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‘Top Gun: Maverick’: espetáculo cinematográfico ou exaltação ao militarismo americano?

Sem negar suas raízes, o ótimo 'Top Gun: Maverick' questiona a obediência cega e prega o desafio às rígidas e opressivas normas militares, em um elogio à rebeldia, encarnada pelo protagonista vivido por Tom Cruise.

porPaulo Camargo
31 de maio de 2022
em Cinema
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'Top Gun: Maverick': espetáculo cinematográfico ou exaltação ao militarismo americano?

Tom Cruise retorna ao papel que o catapultou ao estrelato, em 1986. Imagem: Divulgação.

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Em 1986, quando Top Gun – Ases Indomáveis foi lançado, durante a administração do presidente republicano Ronald Reagan, o filme do cineasta britânico Tony Scott (de Fome de Viver) foi visto como um elogio patriota ao militarismo.

Maior sucesso de bilheteria daquele ano, o êxito espetacular, além de catapultar a carreira de seu astro, Tom Cruise, ao estrelato, fez com que o numero de interessados em se tornar pilotos da marinha dos Estados Unidos desse um salto geométrico.

Passados 36 anos desde a estreia do longa-metragem, chegou no último fim de semana aos cinemas Top Gun – Maverick, sua aguardada sequência, que, por conta da pandemia de Covid-19, teve seu lançamento adiado por dois anos. A espera parece ter valido a pena: rendeu US$ 260 milhões ao redor do mundo em três, quatro dias de exibição, e recebeu críticas muito positivas dentro e fora dos EUA. É a melhor bilheteria de abertura de toda a carreira de Cruise.

Voltemos, então, à questão que norteia este texto: os dois filmes da franquia Top Gun são, de fato, um elogio ao militarismo, ao belicismo norte-americano? Bem, a resposta mais óbvia, e simples, é sim. Afinal, no centro das tramas está o esquadrão de pilotos de elite da Marinha norte-americana, sempre acionado para missões de elevada periculosidade, contra nações inimigas ao redor do planeta. Mas ver os filmes apenas como instrumentos de propaganda também não seria, por outro lado, uma opção redutora, simplificadora?

Não há dúvidas hoje de que o primeiro Top Gun, fruto da era Reagan, é, sim, um vistoso elogio à perícia e à ousadia dos pilotos de caça da marinha dos Estados Unidos, a idealizando, mas, também, discute outro tema essencial, ao meu ver ainda mais nevrálgico no segundo filme, a insubordinação, o desafio às rígidas e opressivas normas militares, que desconsideram o indivíduo.

E essa rebeldia é personificada, justamente, pelo protagonista dos dois longas, o piloto Maverick, uma espécie de caubói alado e solitário interpretado por Tom Cruise, que tinha 24 anos à época do lançamento do primeiro filme, e agora está prestes a completar 60, esbanjando carisma e vigor físico.

No coração de Top Gun – Maverick, está um fantasma herdado do episódio original: a trágica morte do piloto Goose (Anthony Edwards, da série E.R. – Plantão Médico), melhor amigo do protagonista, que perde a vida em um voo compartilhado com Maverick, nele deixando, além da dor da perda, uma certa culpa por ter sobrevivido.

Na trama do segundo filme, Maverick, que chegou apenas à patente de capitão, e não avançou na hierarquia militar, por sua conduta errática e indisciplinada, a despeito de todas as suas qualidades e méritos técnicos. Ele está afastado da Marinha quando é chamado, por indicação de seu antigo colega de esquadrão, e também rival, Iceman (Val Kilmer, de The Doors), agora, almirante, para treinar uma nova turma de pilotos.

Entre esses novatos, está Rooster (Miles Teller, de Whiplash – Em Busca da Perfeição), filho de Goose, que tem com Maverick algumas diferenças. O rapaz o acusa de ter sido corresponsável pela morte do pai e de frear sua carreira como piloto.

Embora Maverick não se sinta um professor, para Iceman, somente ele terá perícia e ousadia suficientes para ensinar à nova turma, que enfrentará uma missão muito perigosa, bombardeando um alvo extremamente difícil, arriscado, em um país nunca identificado.

Com sequências aéreas espetaculares, filmadas e editadas com maestria técnica, Top Gun: Maverick é descaradamente nostálgico. Da fotografia em cores quentes, alaranjadas e sensuais, muito semelhante a do primeiro longa, à trilha sonora, que se apropria de temas eletrônicos compostos para o filme de 1986, a proposta é alimentar os fãs saudosos do original.

Com sequências aéreas espetaculares, filmadas e editadas com maestria técnica, Top Gun: Maverick é descaradamente nostálgico.

Para conquistar a nova geração, os produtores (entre eles, o próprio Cruise) e o diretor, Joseph Kosinski (de Oblivion), escalaram um belo elenco de jovens pilotos, multirracial e que agora também conta com uma mulher, Natasha (Monica Barbaro). Mas, não se enganem, a franquia continua tendo a masculinidade como um de seus temas, só que agora é ela é mais problematizada.

A canção-tema “Hold My Hand”, por sua vez, é coescrita pela estrela pop Lady Gaga, uma artista assumidamente progressista, também coautora da trilha. Coube a ela criar uma música com apelo dramático suficiente para tomar o lugar de “Take My Breath Away”, vencedora do Oscar, escrita pelo italiano Giorgio Moroder e gravada pela banda Berlin.

Desobediência

Maverick retorna à ativa, sim, mas não exatamente para seguir ordens cegamente. De cara, bate de frente com o almirante Beau Cyclone Simpson (Jon Hemm, de Mad Men), que, ele sim, representa a obediência cega, inconteste, à disciplina e ao militarismo, enxergando em Maverick o caos encarnado em homem.

Esse antagonismo dá força ao filme e impulsiona o enredo, no qual há uma história de amor, até certo ponto decorativa, do personagem de Cruise com Jenny (Jennifer Connelly, de Uma Mente Brilhante).

Mais importante para o filme é Maverick, contudo, mostrar aos seus pupilos que, para saírem todos vivos e cumprirem a missão, eles de devem pensar fora da caixa, ousar, e não apenas obedecer por obedecer. Pensar coletivamente, mas também individualmente.

Nesse aspecto, o filme bate um tanto de frente quem defende a observação cega às normas. Vai na direção contrária do conformismo.

Pelo menos em meu ponto de vista, esse novo Top Gun é mais uma obra de aventura e ação sobre o mundo masculino e ajuste de contas, do que propriamente um filme de guerra, com propósitos “anti-lacração”, patrióticos e nacionalistas, como alguns preguiçosos “Ramboafetivos” de plantão andam apregoando.

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