Honky tonk é o termo que denominava bares surgidos no sul estadunidense no início do século XX, frequentados pela classe trabalhadora, e também ocasionalmente habitados por prostitutas. Tais espaços deram origem a um estilo musical homônimo que veio a influenciar fortemente o country e o rockabilly.
A honky tonk music, além do violino como elemento melódico imprescindível, apresentava como característica fulcral a presença de linhas de piano marcantes que muito inspiraram o boogie woogie entre os anos 20 e 50. A indústria fonográfica posteriormente intitulou o estilo honky tonk de hillbilly music, que se popularizou por aqui como “música caipira americana”.
Você provavelmente já ouviu honky tonk. É, de fato, a típica música caipira americana, que foi trilha de tantos desenhos animados e filmes antigos, e que, ao lado do bluegrass – estilo musical marcado pela presença do banjo e do mandolin – povoa nosso imaginário como mediadora das festas em celeiros do Tennessee frequentadas por membros da família Buscapé.
Além do ritmo e dos instrumentos, outro fator preponderante na honky tonk music é a voz rouca e anasalada, característica presente em um dos seus maiores representantes, o icônico Sir Hank Williams. Talvez este nome seja familiar a você devido ao recente filme I saw the light (2015), em que Tom Hiddleston interpreta Sir Williams, mesmo este não tendo feito muito alarde por aqui.
Além do ritmo e dos instrumentos, outro fator preponderante na honky tonk music é a voz rouca e anasalada, característica presente em um dos seus maiores representantes, o icônico Sir Hank Williams.
Hank Williams teve uma vida breve. Aos 29 anos, o abuso do álcool e da morfina para aliviar as terríveis dores decorrentes da espinha bífida, resultaram no precoce óbito. A sua influência na música do século XX, entretanto, é imensurável. Seu repertório é referencial para a música country, tornando-se um dos pilares do estilo.
De fato, Williams tornou-se um paradigma para a música estadunidense: emplacou diversos hits nas paradas americanas e foi regravado à exaustão por incontáveis nomes da country music.
Seu maior hit, “Jambalaya” (referência a uma espécie de paella típica de Nova Orleans), por exemplo, foi regravada inúmeras vezes pelos mais distintos artistas; tal canção foi regravada pelo Creedence e ganhou versão em português por Sandy & Junior.
Músicos do calibre de Johnny Cash, Beck, Bob Dylan, Jack White e Tom Waits já admitiram não só a admiração, mas a inspiração em Hank Williams para as suas músicas, demonstrando que o espectro de influência do estadunidense transcende a country music.
Sua vida breve também não significou produção escassa. Ao contrário, Williams lançou impressionantes 31 singles em 6 anos de carreira, entre 1946 e 1952. O músico emplacou 30 músicas na Billboard’s Top C&W Records, destas, 7 alcançaram a primeira posição. Muitos e importantes materiais foram lançados postumamente também.
E após a morte do honky tonk man, dois de seus descendentes mantiveram a chama do honky tonk e do autêntico country acesas: seu filho Hank Williams Jr e seu neto Hank III.
E não só a veia musical foi herdada, mas também o trabalho incessante e a produção exaustiva de materiais. Hank Jr, que dialogou com o blues e o southern rock, desde a década de 1960, já gravou mais de 50 discos, e o neto Hank III grava materiais de altíssima qualidade e desde 1999, só em seu projeto solo, já lançou 11 álbuns e inúmeros singles.
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