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‘Hebe: A Estrela do Brasil’: a Hebe Camargo de Carolina Kotscho

Roteirista de 'Hebe: A Estrela do Brasil' transforma filme em concentração de pautas progressistas, o que soa falso no retrato da apresentadora.

porTiago Bubniak
8 de outubro de 2019
em Cinema
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Hebe: A Estrela do Brasil, de Maurício Farias

Recorte da história mostra passagem de Hebe (Andréa Beltrão) da Rede Bandeirantes para o SBT. Imagem: Divulgação.

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É imenso o universo de escolhas pelo qual passeia quem vai contar uma história. Isso vale para aquela conversa no dia a dia, o jornalismo, a literatura, o entretenimento infantil. E para o cinema. Sobretudo as biografias. Sempre que alguém vai contar uma história, escolhe o recorte de tempo e espaço, escolhe a imensa quantidade (ou não) de detalhes que farão parte do seu ato de narrar. No caso do filme Hebe: A Estrela do Brasil (2019), dirigido por Maurício Farias, o recorte da biografia dessa importante personagem da história da TV brasileira acontece nos 1980, quando Hebe Camargo completou 40 anos de carreira e vivenciou a passagem da Rede Bandeirantes para o SBT.

Essa foi a escolha de diretor e roteirista. Portanto, não espere uma cinebiografia que vai do nascimento da apresentadora, em 8 de março de 1929, em Taubaté, até seus últimos dias em São Paulo, quando morreu em 29 de setembro de 2012, aos 83 anos. Além desse recorte específico, o roteiro de Carolina Kotscho transforma Hebe em uma espécie de “heroína contra a censura” no período que marca a redemocratização do país, logo após o fim da ditadura militar. Já no início do filme é possível ver a apresentadora em uma espécie de “greve contra a censura”, quando se tranca em seu camarim e não aparece para comandar uma edição dos seus programas que já está no ar, ao vivo. O motivo desse protesto, segundo o roteiro, é o fato de ela não poder falar tudo o que queria do modo como queria.

Um dos elementos que mais chama a atenção, mais do que a interpretação de Andréa Beltrão como a protagonista ou a direção do marido de Andréa, Maurício Farias, é mesmo o roteiro de Carolina Kotscho. Ele tece um panorama da vida da apresentadora que parece descolado da realidade, transformando-a em uma mulher muito mais combatente do que foi.

Existe uma profusão de pautas político-sociais que pontilham o roteiro, condensadas em pequenos intervalos de minutos.

Não que Hebe Camargo não tenha se posicionado em defesa de minorias e isso tudo seja digno de admiração e respeito. O roteiro, no entanto, parece exagerar nesse enfoque, destacando uma face da protagonista que ultrapassa o que se conhece dela. É como se todas as suas defesas progressistas fossem concentradas em menos de duas horas de exibição, o que soa forçado. Existe uma profusão de pautas político-sociais que pontilham o roteiro, condensadas em pequenos intervalos de minutos. Além da já comentada luta contra a censura, existe uma Hebe que critica a inflação e a fome; que luta pelos direitos dos homossexuais e transexuais; que prega a disseminação de informação sobre a AIDS. E que, na esfera privada, mostra-se forte contra a violência sofrida no relacionamento com seu segundo marido, Lélio Ravagnani (Marco Ricca).

Essa coletânea de pautas libertárias leva a protagonista a expor, diante das câmeras, ao vivo: “A Hebe não é de direita, a Hebe não é de esquerda, a Hebe é direta”. Respeitando-se qualquer contexto de criação ou de História, difícil não interpretar essa fala como alfinetada do filme à polarização que tomou conta do país nos últimos anos.

Por outro lado, a irreverência, a autenticidade e a alegria que marcaram a protagonista estão muito presentes na caracterização feita com respeito por Andréa Beltrão. Um dos momentos mais espirituosos do roteiro retrata a espontaneidade da apresentadora ao ver a construção cenográfica que marcaria sua estreia no SBT. Enquanto o idealizador caracteriza seu cenário como “futurista monocromático”, Hebe denomina o ambiente de “frigorífico”, em razão da predominância da cor branca.

A direção de arte é digna de atenção, com a reconstituição dos cenários, adereços e figurinos dos anos 1980. O enfoque da AIDS, trazida à discussão pelo personagem Carlucho (Ivo Müller), que foi cabeleireiro de Hebe por quase 15 anos, lembra cenas de Clube de Compras Dallas (2013).

Hebe: A Estrela do Brasil pode frustrar aqueles que esperavam uma cinebiografia clássica, daquelas que começam com a infância e seguem até os últimos dias do personagem principal. O filme, também, peca pela concentração de ações progressistas da protagonista de modo a soar como algo forçado. No entanto, entra para a história como uma tentativa de homenagear essa mulher que atuou por mais de 60 anos na TV brasileira.

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Tags: Andréa BeltrãoCarolina KotschoCinemaCinema BrasileiroCríticaCrítica CinematográficaCrítica de CinemaHebe CamargoHebe: A Estrela do BrasilMarco RiccaMaurício FariasResenhaReview

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