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De clubes de leitura a projetos em prisões, o hábito de leitura resiste

Apesar de dados preocupantes sobre o índice de leitura no Brasil, medidas e projetos vêm sendo realizados para combater e mudar esse panorama.

porMateus Araújo
4 de julho de 2018
em Literatura
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De clubes de leitura a projetos em prisões, o hábito de leitura resiste

Imagem: Reprodução.

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Na última década, pesquisas demonstraram que o Brasil segue sendo um país que pouco lê. Em pesquisa recente do Banco Mundial, ficou claro que nossa defasagem em leitura demorará cerca de 260 anos para ser corrigida. Na contramão destes resultados, iniciativas Brasil afora têm sido criadas na tentativa de combater esta triste realidade. Enquanto a “Lei Castilho” não se torna uma realidade, fomos conferir alguns destes projetos e iniciativas.

Clubes de leitura

Prática que surgiu no século XVIII com reuniões de grupos puritanos americanos para estudar a Bíblia, os clubes de leitura vêm se ressignificando ao longo dos anos, porém sempre mantendo sua essência. A ideia é promover reuniões periódicas com pessoas que gostam de ler, ou estejam interessadas em desenvolver esse hábito, para que conversem sobre um livro específico que é combinado previamente. Geralmente, os clubes são formados por 15 a 20 participantes, que compartilham suas impressões acerca da leitura, tornando a experiência de ler mais rica e atrativa.

Atividade comum em várias cidades do Brasil, o clube de leitura “Rota Literária”, clube organizado pelo site de turismo e cultura Rota Principal, de João Pessoa, em parceria com a livraria que concede o local para as reuniões, é um dos bons exemplos desse reavivamento dos clubes.

“A atitude de manter o clube vem da vontade de compartilhar opiniões e experiências sobre os livros. Isso acaba incentivando as pessoas a lerem os títulos dos próximos encontros para que conversemos sobre eles. É um momento bem legal de troca de experiências”, fala Érica Rodrigues, sócia do site Rota Principal e mediadora dos debates do Rota Literária, que são realizados desde maio de 2017.

Outro exemplo de iniciativa voltada ao fomento da leitura é o Leia Mulheres. Surgido em 2014 com o projeto #readwomen2014 (#leiamulheres2014), proposto na internet pela escritora britânica Joanna Walsh, a ação tinha o objetivo de incentivar a leitura de livros escritos por mulheres, de modo a visibilizá-los. O movimento começou no Twitter, quando Walsh provocou os leitores a falar de suas autoras favoritas. A ação repercutiu e logo tomou a internet, se propagando em diversos países.

No Brasil, a iniciativa tornou-se algo presencial quando, em 2015, Juliana Gomes convidou as amigas Juliana Leuenroth e Michelle Henriques para estabelecer um clube de leitura em livrarias e espaços culturais de São Paulo, mantendo a ideia de Walsh de incentivar a leitura de livros de autoria feminina.

O Leia Mulheres tem o objetivo de valorizar as escritoras, de modo que o mercado editorial também o faça, afinal há muitas mulheres escrevendo, mas o espaço ocupado por elas ainda é por muitas vezes restrito. Atualmente, o Leia Mulheres é realizado em mais de 80 cidades, ao longo de 25 estados brasileiros.

“Acho que o principal obstáculo de manter um clube de leitura no Brasil é o acesso à leitura. A produção é bem numerosa e de qualidade, no entanto, a maior parte da população continua sem tomar conhecimento de tudo isso que é produzido”, conta Camila Bezerra, uma das cinco mediadoras do Leia Mulheres João Pessoa, que é realizado desde março de 2016.

A Incrível Máquina de Livros

Esse projeto itinerante consiste em uma máquina que recebe livros doados do público e os troca por uma leitura nova. Com o intuito de incentivar a leitura de forma lúdica e interativa, o projeto visa, também, ampliar o repertório daqueles que se propõem a participar da iniciativa.

“A ideia surgiu com a proposta de fazermos um projeto de incentivo à leitura que fosse divertido e lúdico, e que pudesse estar no meio das pessoas. Um projeto democrático, que não tem custo nenhum e que qualquer pessoa pode participar”, conta Fauze Hsieh, presidente do Infinito Cultural, grupo responsável pela “Incrível Máquina”, para a EPTV de Minas Gerais.

Desenvolvido pela Infinito Cultural em 2017, na cidade de São Paulo, o projeto agora conta com o apoio do Ministério da Cultura, que foi essencial para expandir as áreas contempladas com a ação. Em 2018, os organizadores esperam, ao todo, visitar 21 cidades de 13 estados, rodando cerca de 16 mil quilômetros. A agenda e mais informações sobre o projeto podem ser encontradas no perfil dele no Facebook.

