A paixão é das coisas mais interessantes que existem. Através dela, desdobramo-nos e somos capazes de tudo. Mergulhados na profundidade desse estado, enfrentamos o mundo e suas adversidades em busca do sucesso. Para se produzir um festival de cinema, é preciso estar absolutamente atento.
São inúmeros os prazos, as dificuldades e as impossibilidades que assolam esses homens e mulheres, que decidem dedicar um período intenso de sua vida a um evento desse porte. Por isso, é possível afirmar, sem sombra de dúvida, que o 4º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba é uma obra de apaixonados.
O Olhar de Cinema encerrou na noite de ontem as atividades de sua 4ª edição, e já é possível dizer que, como nas anteriores, foi um grande sucesso. Ao longo de oito dias, foram exibidos 91 filmes, divididos em 182 sessões, em cinco salas diferentes. Duas a mais que no ano passado. As exibições ocorreram nos shoppings Crystal e Curitiba, das 14h às 21h30, com um público estimado pela produção, até o momento, de pouco mais de 18 mil pessoas. Um crescimento de 30% em relação ao ano passado.
Dentro do Olhar de Cinema ainda ocorreram masterclasses, seminários e atividade paralelas, o que dá a dimensão da grandiosidade e complexidade do evento. Segundo o produtor e curador das mostras Retrospectiva e Olhares Clássicos, William Biagiolli, “menor do que isso não dá pra ficar. Encontramos o ponto ideal de um festival. Mas é preciso ter a ideia disso como um avião.
Fomos subindo aos poucos e agora, que nos encontramos em uma altura interessante, precisamos manter a estrutura durante alguns anos para poder, a partir daí, alçar voos mais altos. Os primeiros três anos representam um ciclo de ideias e o conceito do festival. A partir desse ano, é possível dar início a um novo ciclo de novas possibilidades e expectativas”.
O mesmo entusiasmo é visto nas palavras de Antônio Junior, diretor artístico do festival. “Ano a ano existe sim uma ansiedade imensa sobre como será o festival. E essa ansiedade passa rapidamente, pois, mesmo com todas as dificuldades, as coisas têm saído certinhas. Esse ano especificamente foi histórico, demos um grande passo em relação à conquista do festival ideal. No entanto, precisamos ter em mente que o futuro é sempre uma busca, é preciso conseguir se superar e surpreender sempre com a nova edição”.
‘Esse ano especificamente foi histórico, demos um grande passo em relação à conquista do festival ideal’, afirma Antônio Junior.
O momento de alegria da produção é compreensível. O Olhar de Cinema consolida-se, com todo o mérito, entre os grandes festivais de cinema do país. A prova disso, além do crescimento de público, é a confiança dos diretores e produtores em relação ao evento. “Consolidou-se grande diante dos realizadores. As pessoas confiam em trazer seus filmes. Isso eu acho fantástico. Já a consolidação com o público eu acredito que seja uma luta anual, até mesmo diária; por isso a gente faz questão de dar e cobrar o máximo, sempre”, ressalta Biagioli.
As projeções futuras de um festival de maior sucesso são as melhores possíveis, no entanto, é preciso lembrar que não existem facilidades quando tratamos de arte em nosso país. Apesar da certeza do trabalho bem feito, a produção sabe que não é momento de esmorecer. “É uma loucura falar no festival do ano que vem, como sempre. O que acontece é que nem todo o incentivo vem através de editais, e nem temos a certeza desses incentivos envolvidos no processo. Por não haver contrato extenso, não existe a certeza de que os patrocinadores estarão com a gente no ano que vem. Nunca conseguimos fechar o mesmo patrocínio por dois anos, por exemplo. Vivemos no risco e sempre tiramos do nosso bolso o capital inicial para começar os trabalhos”, pondera Junior.
Hoje, 18, às 20h, acontece a premiação e cerimônia de encerramento do Olhar de Cinema no Teatro Paiol. Serão distribuídos ao todo 11 prêmios, sendo nove oferecidos pelo próprio festival e dois por parceiros. De cá, temos a impressão que saímos de Curitiba todos com um troféu nas mãos, já que presenciamos e vivenciamos dias em que o cinema foi o grande protagonista. A entrada para a cerimônia é gratuita. Os ingressos podem ser retirados no Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/nº) com 1h de antecedência. Já tem seus favoritos?
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