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‘Simples assim’ desperdiça o talento de Angélica

Novo programa de Angélica, que celebra uma "vida simples", 'Simples assim' soa artificial e pouco criativo.

porMaura Martins
13 de outubro de 2020
em Televisão
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Novo programa de Angélica fala dos valores de uma 'vida simples'. Imagem: Divulgação.

Novo programa de Angélica fala dos valores de uma 'vida simples'. Imagem: Divulgação.

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Há um casal na televisão brasileira que configura como uma dupla de embaixadores de um suposto estilo de vida “gente do bem”: ricos, bem-nascidos, bem-relacionados, com filhos loiríssimos, desfrutadores de um lifestyle milionário digno de inveja a 99% da população brasileira. Obviamente falo aqui dos cônjuges Luciano Huck e Angélica. Ele, um presidenciável descoladão que constrói há décadas uma figura midiática capaz de se comunicar – e faturar em cima da caridade – com os pobres. Ela, uma antiga estrela da TV infantil que, como o desaparecimento dessa nas emissoras abertas, parece estar sempre em busca de um cantinho televisivo para chamar de seu.

Neste sábado, Angélica retornou à Globo com seu novo programa, chamado Simples Assim – nome bastante infeliz para a época de pandemia e que gerou uma série de comentários e memes muito antes da estreia da atração. Afinal, parece até deboche pensar que pessoas multimilionárias como Angélica e Huck fazem circular um discurso de “vida simples”, da busca da felicidade nas coisas pequenas, na rotina equilibrada, etc., frente à realidade de um país atravessado por uma crise generalizada e de uma população que pena para sobreviver com o mínimo de dignidade.

Mas, apesar das críticas, Simples assim finalmente estreou, e ele segue a mesma proposta do programa anterior de Angélica, Estrelas, em que a apresentadora adentrava na “intimidade” de pessoas famosas, numa espécie de Caras televisiva. A diferença do Estrelas e do Simples assim é que esse último se centra nas pessoas anônimas (afinal, a premissa é “vida simples”), e se configura como um cruzamento de Caras com aquela chatíssima música “Trem Bala”, ou seja, uma canção chiclete fofinha travestida de autoajuda. Além dos quadros comoventes, Simples assim traz algumas pinceladas da Angélica atriz, um de seus talentos (no episódio de estreia, ela contracena com os comediantes Luis Miranda e Welder Rodrigues).

Em suma, o problema não é Angélica. Ela, inclusive, já provou diversas vezes que é uma excelente apresentadora, capaz de interagir de improviso com grandes plateias e de cativar por seu carisma inquestionável.

Conforme esperado, os quadros do Simples assim refletem muito claramente o aspecto classe média deste tipo de atração: se centram nos valores familiares, nos casais que enfrentam o problema de morarem em cidades separadas e, em prol do politicamente correto, incluem uma dose homeopática de diversidade – apresentando, em certos momentos, homossexuais, pessoas negras, fora dos padrões estéticos. Nada muito inesperado para um casal que se pretende presidenciável, vale dizer.

O problema real de Simples assim, no fundo, parece ser a proposta pouquíssimo original do programa. Ele tem algo de Estrelas, como já disse, mas também tem algo de Tamanho Família, aquele programa chatíssimo dos domingos à tarde, com Marcio Garcia, assim como lembra Lazinho com Você, brevíssima atração com Lazaro Ramos, que por seu lado também lembra o Tá Brincando, de Otaviano Costa, que também teve só uma temporada na Globo.

O desconforto do Simples assim, portanto, não está em sua apresentadora, mas sim na mediocridade de sua sinopse – como se nada mais coubesse na TV nas tardes do fim de semana do que atrações bem inofensivas que buscam arrancar lágrimas de quem os assiste. Assim, o programa traz essa inquietação: será que os produtores de televisão não conseguem pensar em nada mais criativo para oferecer para a Globo? Um quadro dentro do programa, inclusive (em que pessoas pertencentes a minorias – um homem negro, uma mulher gorda, uma drag queen – olham para uma foto antiga e dão um conselho para seu eu do passado) é descaradamente copiado de uma dinâmica do reality show RuPaul’s Drag Race.

Em suma, o problema não é Angélica. Ela, inclusive, já provou diversas vezes que é uma excelente apresentadora, capaz de interagir de improviso com grandes plateias e de cativar por seu carisma inquestionável. No quadro “Vídeo Game”, que Angélica apresentou por dez anos dentro do Vídeo Show, ela mostrava todo o seu potencial para a comunicação de massa. O dilema, no fundo, está na incapacidade da Globo de destacar uma função melhor para a Angélica em sua grade, ou afastá-la de um papel injusto de primeira dama, ou então liberá-la para concretizar seu potencial em outra emissora.

Na sequência do Simples assim, aliás, emendou-se o Caldeirão do Huck com o apresentador mencionando o quanto tem orgulho de sua esposa. Tudo em casa, portanto.

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Tags: análise televisivaAngélicaCaldeirão do HuckCrítica TelevisivaestrelasGloboLuciano HuckRede GloboSimples AssimTelevisãoTrem-balaTV ReviewVideo Show

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