Sucessora da polonesa Olga Tokarczuk, a poetisa americana Louise Glück venceu o Prêmio Nobel de Literatura 2020. Professora de Universidade Yale, nos Estados Unidos, Glück já recebeu outros prêmios importantes como o Pulitzer e o National Book Award.
Sua obra é marcada por abordar temas como infância e vida familiar, muitas vezes dando novas leituras a mitos gregos e romanos. Nenhum de seus livros está traduzido no Brasil.
O Nobel de Literatura é concedido desde 1901. Ela é apenas a décima sexta mulher a vencer e a primeira americana laureada desde Toni Morrison, que recebeu a honraria em 1993. Com a conquista, a poetisa americana levará um prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões). Anders Olsson, presidente do comitê do prêmio, elogiou a voz “sincera e intransigente” de Louise Glück, “cheia de humor e sagacidade mordaz”. Ainda de acordo com o texto da Academia Sueca, “Glück aspira ao universal” e sua obra, permeada por influências de sua própria biografia, é “caracterizada por uma busca pela clareza (…), [com] sevedirada e indisposição para aceitar princípios simples de fé”, não devendo, no entando, “ser considerada uma poetisa confessional”.
O Nobel de Literatura é concedido desde 1901. Ela é apenas a décima sexta mulher a vencer e a primeira americana laureada desde Toni Morrison, que recebeu a honraria em 1993.
Glück traz o Nobel (novamente) à poesia e aos Estados Unidos
Glück iniciou na literatura em 1968. Escreveu 12 coletâneas de poemas, como The Wild Iris, vencedor do Pulitzer, e alguns volumes de ensaios sobre o fazer poético. O último poeta a ganhar o Nobel foi o escritor sueco Tomas Tranströmer, em 2011.
A vitória de Glück aparece como um aceno da Academia Sueca aos escritores americanos mais de uma década após Horace Engdahl, então secretário permanente, afirmar que eles eram “muito sensíveis às tendências de sua própria cultura de massa”.
Engdahl também disse, à época, que os Estados Unidos “não traduzem o suficiente”, o que não contribuiria para o país participar de um diálogo com a literatura universal.
Aos 77 anos, Louise Glück recebeu a informação de sua vitória por Olsson, que afirmou que “a mensagem foi uma surpresa, mas foi bem-vinda”. Resta a torcida para que Glück ganhe, finalmente, tradução para o português.