• Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
12 de agosto de 2022
  • Login
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Escotilha
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Crônicas
    • Helena Perdiz
    • Henrique Fendrich
    • Paulo Camargo
    • Yuri Al’Hanati
  • Colunas
    • À Margem
    • Vale um Like
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
Home Cinema & TV Central de Cinema

‘Como Nossos Pais’ traz uma profunda reflexão sobre estruturas familiares

Sob direção de Laís Bodanzky, 'Como Nossos Pais' trata sobre o papel da mulher dentro dos círculos familiares ao longo de várias gerações.

Valsui Júnior por Valsui Júnior
27 de agosto de 2017
em Central de Cinema
A A
'Como Nossos Pais' traz uma profunda reflexão sobre estruturas familiares

Imagem: Reprodução.

Compartilhe no TwitterEnvie pelo WhatsAppCompartilhe no Facebook

Depois de trabalhar sobre o tema da mulher no roteiro de Chega de Saudade (2007) e no documentário Mulheres Olímpicas (2013), Laís Bodanzky, diretora dos filmes Bicho de Sete Cabeças (2000) e As Melhores Coisas do Mundo (2010), agora trata sobre o tema do drama familiar sob perspectiva de uma personagem ainda mais profunda e complexa em Como Nossos Pais.

No novo longa da diretora, Rosa (Maria Ribeiro), aos 38 anos, é uma redatora de materiais domésticos frustrada com a sua profissão e com o desejo interno de ser dramaturga. Mãe de duas filhas, acaba se encontrando presa em conflitos dentro da sua estrutura familiar depois de uma descoberta repentina. Além disso, a relação conturbada com a sua mãe, Clarice (interpretada por Clarisse Abujamra), a faz refletir ainda mais sobre como as mulheres da sua família sempre tiveram um papel bastante limitado dentro dos círculos familiares, mesmo sendo de gerações diferentes.

Anúncio. Deslize para continuar lendo.

Um ponto muito importante do longa é que ele trata de uma opressão bastante específica. Embora a personagem Rosa tenha vivido a sua vida inteira numa família de intelectuais – sua mãe era envolvida academicamente no meio de ciências sociais, enquanto que seu pai era um eterno boêmio das artes plásticas -, a dor que ela sentia enquanto mulher dentro do relacionamento com seu parceiro ainda era a mesma que a sua mãe havia vivido décadas atrás.

“Os homens têm dezenas de amantes ao longo da vida, eu tive um só”, revela a mãe de Rosa bastante resoluta. Já o pai, em outra situação, declara bastante acertadamente sobre ter vários casamentos com mulheres que o sustentavam financeiramente: “Meu pai era assim, meu avô era assim, e vai continuar assim. Isso é hereditário, é DNA, é herança!”.

Como Nossos Pais refuta o velho conceito de que a mulher deve ser excepcional em todos os campos.

É neste ínterim que a personagem Rosa se encontra desnorteada com relação à sua própria vida e o conflito geracional que vivia com as opiniões de seus pais. Enquanto filha, Rosa poderia ter sido bastante assertiva durante toda a sua vida na relação com a mãe. Enquanto mãe, sempre tentava fazer o melhor para as suas filhas no cotidiano. Enquanto esposa, abdicava do seu tempo e de suas paixões para manter a estabilidade da família. Mas em nenhum desses campos de sua vida a protagonista se sentia realmente realizada. Havia sempre aquela ponta de vontade de fugir e se tornar verdadeiramente a mulher que sempre desejou ser: livre em suas convicções e protagonista da sua própria história enquanto dramaturga. O velho conceito de que toda a mulher deveria ser excepcional em todos os aspectos de sua vida, seja profissionalmente ou dentro de casa, se torna tão falho quanto a ideia de sua mãe, Clarice, de que mulheres deveriam ter apenas um amante ao longo da vida.

Em um determinado momento do filme, uma das filhas do pai de Rosa, Karu, passa um tempo na sua casa. Jovem e com uma mentalidade mais contemporânea, a adolescente reconhece os conflitos familiares de sua meia-irmã e recomenda que ela leia sobre relacionamentos livres. É neste instante da narrativa que existe um outro conflito de gerações: a de Rosa, filha do final dos anos 70, e de Karu, provavelmente nascida nas últimas décadas, com uma ideologia sobre relacionamentos mais crítica e problematizadora. Nesta característica, a protagonista tem bastante em comum com a sua mãe, que dizia que a transgressão, quando assumida, faz a pessoa muito melhor. No caminho de dúvidas e inseguranças sobre o que é ser mulher em sua época, Rosa acaba descobrindo novos rumos em meio a tantas incertezas.

