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Andra Day é a grande razão para ver ‘Estados Unidos vs. Billie Holiday’

Indicada ao Oscar de melhor atriz pelo irregular 'Estados Unidos vs. Billie Holiday', a também cantora Andra Day se entrega de corpo e alma ao papel da diva do blues, que enfrentou o governo nos Estados Unidos para ser ouvida.

porPaulo Camargo
18 de março de 2021
em Cinema
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Estados Unidos vs. Billie Holliday, de Lee Daniels

Andra Day vive uma Billie Holiday passional e política. Imagem: Divulgação.

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“Árvores do sul produzem uma fruta estranha,
Sangue nas folhas e sangue nas raízes,
Corpos negros balançando na brisa do sul,
Frutas estranhas penduradas nos álamos.”

Os versos acima, que abrem a canção “Strange Fruit”, foram escritos originalmente como um poema, intitulado “Bitter Fruit”, por Abel Meeropol, um professor judeu do Bronx, em Nova York, como um libelo contra o linchamento de dois homens negros no estado de Indiana, em 1930. Anos mais tarde, ele mesmo transformou na composição que se tornaria um dos clássicos do jazz. A música está no centro da narrativa de Estados Unidos vs. Billie Holiday!, cinebiografia da atormentada diva norte-americana que deu à estreante Andra Day o Globo de Ouro de melhor atriz (drama) e, nesta semana, uma indicação ao Oscar.

Sob a direção de Lee Daniels, do premiado Precious – Uma História de Esperança, o filme faz um recorte na vida da cantora, focando em sua insistência em interpretar “Strange Fruit” em público, na maior parte das vezes diante de plateias brancas, como uma forma de protesto contra a contínua violência sofrida pelos negros nos Estados Unidos, para desespero de quem a contrata – ela era paga para entreter o público e não para “insultá-lo”. Para o governo norte-americano, a postura de Lady Day, como Billie era chamada, representava uma ameaça à segurança nacional.

Na tentativa de coibir a rebeldia da cantora, o Departamento Federal de Narcóticos, comandado pelo implacável e notadamente racista Henry Anslinger (Garrett Hedlund, de On the Road – Na Estrada), elabora um misto de operação e armadilha para calar a voz de Billie. E fazem uso de um estratégia suja: colocam em ação o agente negro Jimmy Fletcher (Trevante Rhodes, de Moonlight – Sob o Luar), que atua incógnito se fazendo passar por um fã apaixonado. O pretexto para investigá-la e, se possível, prendê-la, era sua dependência de heroína, uma droga ilícita, mas a real intenção sempre foi silenciá-la.

Baseado no livro Chasing the Scream, de Johann Hart, o roteiro de Estados Unidos versus Billie Holiday, assinado por Suzan Lori-Parks (de Garota 6, de Spike Lee), é tão potente quanto é irregular. Construído em torno de uma entrevista concedida pela artista à época, não consegue se decidir entre ser um estudo de personagem mais intimista, subjetivo, e um filme de investigação, de viés político.

Baseado no livro Chasing the Scream, de Johann Hart, o roteiro de Estados Unidos versus Billie Holliday, assinado por Suzan Lori-Parks (de Garota 6, de Spike Lee), é tão potente quanto é irregular.

A sequência de fatos  cronológicos por vezes se torna confusa para o espectador que não conhece a biografia da cantora – o personagem do marido abusivo de Billie, James Monroe (Erk LaRay Harvey), por exemplo, entra e sai da trama sem nunca existir como um personagem tridimensional. Sua bissexualidade, citada por conta do relacionamento com a atriz Tallulah Bankhead (Natasha Lyonne, da série Russian Doll) é apenas uma nota de rodapé na trama.

A inconsistência do roteiro de Estados Unidos versus Bilie Holliday é compensada pela exuberância visual e melodramática da direção de Daniels, um cineasta que não teme carregar emocionalmente seus filmes, e, principalmente, pela interpretação estelar de Andra Day. Embora não seja parecida fisicamente com Billie, ela a incorpora, alterando até seu tom de voz tanto quando canta como nos diálogos. Em seu primeiro grande papel no cinema, se entrega de corpo e alma, emociona. Ela é a segunda a ser indicada ao Oscar de melhor atriz vivendo Lady Day no cinema – a primeira foi também cantora Diana Ross, por O Ocaso de uma Estrela (1972), cinebiografia mais convencional e linear do que a de Daniels.

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