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Home Música

‘Dirty Computer’ é a chance do Grammy se redimir pelo sexismo da última edição

porMarcelo Monteiro
11 de maio de 2018
em Música
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A última edição do Grammy foi marcada pela predominância masculina entre os vencedores. Nas principais categorias da premiação — as da cerimônia televisionada —, apenas uma mulher foi premiada: Alessia Cara, que ganhou o prêmio de artista revelação. Rihanna também foi, mas com a canção “LOYALTY.”, de Kendrick Lamar, na categoria melhor performance de rap/sung, da qual é artista participante. Na realidade, a indignação começou na pré-cerimônia, na qual uns 80 vencedores são anunciados para, durante o programa, anunciarem no máximo quatro — apenas pop, inclusive —, encher tudo com performances e transformar a premiação em um grande festival de música.

Foi na categoria de melhor performance solo de pop que ficou evidente que algo no mínimo duvidoso estava acontecendo. P!nk estava indicada com “What About Us”, uma canção extremamente crítica e tocante — para falar o mínimo —; Lady Gaga, com “Million Reasons”, também tocante e o grande sucesso de Joanne; por fim, Kesha, com “Praying”, canção autoral que não apenas rendeu sua primeira indicação ao Grammy, mas também marcou seu jejum de cinco anos sem lançar um trabalho, devido ao processo que moveu — e acabou perdendo — contra o produtor Dr. Luke, que a abusou sexual e psicologicamente. O disco Rainbow foi o seu grande retorno. Uma libertação. Uma amostra de sua força.

E Ed Sheeran ganhou. Com uma música que fala sobre namoros e corpos femininos.

Ao todo, dos 86 prêmios distribuídos na edição, apenas 17 foram entregues a mulheres, como apontou reportagem do The Guardian. A cereja do bolo nessa cerimônia sexista foi o discurso do presidente da Academia de Ciências da Gravação, Neil Portnow, que disse que as mulheres têm que “dar um passo à frente” se quiserem obter sucesso na indústria musical. Como se nunca uma mulher tivesse tido tal iniciativa — as próprias indicadas deste ano deram passos à frente na música que nenhum homem ousou dar.

Janelle é uma das provas de que o argumento de Portnow é tão ultrapassado que não chega nem a fazer sentido.

O desconforto foi imediato e muitas cantoras reagiram à declaração. No Twitter, P!nk — que fez uma das mais belas performances da noite, acompanhada, inclusive, de tradução para a língua de sinais — respondeu: “As mulheres na música não têm que ‘dar um passo à frente’. As mulheres têm dado um passo à frente desde o começo dos tempos […]. Quando celebramos e honramos o talento e realizações das mulheres, e o quanto mulheres dão passos à frente a cada ano, contra todas as probabilidades, nós mostramos à próxima geração de mulheres e meninas e meninos e homens o que significa ser igual”.

Sheryl Crow disse que gostaria que o Grammy voltasse à época das categorias femininas e masculinas. “Quem serão as meninas inspiradas a pegar um violão e [fazer um] rock, quando a maioria das categorias é cheia de homens? Eu não tenho certeza de que seja sobre as mulheres ‘darem um passo à frente’ (como dito pelo homem no comando)”. A rapper Iggy Azalea disse se tratar de uma “declaração de merda” — e representou muita gente.

https://twitter.com/Pink/status/958121509540761600

Mais tarde, Portnow divulgou uma nota oficial em que pediu desculpas e expressou seu arrependimento pelo uso do termo “dar um passo à frente” [step up, no discurso original].

Em contrapartida, surge Dirty Computer, o novo e aguardadíssimo álbum da cantora Janelle Monáe, em que ela canta com maestria sobre feminismo, mansplaining, sexo, entre outras questões. A cantora, que também é compositora, rapper, produtora, bailarina e atriz — tendo brilhado nos premiados filmes Estrelas Além do Tempo e Moonlight: Sob a Luz do Luar. Muito mais do que tudo isso, na verdade, Janelle é uma das provas de que o argumento de Portnow é tão ultrapassado que não chega nem a fazer sentido.

Ainda faltam cerca de seis meses até o anúncio dos indicados da próxima edição do Grammy e, até o período final para o lançamento dos postulantes a uma vitrolinha, no dia 30 de setembro, há muito o que vir. Mas uma das melhores chances de se redimir pelo fiasco deste ano já está aí.

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Tags: Crítica MusicalDirty ComputerJanelle MonáeMúsicaNeil PortnowsexismoThe Recording Academy

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