Como Nossos Pais foi exibido na 67ª edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim e no 45º Festival de Cinema de Gramado. Com uma potência poderosa para conquistar o público, especialmente pelo reconhecimento das situações que, de tão contemporâneas, podem parecer banais, os papéis femininos na narrativa são essenciais, tanto por Maria Ribeiro como Rosa, como pela mãe interpretada Clarisse Abujamra. A tônica do filme sobre conflitos geracionais lembra bastante o Bem Amadas (2011), do francês Christophe Honoré, outro clássico contemporâneo sobre o tema.

É bastante positivo que o cinema brasileiro, principalmente de circuito mais comercial, trate sobre tópicos tão essenciais na sociedade com tanta propriedade como fez a diretora, de maneira sutil e bastante compreensível – ainda que em tempos em que, por vezes, a luta pela igualdade de gênero é tratada como um extremismo desnecessário. A música que deu nome ao filme, eternizada pela voz de Elis Regina, talvez diga muito sobre quem questiona esse tópico: “É você que ama o passado e não vê/ Que o novo sempre vem”. Sem dúvidas, Como Nossos Pais traz à tona com uma força esplendorosa o debate do papel da mulher nas estruturas familiares contemporâneas.

VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI, QUE TAL CONSIDERAR SER NOSSO APOIADOR?

Jornalismo de qualidade tem preço, mas não pode ter limitações. Diferente de outros veículos, nosso conteúdo está disponível para leitura gratuita e sem restrições. Fazemos isso porque acreditamos que a informação deva ser livre.

Para continuar a existir, Escotilha precisa do seu incentivo através de nossa campanha de financiamento via assinatura recorrente. Você pode contribuir a partir de R$ 8,00 mensais. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

Se preferir, faça uma contribuição pontual através de nosso PIX: [email protected] Você pode fazer uma contribuição de qualquer valor – uma forma rápida e simples de demonstrar seu apoio ao nosso trabalho. Impulsione o trabalho de quem impulsiona a cultura. Muito obrigado.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: BelchiorCinemaCinema BrasileiroCinema NacionalClarisse AbujamraComo Nossos Paiscrítica cinematográficacrítica de cinemaElis ReginafeminismogêneroLaís BodanzkyMaria Ribeiromulheres no cinemaPaulo Vilhenaresenha
Post Anterior

Os pequenos e sublimes formatos de Masao Yamamoto

Próximo Post

Milan Kundera: e quando a leveza apresenta-se insustentável?

Posts Relacionados

'A Batalha de Shangri-lá' discute homofobia e violência

‘A Batalha de Shangri-lá’ discute homofobia e violência

12 de agosto de 2022
O ótimo 'O Acontecimento' discute aborto e a condição feminina

O ótimo ‘O Acontecimento’ discute aborto e a condição feminina

9 de agosto de 2022

‘Agente Oculto’ é retrocesso na evolução do cinema de ação

5 de agosto de 2022

‘Diários de Otsoga’, híbrido de documentário e ficção, traz olhar subjetivo sobre a Covid-19 em Portugal

3 de agosto de 2022

Em ‘Boa Sorte, Leo Grande’, Emma Thompson se desnuda de várias formas

29 de julho de 2022

‘Memória’ propõe ao espectador uma experiência estética única

27 de julho de 2022

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

  • O primeiro episódio de WandaVision nos leva a uma sitcom da década de 1950.

    4 coisas que você precisa saber para entender ‘WandaVision’

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Tudo é rio’, de Carla Madeira, é uma obra sobre o imperdoável

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘Procura-se’ trabalha suspense a partir do desespero de casal com filha desaparecida

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Ilha’ traz personagens perturbados para elevar e manter o suspense

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
  • ‘A Casa Mágica da Gabby’: por muito mais gatinhos fofinhos e coloridos

    0 shares
    Share 0 Tweet 0
Instagram Twitter Facebook YouTube
Escotilha

  • Quem somos
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Artes Visuais
    • Mirante
    • Visualidades
  • Cinema & TV
    • Canal Zero
    • Central de Cinema
    • Espanto
    • Olhar em Série
  • Colunas
    • Cultura Crítica
    • Vale um Like
  • Crônicas
  • Literatura
    • Contracapa
    • Ponto e Vírgula
  • Música
    • Caixa Acústica
    • Prata da Casa
    • Radar
    • Vitrola
  • Teatro
    • Em Cena
    • Intersecção

© 2015-2022 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Cinema & TV
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Colunas
  • Artes Visuais
  • Crônicas
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2022 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In