Freguesia do Livro

Sediada em Curitiba (PR), a organização Freguesia do Livro promove a leitura, desde 2011, ao levar livros obtidos por doações para leitores em diversos cantos da cidade paranaense e cidades vizinhas, nos chamados Pontos de Leitura, que são caixas padronizadas de livros para clientes, alunos e funcionários de cada localidade. Esses devem ser lidos e devolvidos, ou passados adiante, para manter a corrente literária proposta pela ação.

A ONG também colabora na criação e manutenção de bibliotecas comunitárias, permitindo que essas tenham um repertório diversificado para fomentar a leitura para os diferentes tipos de leitores.

A iniciativa de Josiane Mayr Bibas, Ângela Duarte e Maria Luiza começou em uma pequena biblioteca de uma instituição para crianças em risco social, na região de Curitiba. Com o recebimento de muitos livros doados, foi idealizado o movimento literário. Atualmente, os Pontos de Leitura do Freguesia do Livro estão disponíveis nos mais diversos lugares, como restaurantes, farmácias, terminais de ônibus e salas de espera de unidades de saúde. Você pode encontrá-los no link.

Além de arrecadar, organizar e encaminhar os livros doados para os mais diversos clientes, obedecendo o perfil de cada um, a ONG também colabora na criação e manutenção de bibliotecas comunitárias, permitindo que essas tenham um repertório diversificado para fomentar a leitura para os diferentes tipos de leitores.

Tuboteca

Outra medida realizada em Curitiba é a chamada Tuboteca, que consiste em pequenas bibliotecas inseridas nas Estações Tubo da cidade. A atitude foi viabilizada em parceria entre a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), a Urbs e o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), e visa o incentivo à leitura para os usuários do transporte coletivo, sem custo e sem necessidade de cadastro.

Criado há 5 anos, o projeto de fomento à leitura já foi premiado internacionalmente em 2016 com o iF Design Award, um dos mais conceituados prêmios de design do mundo, outorgado pelo International Forum Design, na Alemanha.

Cada Tuboteca tem capacidade para 150 livros, que são provenientes de doações da Prefeitura, de empresas ou dos próprios cidadãos. Contudo, atualmente é frequente ver as prateleiras que deveriam estar munidas de livros vazias. Isso demonstra que o modelo de empréstimo desburocratizado também tem seu lado negativo.

“Isso pode acontecer também com bibliotecas comuns, mesmo com cadastro de usuário. Se a pessoa estiver mal-intencionada, ela vai fazer isso de qualquer jeito”, contou Mariane Torres, coordenadora de literatura da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), em entrevista para a Gazeta do Povo sobre a atual situação das Tubotecas.

Projetos em situações de cárcere

Tendo em vista que, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) autorizou a remição da pena de presos por meio da leitura, a editora Companhia das Letras e a Funap (Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel) idealizaram um projeto bacana em cima dessa ideia. A iniciativa busca incentivar a leitura em ambientes hostis, transformando-os em espaços de reflexão e encontro.

O projeto contempla 12 penitenciárias paulistas, masculinas e femininas, as quais mantêm clubes de leitura com 20 detentos cada. Esses recebem um livro, que deve ser lido em um prazo de 30 dias. Após a leitura, o grupo se reúne para debater as temáticas abordadas, com o apoio de um mediador capacitado pela editora.

Os participantes ainda entregam uma resenha após cada leitura, que será submetida à avaliação para pedido de remição de pena. A cada livro lido, o preso pode reduzir em 4 dias sua pena. O teto é de 12 livros por ano, um por mês.

Mas fato é que essa medida promove inúmeros benefícios para essas pessoas em situação de cárcere, muito além de quatro dias descontados de suas penas. Uma pesquisa da Companhia das Letras apontou que, entre os participantes do projeto, entre 2016 e 2017, 56% ganharam repertório, 68% conheceram novas formas de ver o mundo e 45% sentiram mais motivação para traçar planos depois do contato com a literatura.

Já no Centro de Progressão Penitenciária de Hortolândia, interior de São Paulo, é conduzido o projeto de leitura e produção de resenhas literárias chamado de “Leitura Liberta”. Lá, a editora Carambaia também promoveu, assim como a Companhia das Letras, uma ação de fomento à leitura em situação de cárcere, a “Resenha Livre”.

A ação propõe que os presos dessa penitenciária leiam títulos da editora e as resenhem para que, não apenas tenham a chance de diminuir suas penas, como também tenham esses materiais veiculados no site da Carambaia (que pode ser vistos aqui).

Você conhece mais alguma iniciativa e/ou projeto que incentive a mudança dos índices de leitura no Brasil? Compartilhe conosco esta indicação nos comentários da matéria.

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