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‘Conquistar, Amar e Viver Intensamente’ discute com brilho os afetos

'Conquistar, Amar e Viver Intensamente' é retrato sensível dos relacionamentos amorosos, familiares e de amizade, no auge da epidemia da Aids.

porPaulo Camargo
14 de março de 2019
em Cinema
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'Conquistar, Amar e Viver Intensamente': amor nos tempos da Aids. Imagem: Divulgação.

'Conquistar, Amar e Viver Intensamente': amor nos tempos da Aids. Imagem: Divulgação.

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O cineasta francês Christophe Honoré, diretor de Em Paris e Canções de Amor, é um legítimo herdeiro da Nouvelle Vague tanto do ponto de vista estético quanto dramático. Seus personagens encarnam o existencialismo: não perseguem finais felizes, apenas vivem. Optam pelo aqui e agora em narrativas fluidas, naturalistas, que evitam o melodrama, embora por vezes sejam de partir o coração. Conquistar, Amar e Viver Intensamente, seu mais recente longa-metragem, tem como personagem central Jacques Tondelli (Pierre Deladonchamps), um escritor famoso mas em crise, tanto criativa quanto emocional, que atropela, como uma locomotiva, a vida do estudante Arthur Pringent (Vincent Lacoste), que tenta compreender a própria sexualidade por meio da experimentações aparentemente aleatórias. Mas nada é por acaso no filme.

Honoré, como em todos seus filmes, coloca em cena personagens que têm muito a falar, e são, de fato, verborrágicos. Sentimentos intensos os movem, e precisam, sobretudo, expressá-los por meio da palavra, de diálogos que se alongam de forma quase incômoda, na melhor tradição da Nouvelle Vague. Entre um momento e outro de intimidade, falam sobre literatura, poesia, cinema, teatro, música. Arte, enfim, que para o diretor é indissociável da existência, porque esse é o universo por onde ele e sua filmografia transitam. Em Conquistar, Amar e Viver Intensamente, Arthur vai a Paris em busca de Jacques, que dele se esconde para protegê-lo de algo terrível. Na capital francesa, o jovem visita o túmulo de François Truffaut (um dos heróis de Honoré), visita exposições, mergulha na cultura que a cidade tem a oferecer.

O encontro improvável entre o cosmopolita Jacques, um homem maduro e cético, e o bretão Arthur, pouco mais do que um adolescente, um jovem cheio de perspectivas, é sublime, por um lado, mas devastador, por outro. Vivem com intensidade os momentos que compartilham, mas uma sombra se lança sobre eles: a trama se passa no auge da epidemia da Aids, na virada dos anos 1990.

Honoré, como em todos seus filmes, coloca em cena personagens que têm muito a falar, e são, de fato, verborrágicos.

Conquistar, Amar e Viver Intensamente não é (somente) um filme a respeito da doença, mas, sim, do impacto sobre a possibilidade da finitude sobre a existência. Jacques perde um ex-amor e sabe que seus dias estão, talvez, contados – a aproximação de Arthur pode significar uma esperança, mas também uma ameaça. A felicidade que esse encontro pode representar o faz querer fugir, e isso é profundamente comovente, perturbador até. Honoré sabe criar essa dicotomia em seus filmes como poucos diretores. Pierre Deladonchamps brilha como o desesperançoso Jacques, mas a luz do filme é Vincent Lacoste: Arthur é um personagem solar, que representa, ao mesmo tempo, inquietude e descoberta de um naco de felicidade, ainda que efêmero.

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Tags: AIDSAmar e Viver IntensamenteChristophe HonoréConquistarCrítica CinematográficaexistencialismoPierre DeladonchampsVincent Lacoste

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