Às vezes, o tempo parece ser mais cíclico do que linear. Pessoas reaparecem em nossas vidas, temos hábitos que se repetem e relações difíceis de mudar. Mas, apenas as quebras nos fazem avançar e parar de andar em círculos. E, em parte, Love Life é sobre isso.
A série antológica de comédia romântica da HBO Max acompanha Darby Carter (Anna Kendrick) entre seus 20 e 30 anos e seus diversos relacionamentos. Love Life mostra como cada um dos encontros de Darby a aproxima da “pessoa certa” para ela, mesmo que ela ainda não saiba disso, em um estilo meio How I Met Your Mother.
A série mostra como os relacionamentos são montanhas-russas: além da adrenalina no começo, tem seus altos e baixos. Desde o início da vida adulta até atingir estabilidade em sua carreira, Darby passa por fases de estados emocionais – e evolutivos – do amor.
Love Life aborda o amor como algo um pouco impossível de compreender, mas que de sua própria maneira se faz entender. A série também quebra um pouco da narrativa de boy meets girl expondo relacionamentos tóxicos, pessoas incríveis mas com o timing errado e casos não amorosos, como a relação de Darby com a sua mãe e a melhor amiga, Sara (Zoë Chao), a qual tem o desenvolvimento de uma ótima história paralela.
Love Life aborda o amor como algo um pouco impossível de compreender, mas que de sua própria maneira se faz entender.
Mas, apesar da premissa da complexidade que envolve os relacionamentos, o seriado deixa a desejar quando se fala em profundidade. Em muitos episódios, é difícil criar conexão com os personagens e, quando ocorre a separação, não sentimos qualquer lamúria e desapegamos facilmente do “cara da vez”.
O fato de os episódios serem curtos (aproximadamente 30 minutos) não justifica as relações rasas, pois Modern Love – série antológica da Amazon Prime também sobre relacionamentos – tem o mesmo tempo por capítulo e história em que choramos e rimos com muito mais facilidade. Love Life acaba sendo uma comédia sem muita graça e romances mornos.
No fim, os melhores episódios da série da HBO Max foram aqueles que não tratam de casos amorosos, mas das relações de Darby com as pessoas sempre presentes em sua vida – incluindo ela mesma. Com lição, podemos tirar que é preciso esforço para quebrar ciclos, sejam eles comportamentais ou geracionais. E nada melhor para o amor do que entender e respeitar a si mesma.