• Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
Escotilha
Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
Escotilha
Home Cinema

Crítica: ‘Gastronomia Urbana’ faz do pão metáfora para crítica social – Olhar de Cinema

Único longa-metragem da Mirada Paranaense, 'Gastronomia Urbana', do diretor Ricardo E. Machado, é um desconforto necessário no cinema documental brasileiro.

porAlejandro Mercado
12 de junho de 2015
em Cinema
A A
'Gastronomia Urbana' faz do pão metáfora para crítica social

Imagem: Divulgação.

Envie pelo WhatsAppCompartilhe no LinkedInCompartilhe no FacebookCompartilhe no Twitter

banner-patrocinio

Foram mais de 10 anos concebendo o filme que, ontem, iniciou a Mirada Paranaense do 4º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Ricardo E. Machado, diretor do longa, emprestou de uma teoria por ele criada, a da fabricação do pão, para nos oferecer um dos melhores documentários nacionais dos últimos anos. Farinha, fermento, açúcar, sal, gordura, ovos e água. Os mesmos ingredientes da fabricação do pão e das cidades, como disse o próprio diretor no posterior debate, escondem a metáfora de nossa relação com a cidade e seus personagens.

A farinha são as pessoas; o fermento, a indústria; o açúcar, o dinheiro; o sal, o governo; a gordura, a limpeza pública; os ovos, o turismo; e a água, o transporte. Nesta construção metafórica, o sal age controlando o acesso do açúcar ao fermento. A gordura é o que deixa o pão cheiroso, enquanto os ovos o deixam mais bonito. A água? Esta une todos os elementos. E é com esta ideia nas entrelinhas que Gastronomia Urbana apresenta constastes do cotidiano curitibano, criando uma narrativa que deixa a pergunta: quem é o verdadeiro personagem de seu documentário?

Com direção de arte e fotografia primorosas, Gastronomia Urbana flerta com a psicodelia. O competente trabalho do diretor e sua equipe de edição adapta a “realidade” das participações. Desta forma, ele se apropria do discurso dos personagens documentados para dar voz à sua própria perspectiva sobre a cidade. Mas não se engane, somos parte desta crítica.

Ele se apropria do discurso dos personagens documentados para dar voz à sua própria perspectiva sobre a cidade. Mas não se engane, somos parte desta crítica.

E é daí que saí a resposta a pergunta feita acima. Diferente do que possa parecer, somos nós, espectadores, o personagem central do filme de Ricardo E. Machado. O choque que a construção cirúrgica de sua obra – segundo o próprio, inacabada – causa reside no riso desprendido pelo público. Ao escancarar as mazelas escondidas pelas ruas de Curitiba, as diferenças culturais e sociais, ela (risada) também evidencia a cegueira e as limitações de nosso conhecimento sobre o próximo.

Não que apenas o riso seja um atestado de culpa (a participação do ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca, é digna de memes), mas ele é demonstração clara, e até certo ponto cruel, do que jogamos para debaixo do tapete. Como sair da catarse criada a partir da percepção de nossa cegueira, e mais, como mudar e reconstruir a cidade, partindo de um ponto de vista mais humano e acolhedor? Assim como a obra do diretor se mostra em constante criação (e adaptação), o mesmo pode se dizer sobre a resposta à pergunta anterior.

ESCOTILHA PRECISA DE AJUDA

Que tal apoiar a Escotilha? Assine nosso financiamento coletivo. Você pode contribuir a partir de R$ 15,00 mensais. Se preferir, pode enviar uma contribuição avulsa por PIX. A chave é pix@escotilha.com.br. Toda contribuição, grande ou pequena, potencializa e ajuda a manter nosso jornalismo.

CLIQUE AQUI E APOIE

Tags: CinemaCuritibaFestival Internacional de CuritibaGastronomia UrbanaMirada ParanaenseOlhar de CinemaRicardo E. Machado

VEJA TAMBÉM

Roteiro de Joseph Minion foi sua tese na universidade. Imagem: The Geffen Company / Divulgação.
Cinema

‘Depois de Horas’: o filme “estranho” na filmografia de Martin Scorsese

8 de julho de 2025
Documentário é mais uma produção de 2025 a abordar a história da cantora. Imagem: Biônica Filmes / Divulgação.
Cinema

‘Ritas’ é autorretrato caleidoscópico de uma artista indomável

7 de julho de 2025
Please login to join discussion

FIQUE POR DENTRO

'O Amigo' foi o primeiro romance de Sigrid Nunez publicado no Brasil. Imagem: Marion Ettlinger / Divulgação.

Em ‘O Amigo’, Sigrid Nunez conecta as dores do luto e do fazer literário

10 de julho de 2025
Michael Cunningham tornou a publicar após anos sem novos livros. Imagem: Richard Phibbs / Reprodução.

Michael Cunningham e a beleza do que sobra

8 de julho de 2025
Roteiro de Joseph Minion foi sua tese na universidade. Imagem: The Geffen Company / Divulgação.

‘Depois de Horas’: o filme “estranho” na filmografia de Martin Scorsese

8 de julho de 2025
O escritor estadunidense Kurt Vonnegut. Imagem: Matthias Rietschel / AP Photo / Reprodução.

‘Um Homem Sem Pátria’: o provocador livro de memórias de Kurt Vonnegut

7 de julho de 2025
Instagram Twitter Facebook YouTube TikTok
Escotilha

  • Sobre
  • Apoie
  • Política de Privacidade
  • Contato
  • Agenda
  • Artes Visuais
  • Colunas
  • Cinema
  • Entrevistas
  • Literatura
  • Crônicas
  • Música
  • Teatro
  • Política
  • Reportagem
  • Televisão

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.

Sem Resultados
Veja Todos Resultados
  • Reportagem
  • Política
  • Cinema
  • Televisão
  • Literatura
  • Música
  • Teatro
  • Artes Visuais
  • Sobre a Escotilha
  • Contato

© 2015-2023 Escotilha - Cultura, diálogo e informação.