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‘O chalé é uma ilha batida de vento e chuva’: a poesia do Marajó

‘O chalé é uma ilha batida de vento e chuva’, de Letícia Simões, trata sobre a precariedade da vida no interior do Pará em meio a tom intimista.

Valsui Júnior por Valsui Júnior
17 de junho de 2018
em Olhar de Cinema
A A
‘O chalé é uma ilha batida de vento e chuva’: a poesia do Marajó

Imagem: Divulgação.

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Dalcídio Jurandir talvez não seja um nome conhecido por muitos, mesmo aqueles mais afeitos à literatura. Nascido em 10 de janeiro de 1909 na ilha de Marajó, no Pará, o escritor já foi jornalista, revisor e até mesmo auxiliar de restaurante. Em O chalé é uma ilha batida de vento e chuva (2018), filme vencedor do Prêmio Olhares Brasil e melhor longa-metragem pelo Prêmio Looke de Distribuição da 7ª edição Olhar de Cinema, a cineasta Letícia Simões revisita um dos ofícios de Dalcídio enquanto inspetor de escolas no interior do Pará.

Mesmo contando com uma extensa literatura de pelo menos 11 obras apenas da Série Extremo-Norte, nas quais narra não apenas sobre o universo de Marajó, mas também do norte do Brasil, a realizadora foi além e se utilizou de cartas enviadas à sua esposa, Guiomarina, do período de março a julho de 1939 durante suas visitas às escolas.

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Intimista, o filme é narrado por uma voz over (feminina, diga-se de passagem) com os escritos e Dalcídio sobre o seu ofício enquanto inspetor, dos lugares que visitava, as escolas, os professores, os posseiros de terra, as crianças, seus colegas de trabalho e, um elemento sempre constante: o longo e extenso rio.

As extenuantes viagens de barco, subindo ou descendo o rio Solimões, são o principal ponto imagético do filme. Mesmo em 2018, é importante ressaltar que a cultura da viagem fluvial no norte do país ainda persiste. Assim, Letícia se utiliza de imagens contemporâneas dos mesmos trajetos narrados por Dalcídio dentro de instalações que permanecem vivas.

A poesia nasce dessa conexão entre passado e presente, da intimidade da escrita do inspetor nas cartas para a esposa, do elo em comum que os une, seu pequeno filho Alfredo que, junto a ela, estão à sua espera após a jornada de trabalho e, por fim, do trágico final que determinará o fim da jornada de Dalcídio ao final do longa.

Talvez um dos maiores triunfos do longa-metragem de Letícia é poder transpor metaforicamente e imageticamente as sensações, as decepções, as saudades e os pensamentos das cartas do escritor ao espectador de maneira sublime e extremamente delicada. Isto muito se deve, de fato, à própria escrita do protagonista, que em muito se vê a poesia nascer, mesmo da narração de gestos cotidianos, como quando se depara com a miséria de tantos indivíduos ao longo da sua jornada. Porém, nunca deixa de lembrar do filho, em momento algum.

Desse modo, seu filho Alfredo, embora não nos seja apresentado ao longo do filme, é um símbolo da potência da esperança que guia Dalcídio mesmo diante das intempéries da vida comum, da brutal exaustão do dia a dia e da desigual condição de trabalho. De fato, nenhum dos personagens é apresentado ao espectador. Suas imagens nascem da escrita – e aqui cabe ressaltar o belíssimo trabalho que fez Letícia Simões no roteiro por trazer um recorte como esse.

Sempre flertando com a poesia, em ‘O chalé é uma ilha batida de vento e chuva’ Letícia Simões acerta o passo, esplendidamente.

Conecta-se a isto também os ambientes que se vê na tela: as escolas em condições precárias, os profissionais de educação exauridos com as condições de trabalho, os trabalhadores de terra que desejam que a futura geração de suas famílias estude e saia dessa lógica perversa.

A partir disto, desta ponte construída entre 1939 e 2018, consegue-se uma mais ampla visão da problemática sistêmica (e, por que não, endêmica) do interior do Pará, que persiste mesmo geração após geração. É importante lembrar que Dalcídio foi também um militante ferrenho, especialmente contra o Estado Novo imposto por Getúlio Vargas.

No filme, no entanto, essa militância é diluída em doses poéticas. “Essa é uma terra feita de castanhas e homens cansados”, narra em determinado momento a voz over. Enquanto isso, é possível ver homens carregando peso em cais de portos, mulheres e crianças em redes nos barcos abarrotados de pessoas, o olhar distante de um homem para o rio. É certo que muito mudou nos últimos 80 anos, mas há algo que permanece igual: a poética das viagens de barco, os personagens que se encontram – e se perdem – pelo caminho, a paisagem de um horizonte quase que infinito da ilha de Marajó.

Letícia, assim como Dalcídio, é igualmente poeta. Autora de dois livros de poesia, dentre eles Pessoas de quem eu roubei frases (7 Letras, 2011), além de diretora de filme sobre a poeta Ana Cristina Cesar, Bruta aventura em versos (2011) e roteirista de Construindo Pontes (2017). Sempre flertando com a poesia, em O chalé é uma ilha batida de vento e chuva, a realizadora acerta o passo, esplendidamente.

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