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‘Amantes Eternos’ crava os dentes na alma

Sublime, 'Amantes Eternos', novo longa-metragem de Jim Jarmusch, conta a história de amor, e sobrevivência, de um casal de vampiros contemporâneos.

porPaulo Camargo
19 de agosto de 2014
em Cinema
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Amantes Eternos

Cena de 'Amantes Eternos'. Imagem: Reprodução.

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Há certa poesia no fato de os protagonistas de Amantes Eternos, novo filme do cineasta norte-americano Jim Jarmusch, se chamarem Adam e Eve, Adão e Eva. O título original do longa, menos definitivo do que seu equivalente em português, também verte lirismo: Only Lovers Left Alive. Algo como o último casal verdadeiramente apaixonado sobrevivente na Terra. Ainda que, tecnicamente, eles sejam vampiros. Mortos-vivos para quem, no linguajar muito peculiar dos dois personagens, os “zumbis” sejamos nós, mortais, que ainda temos o coração a pulsar por meios naturais, mas sempre à espera da finitude inevitável.

Jarmusch é um dos expoentes do cinema americano independente dos anos 1980, dono de uma filmografia de peso, com longas que vão de Estranhos no Paraíso (1984) a Flores Partidas (2005), ambos laureados no Festival de Cannes. O primeiro, com o troféu Caméra d’Or, destinado a obras de estreantes, e o segundo, vencedor do Grande Prêmio do Júri.

Em comum, os títulos de sua obra, que inclui filmes importantes, como Daunbailó (1986) e Homem Morto (1995), existe, entre outros traços, o paladar por personagens limítrofes, à deriva em um mundo onde vagam sem encontrar lugar de descanso. E quase sempre empreendendo jornadas notívagas, quando parecem se sentir mais protegidos pelos males representados por uma mais solar “vida normal”.

Puro Jarmusch

Amantes Eternos, apesar de parecer uma incursão surpreendente pelo universo do sobrenatural, é um exemplar castiço do cinema de Jarmusch.

Nesse aspecto, Amantes Eternos, apesar de parecer uma incursão surpreendente pelo universo do sobrenatural, é um exemplar castiço do cinema de Jarmusch. Soturno, introspectivo, mas também com forte diálogo com a cultura pop. Esse viés torna-se mais evidente na figura de Adam (Tom Hiddleston, o Loki de Os Vingadores), um compositor solitário que vive em Detroit, onde coleciona guitarras e compõe canções climáticas para um seleto número de fãs, seduzidos pela aura de mistério em torno tanto de seu trabalho quanto da vida reclusa que ele leva.

Eve (a grande Tilda Swinton) é uma figura de perfil mais existencialista. Vive em Tangier, no Marrocos, onde é capaz de ler, com as pontas dos dedos, dezenas de livros por dia e mantém um ritual: tomar “café” com Christopher Marlowe (John Hurt, de O Homem Elefante), dramaturgo, poeta e tradutor inglês, que viveu no Período Elizabetano, para depois submergir em sua existência vampiresca através dos séculos.

Apesar de habitarem continentes diferentes, Adam e Eve se amam há muito tempo e, quando distantes, conversam diariamente por Skype – um dos muitos elementos de contemporaneidade que rasgam o clima algo retrô do filme. Outro rastro de modernidade ainda mais significativo é a opção do casal por não mais atacar suas vítimas, e sobreviver graças a intrincadas estratégias de tráfico de sangue humano, sem que tenham de fincar os dentes em ninguém.

Amantes Eternos, ainda que não tenha sido essa a intenção de Jarmusch, parece ser uma resposta do século 21 ao hoje clássico vampiresco Fome de Viver (1983), de Tony Scott, estrelado por Catherine Deneuve e David Bowie, e um antídoto contra toda a baboseira da Saga Crepúsculo. Não chega a se encaixar no gênero terror, embora tenha uma incrível atmosfera de mistério e tensão que o permeia do início ao fim. É etéreo, romântico e morde o espectador na jugular, o entorpecendo aos poucos, para, por fim, cravar os dentes na alma.

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