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Home Literatura

Ruffato: visceral e vanguardista em ‘Eles eram muitos cavalos’

'Eles eram muitos cavalos', de Luiz Ruffato, é um romance visceral e vanguardista, arriscando uma estrutura narrativa que tira o leitor da zona de conforto.

porAlejandro Mercado
5 de junho de 2015
em Literatura
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Luiz Ruffato

Imagem: Adriana Vichi.

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Luiz Ruffato é mineiro de Cataguases, filho de uma lavadeira com um pipoqueiro, jornalista e escritor. Sem dúvida, é mais fácil falar sobre o autor do que sobre sua obra. Seu primeiro romance, Eles eram muitos cavalos, de 2001 – vencedor do Troféu APCA e do Prêmio Machado de Assis do mesmo ano -, é um mosaico intrincado sobre a selva de pedra paulistana. Ruffato foi buscar em “Dos Cavalos da Inconfidência”, poema de Cecília Meireles, o título de seu livro, que joga com o leitor ao criar um enredo do qual sua percepção de mundo e paciência terão grande responsabilidade na condução da leitura.

Eles eram muitos cavalos possui estrutura não linear, sendo composto por 70 fragmentos. O que os une é que todas as narrativas ocorrem no mesmo dia e na mesma cidade: “São Paulo, 09 de maio de 2000. Terça-feira”. Desta forma, Ruffato usa de um simples cabeçalho para delimitar o espaço de ocorrência de sua obra, o que não ocorre com seu estilo narrativo ao longo das 136 páginas do livro.

O autor flutua por diferentes narrativas, literárias ou não, retratando toda a complexidade arquitetônica, estrutural e social de São Paulo. Como um coice de cavalo, Luiz Ruffato passeia pela poesia, prosa literária, textos jornalísticos, cinema e até a publicidade, escancarando a cotidianidade da capital paulista e evidenciando nosso conhecimento limitado sobre o que somos.

Luiz Ruffato passeia pela poesia, prosa literária, textos jornalísticos, cinema e até a publicidade, escancarando a cotidianidade da capital paulista e evidenciando nosso conhecimento limitado sobre o que somos.

A leitura de Eles eram muitos cavalos não é das mais simples. Ruffato não nos apresenta um protagonista, ou melhor, cria um embate dicotômico no qual o espaço urbano apresentado é protagonista e antagonista. E ela, a cidade, é responsável pelo que ocorre aos sujeitos dos fragmentos, exilados, deslocados, petrificados, quase sem alma, como se as personagens e a cidade fossem reflexos um do outro. E talvez, a ausência de um protagonista, este desencantamento com a “cidade grande”, torne a leitura do livro áspera ao leitor.

Pesa ainda o estranhamento que possa ser causado por sua classificação como romance, posto que foge aos padrões formais do gênero, aqui entre nós eternizado por Machado de Assis.

Entretanto, é necessário, como dito pela escritora Sandra Jatahy Pesavento, em sua obra O Imaginário da cidade: visões literárias do urbano (UFRGS, 1999), “pensar a literatura como uma leitura específica do urbano”. Desta maneira, Luiz Ruffato faz de sua obra uma visão abrangente de nossa condição humana, criando ramificações entre seus fragmentos, e suscitando, entre os que se arriscam na leitura, sensações como autorreconhecimento, angústia e piedade.

Eles eram muitos cavalos, mesmo não sendo de fácil digestão, é um dos melhores romances nacionais dos últimos anos, visceral e vanguardista, em especial por arriscar-se em uma estrutura narrativa que nos tira da zona de conforto.

ELES ERAM MUITOS CAVALOS | Luiz Ruffato

Editora: Companhia das Letras;
Tamanho: 136 págs.;
Lançamento: Outubro, 2013 (atual edição).

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Tags: Book ReviewCompanhia das LetrasCrítica LiteráriaEditora BoitempoEles eram muitos cavalosLiteraturaLuiz RuffatoResenha

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