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‘Mindhunter’ assusta mais pelo o que não é mostrado

Possivelmente a melhor estreia da Netflix este ano, 'Mindhunter' tenta entender a mente de diversos serial killers em uma história fascinante.

porRodrigo Lorenzi
24 de outubro de 2017
em Televisão
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'Mindhunter' assusta mais pelo o que não é mostrado

Imagem: Reprodução.

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Pode ser um pouco maçante dizer isso logo de cara, mas Mindhunter, nova série da Netflix, é uma aula de roteiro e de como contar uma história sem didatismo ou imagens expositivas. É um exercício de narrativa. E não é que não tenhamos visto enredos parecidos – Criminal Minds e Hannibal estão aí para nos lembrar disso –, mas a grande diferença da obra da Netflix é que ela reinventa um formato um tanto quanto desgastado na televisão: os chamados procedural dramas, ou dramas procedurais com um caso por semana. Dessa forma, a série se firma na força dos diálogos e das atuações enquanto diversas narrativas paralelas vão sendo desenvolvidas com o mesmo nível de importância, organicamente.

Criado por Jonathan Penhall e com direção de David Fincher (de Garota Exemplar e Zodíaco) – que também assina a produção executiva junto com Charlize Theron, entre outros –, a série é baseada na obra Mind Hunter: Inside the FBI’s Elite Serial Crime Unit e acompanha os trabalhos de agentes do FBI de uma unidade contra crimes cometidos por assassinos em série (o termo serial killer ainda não existia). No fim dos anos 70, Holden Ford (Jonathan Groff, de Glee e Looking), Bill Tench (Holt McCallany, de Golden Boy) e Wendy Carr (Anna Torv, de Fringe) começam a desenvolver técnicas e traçar perfis desses assassinos com o intuito de prever os próximos passos deles, criar um padrão e resolver os casos.

O formato da série é elegante e mostra sempre três narrativas que não necessariamente se cruzam. As primeiras cenas de todos os episódios sempre apresentam um homem se preparando para fazer alguma coisa tenebrosa, mas não vemos mais do que alguns segundos de seus movimentos; depois, acompanhamos algo que poderia ser o assassinato da semana, quando Holden e Bill tentam investigar crimes ocorridos em algumas cidades; por fim, chegamos ao cerne da série, quando os dois agentes do FBI entrevistam criminosos famosos para entender seus comportamentos e levar suas percepções para Wendy, que já desenvolve um trabalho com esses tipos de criminosos há alguns anos

Mindhunter é uma série lenta que vale a pena ser apreciada aos poucos, especialmente os episódios dirigidos por Fincher.

Sem nenhuma pressa, sem perseguições e sem mostrar uma cena de assassinato sequer, a série ganha força quando foca nas entrevistas. Tal como In Treatment, estas cenas não trazem muita ação, a não ser o peso da atuação dos atores, diálogos muito bem escritos e um mergulho na psique humana. É por isso que, mesmo sem mostrar flashbacks ou apelar para ganchos mirabolantes, Mindhunter impacta pelo tom de voz dos criminosos, a naturalidade com que eles são mostrados e como percebemos como a mente e a existência humana podem ser cruéis.

O grande destaque destas entrevistas fica por conta de Ed Kemper (Cameron Britton, excelente), responsável por começar a obsessão de Holden por serial killers. Com uma atuação milimetricamente estudada, Britton brilha todas as vezes que aparece em cena e consegue fascinar o público com sua voz doce e seu jeito educado de contar como matou tantas mulheres.

Mindhunter assusta muito mais pelo que não é mostrado. Certamente seria muito mais fácil utilizar cenas dramáticas o suficiente para chocar a audiência, mas é somente por meio da imaginação que o público consegue se colocar no lugar das vítimas e, por que não, se pôr no lugar dos próprios criminosos. E é interessante o contraste que a série faz com o sentimento do público e as reais motivações do protagonista.

Longe de estar interessado nas vítimas, Holden fica fascinado com a mente dos assassinos, a ponto de começar a tentar enxergar pelos seus próprios olhos o que estes homens viam. Ponto para a atuação de Jonathan Groff, que começa a série empático e ingênuo, para terminar a temporada tão perturbado a ponto de assustar tal como os serial killers.

Sem perder o ritmo (mesmo que esse ritmo não agrade a todos), Mindhunter é uma série lenta que vale a pena ser apreciada aos poucos, especialmente os episódios dirigidos por Fincher, que diz muita coisa em seus enquadramentos sem precisar explicar nada.

Assim como The Wire, a primeira temporada se preocupa muito mais em estabelecer um universo do que apressar os acontecimentos apenas para deixar a história eletrizante. Até pode ser considerada um filme de dez horas, como alguns pessoas andaram comentando, mas Mindhunter está pensando além de sua primeira temporada. Contando uma história longa e com potencial imenso, a série talvez seja o grande acerto da Netflix este ano e é uma séria candidata a melhor drama no ano que vem.

Tags: Anna TorvCameron BrittonDavid FincherHolt McCallanyJonathan GroffMindhuntermindhunter primeira temporadaNetflixprimeira temporadaResenhaSeriadoSérie

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