria de seu próprio entendimento. Só há inteligência porque existe uma intuição desprovida da intenção de sua compreensão. O artista elabora a partir de sua identificação, ressaltando as possibilidades verdadeiras de entendimento de mundo, sua capacidade intelectual captura o reflexo de uma ideia a qual o leva a construir sua obra. A inteligência se sobrepõe a partir do instinto de compreensão ampla da realidade, a partir da reflexão do olhar, mostrando uma completa percepção das coisas. [highlight color=”yellow”]Quando nos permitimos olhar o mundo de uma forma relativa, temos o alcance além das fronteiras da nossa zona de conforto[/highlight], abandonando uma ideia absoluta sobre as coisas que definimos como única.
A arte se constrói nesse entendimento intuitivo, nessa observação filosófica do mundo presente. Se destacarmos esse entendimento, apresentamos um exemplo dentro da linguagem teatral: onde o papel do ator é ser intuitivo, não mantendo uma posição única dos fatos. Nesse caso, deve-se estar em mudança de espaço, em outro lugar a qual o real apresenta. O entendimento artístico deve estar no mundo invisível que constrói a realidade das coisas. Deve-se forjar outra linguagem, mostrar-se diferente e não cair na ideia de semelhança dos entendimentos obtidos.