• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Cinema

‘O Contador’ frustra ao “brincar” com o autismo

'O Contador', de Gavin O’Connor, traz um Ben Affleck pouco expressivo no papel-título, um autista transformado em gênio da matemática e máquina de matar.

porPaulo Camargo
20 de outubro de 2016
em Cinema
A A
'O Contador' frustra ao "brincar" com o autismo

Imagem: Reprodução.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

O argumento do thriller O Contador, que chega hoje aos cinemas brasileiros após liderar as bilheterias norte-americanas no último fim de semana, soa bastante promissor. Christian Wolff (Ben Affleck, na fase adulta) é um autista que, por conta de sua grande habilidade com números e cálculos, consegue se estabelecer administrando um bem-sucedido escritório de contabilidade em um subúrbio da Grande Chicago. Mas essa é apenas uma das atividades que ele desempenha.

No filme de Gavin O’Connor (do competente Guerreiro), Christian é apresentado, ainda na infância, como um menino que, além do autismo, tem de lidar com um pai militar extremamente autoritário, que se recusa a ouvir a esposa e aceitar as limitações do filho, e tentar inseri-lo por vias pacíficas. Em vez de optar por um tratamento humanizado, ele transforma Chris em uma espécie de “máquina de guerra”, exímio atirador e também hábil em artes marciais.

Esses “talentos”, desenvolvidos sob a coação paterna, são utilizados nos trabalhos paralelos, e pouco ortodoxos, desempenhados por ele em sua vida dupla: os serviços que ele presta exigem bem mais do que matemática financeira.

A premissa de O Contador, como se vê, é potencialmente instigante e, caso O’Connor tivesse nas mãos um roteiro que se concentrasse mais na complexidade do protagonista, teria resultado em um filme mais denso, que discutisse com mais profundidade o autismo. Mas o transtorno é apenas um artifício. As limitações dramáticas de Affleck, bem melhor como diretor do que como ator, tornam Wolff um personagem raso, sem tridimensionalidade, quase uma caricatura. Parece fingir.

A premissa de O Contador, como se vê, é potencialmente instigante e, caso O’Connor tivesse nas mãos um roteiro que se concentrasse mais na complexidade do protagonista, teria resultado em um filme mais denso, que discutisse com mais profundidade o autismo.

Há momentos interessantes, como seu envolvimento com a colega de trabalho Dana (Anna Kendrick, de Amor nas Alturas), uma jovem inteligente, sensível, que consegue alcançar sua humanidade, ultrapassando a barreira da incomunicabilidade peculiar aos autistas. Mas esse é pouco mais de um detalhe numa trama em que a violência dá o tom como forma de resolução de conflitos, que seriam, em princípio, mais de ordem dramática e psicológica. Sobram tiros e pancadaria. Falta, principalmente, sutileza.

O filme desperdiça atores excepcionais como John Lithgow (O Amor É Estranho) e J. K. Simmons (vencedor do Oscar de coadjuvante por Whiplash: Em Busca da Perfeição) em papéis coadjuvantes, embora relevantes para a trama. Eles aparecem pouco, seus personagens são mal acabados, e poderiam estar por mais tempo em cena.

O’Connor se firma, com o êxito comercial de O Contador, no time de bons diretores de tramas de ação, mas a artificialidade de algumas reviravoltas no enredo e de momentos pretensamente dramáticos impedem que ele vá muito além disso. Entrega um filme frustrante.

ESCOTILHA PRECISA DE AJUDA

Que tal apoiar a Escotilha? Assine nosso financiamento coletivo. Você pode contribuir a partir de R$ 15,00 mensais. Se preferir, pode enviar uma contribuição avulsa por PIX. A chave é pix@escotilha.com.br. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: autismoBen AffleckCinemaCrítica de CinemaGavin O'ConnorJ.K. SimmonsJohn LithgowO Contadorthriller

VEJA TAMBÉM

Rob Lowe e Andrew McCarthy, membros do "Brat Pack". Imagem: ABC Studios / Divulgação.
Cinema

‘Brats’ é uma deliciosa homenagem aos filmes adolescentes dos anos 1980

29 de maio de 2025
Espaço antigo da Cinemateca de Curitiba, hoje Casa da Memória. Imagem: Marcos Campos / Acervo Casa da Memória / DPC / FCC / Reprodução.
Cinema

A Cinemateca de Curitiba e os filmes que nunca terminam

28 de maio de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

Calçadão de Copacabana. Imagem: Sebastião Marinho / Agência O Globo / Reprodução.

Rastros de tempo e mar

30 de maio de 2025
Banda carioca completou um ano de atividade recentemente. Imagem: Divulgação.

Partido da Classe Perigosa: um grupo essencialmente contra-hegemônico

29 de maio de 2025
Chico Buarque usa suas memórias para construir obra. Imagem: Fe Pinheiro / Divulgação.

‘Bambino a Roma’: entre memória e ficção, o menino de Roma

29 de maio de 2025
Rob Lowe e Andrew McCarthy, membros do "Brat Pack". Imagem: ABC Studios / Divulgação.

‘Brats’ é uma deliciosa homenagem aos filmes adolescentes dos anos 1980

29 de maio de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.