Lançado há exatos 20 anos, Monstros S.A. foi uma das grandes apostas da Pixar para nos revelar um de seus muitos mundos incríveis e fantásticos através da tela de cinema. Agora, em 2021, um spin-off do filme, intitulado de Monstros no Trabalho, é lançado em formato seriado no streaming da Disney +.
Embora a dupla implacável Mike Wazowski e Sully Sullivan esteja presente, eles não são mais o centro dos acontecimentos. O protagonista da vez é o jovem Tylor Tuskmon, um monstro que havia sido contratado para ser assustador na empresa antes dos eventos do primeiro filme – quando a energia era gerada a partir de sustos, e não risos.
Assim que chega a Monstros S.A., Tylor descobre que sua posição não existe mais e é forçado a se contentar com um emprego na divisão MIFT (Monsters, Inc. Facilities Team ou Monstros Instaladores Fortemente Treinados, no português), mas ele quer mesmo é se tornar um cômico, nome dado aos monstros que provocam risos nas crianças, posição que era previamente ocupada pelos assustadores.
Monstros no Trabalho claramente foi feita para ativar a nostalgia.
Monstros no Trabalho é quase como uma sitcom dos personagens da animação. Logo de cara, já é possível fazer relações com diversos seriados. Mas, talvez o mais marcante seja The Office. Em um estilo mais “light” que a série de Michael Scott, Monstros no Trabalho faz o uso de personagens incompetentemente competentes, explora a rotina de trabalho da firma e possui piadas que giram em torno da formação universitária e trabalho mal remunerado.
E, embora possam ter piadas relacionadas à vida adulta, a série é engraçada para todas as faixas etárias, assim como os filmes da Pixar. Humor simples, mas bem construído. Situações propositalmente pastelonas arrancam riso fácil, mas o humor ácido também está presente em doses pequenas, o que ativa nosso lado adulto e infantil ao mesmo tempo.
Monstros no Trabalho claramente foi feita para ativar a nostalgia. O que faz com que os melhores personagens continuem sendo Mike e Sully, agora CEOs da empresa. Apesar da história não ser deles, o ritmo com Tylor demora a engrenar, enquanto com Sully e Mike parece que nos sentimos à vontade com eles e tudo flui com muito mais facilidade.
Com os acontecimentos do final da temporada, esperamos que a dupla apareça com mais frequência e que o humor continue sagaz e pertinente, como a Pixar exige.