• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Literatura

‘Dora Bruder’, um romance discreto como seu autor

Romance de Patrick Modiano, Nobel de literatura de 2014, 'Dora Bruder' é obra fria e impessoal, resultando em um conjunto estranho e pouco empático.

porYuri Al'Hanati
7 de maio de 2015
em Literatura
A A
Patrick Modiano, Nobel de literatura de 2014

Patrick Modiano, Nobel de literatura de 2014. Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

Peguei Dora Bruder, o primeiro livro do prêmio Nobel de literatura de 2014, Patrick Modiano, quase com a mesma curiosidade com que o escritor se deparou com um anúncio em um jornal antigo, escrito por pais preocupados com sua filha desaparecida, Dora Bruder. Digo isso porque não havia ali um interesse maior do que aquilo: um prêmio Nobel a ser descoberto, uma adolescente desaparecida há 20 anos. O que se desdobra disso pode ser ter valor ou não, mas Modiano foi muito além da minha curiosidade por ele.

O tímido autor francês foi atrás de informações que levassem ao paradeiro de Dora Bruder, jovem judia desaparecida durante a ocupação nazista em Paris. Descobriu que seus pais eram de origem austríaca e húngara, e além disso eram judeus, um mau negócio naquela época. Quando deixaram o império austro-húngaro para se alojarem em Paris, no Boulevard Ornano, registraram a filha em um colégio interno na ânsia de conter os anseios da juventude. Foi a salvação da jovem Dora, pois na hora em que que o regime de Adolf Hitler tentou cadastrar os judeus que habitavam a cidade da luz, o pai propositalmente esqueceu de mencionar a filha que quase nunca ia para casa. A partir daí a trilha de Dora Bruder se torna difusa, e cada pista que guarde em si a promessa de mais um passo é tida como uma preciosidade no pequeno livro que leva seu nome.

Modiano é sintético e, mesmo que fale de si no livro, se distancia ao máximo do objeto pesquisado. O resultado é estranho e muito pouco empático.

Conjuntamente a essa atividade de busca, Modiano, que também é judeu e também mora em Paris, faz seus paralelos e joga com a função do tempo no peso da história. O que era ser judeu em paris na adolescência de 20 entender a sensibilidade de Dora Bruder — a quem Modiano trata como uma amiga que não chegou a conhecer –,mas, infelizmente, o romance não oferece muito mais do que isso.

Modiano falha ao dar mais emoção para o livro, que é quase tão frio e impessoal quanto um anúncio na página de classificados. A busca por mais pistas, longe de ser policialesca ou jornalística, é um relato reto que não produz outro resultado senão a indagação do leitor sobre as reais intenções do autor ao optar por aquele estilo.

Modiano é sintético e, mesmo que fale de si no livro, se distancia ao máximo do objeto pesquisado. O resultado é estranho e muito pouco empático. Ao mesmo tempo em que contribui com mais um tijolo para a construção do muro de atrocidades cometidas durante o regime nazista na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, peca ao não tentar ser mais do que isso. No fim, Dora Bruder é um livro como seu autor: discreto e apagado, cujo valor depende mais de quem lê do que do conteúdo de suas páginas.

DORA BRUDER | Patrick Modiano

Editora: Rocco;
Tradução: Márcia Cavalcanti Ribas Vieira;
Tamanho: 144 págs.;
Lançamento: Dezembro, 2014.

Compre o livro

ESCOTILHA PRECISA DE AJUDA

Que tal apoiar a Escotilha? Assine nosso financiamento coletivo. Você pode contribuir a partir de R$ 15,00 mensais. Se preferir, pode enviar uma contribuição avulsa por PIX. A chave é pix@escotilha.com.br. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: Book ReviewCrítica Literáriadora bruderHolocaustojudeuLiteraturanaziismoornanoParispatrick modianopremio nobelResenharocco

VEJA TAMBÉM

A escritora francesa Anne Pauly. Imagem:  Édition Verdier / Divulgação.
Literatura

‘Antes Que Eu Esqueça’ traz uma abordagem leve e tocante sobre o luto

30 de junho de 2025
Autora produziu um dos maiores fenômenos literários das últimas décadas. Imagem: Marcia Charnizon / Divulgação.
Literatura

Por que os leitores amam — e nem toda crítica gosta — de ‘Tudo É Rio’, de Carla Madeira

20 de junho de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Michelle Williams e Jenny Slate estão impecáveis em 'Morrendo Por Sexo'. Imagem: 20th Television / Divulgação.

‘Morrendo Por Sexo’ acerta na sua abordagem franca da sexualidade das mulheres

3 de julho de 2025
Cantora neozelandesa causou furor com capa de novo álbum. Imagem: Thistle Brown / Divulgação.

Lorde renasce em ‘Virgin’ com pop cru e sem medo da dor

3 de julho de 2025
Paul Reubens como Pee-Wee Herman. Image: HBO Films / Divulgação.

‘Pee-Wee Herman: Por Trás do Personagem’ busca justiça ao comediante Paul Reubens

2 de julho de 2025
Brad Pitt está bastante confortável em cena. Imagem: Warner Bros. / Divulgação.

‘F1: O Filme’ acelera com estilo, mas nunca sai totalmente do piloto automático

1 de julho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.