Ousadia, petulância, despudor, visceralidade. Ao longo de toda a projeção de Birdman, essas palavras me vinham à cabeça, de forma desordenada, já que o filme não me dava muito a chance de formular reflexões completas, julgamentos mais argumentados, cerebrais. Parecia estar mais preocupado em me roubar o fôlego, em me manipular, no melhor sentido da expressão.
Como ainda estou em processo de digestão dessa experiência meio doida que me foi proporcionada por Alejandro González Iñárritu, e por Michael Keaton, que é uma espécie de inegável coautor da obra, da qual é ao mesmo tempo vetor e matéria-prima, fico por aqui. Mas agradeço a ambos por me terem sequestrado de mim, me conduzido, em seus vertiginosos planos-sequências, aos bastidores da minha percepção como espectador, me esbofeteado um tanto (inclusive como alguém que gosta de pensar na função da arte), me feito rir e levitar.
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