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‘O Homem Que Vendeu Sua Pele’ discute a objetificação do ser humano

O drama tunisiano 'O Homem Que Vendeu Sua Pele', de Kaouther Ben Hania, indicado ao Oscar de melhor filme internacional, é fábula cautelar sobre arte contemporânea e a crise dos refugiados.

porPaulo Camargo
22 de abril de 2021
em Cinema
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O Homem que Vendeu Sua Pele, de Kaouther Ben Hania

Yahya Mahayni, venceu o prêmio de melhor ator no Festival de Cinema de Veneza em 2020. Imagem: Divulgação.

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O Homem Que Vendeu Sua Pele, filme do cineasta tunisiano Kaouther Ben Hania, vai à fronteira entre a sátira e o drama, para tratar de um tema complexo, urgente: a situação dos refugiados sírios na Europa, crise humanitária de dimensões gigantescas.

Em seu longa-metragem, indicado neste ano ao Oscar de melhor filme internacional, Ben Hania parte de um capítulo insólito da história recente da arte contemporânea: o caso verídico do artista belga Wim Delvoye que tatuou as costas de um homem, e vendeu seu trabalho como obra de arte.

A idéia de transformar a pele de uma pessoa em tela é essencial ao filme, espécie de fábula cautelar sobre a exploração e transformação em mercadoria de indivíduos em estado de vulnerabilidade. Mas o cineasta vai mais longe ao fazer de seu protagonista um refugiado, aumentando, assim a voltagem política da história.

Sam Ali (Yahya Mahayni, melhor ator no Festival de Cinema de Veneza em 2020) é encarcerado após declarar seu amor for Abeer (Dea Liane) em um trem na Síria. Após buscar exílio em Beirute, no Líbano, o protagonista conhece um artista visual reconhecido internacionalmente, Jeffrey Godefroi (Koen De Bouw), que lhe faz uma proposta algo indecente.

Godefroi oferece a Sam dinheiro e acesso legal à Europa em troca de sua participação em um projeto audacioso: permitir que o artista tatue nas costas do sírio em troca de um visto Schengen, que permite livre acesso a todos os países da União Europeia. Ao aceitar o trato, Sam seria exibido, como se fosse um quadro, em vários museus. A negociação é mediada pela assistente fria e calculista do artista, uma personagem assustadora – e, talvez desnecessária, vivida pela estrela italiana Monica Bellucci.

O Homem Que Vendeu Sua Pele traz uma visão bastante sombria do mundo das artes, retratado como uma fogueira de vaidades por vezes indiferente ao custo humano de seus devaneios criativos.

Feito o trato, Sam parte para a Europa e tentar manter em contato com Abeer, agora refém de um casamento por conveniência com um diplomata sírio em Bruxelas. Esse romance mal-resolvido é a principal razão pela qual Sam se submete ao artista: ele tem a esperança de ser feliz ao lado da mulher que ama.

A jornada de Sam, transformado em obra de arte/mercadoria, é errática. Abeer, apesar de amá-lo, teme uma reaproximação e ele se descobre em outro tipo de prisão: sua rotina solitária se limita ao quarto de um hotel luxuoso e o museu onde é exibido. Para piorar tudo, em pouco tempo, ele se torna alvo de uma forte campanha desencadeada por organizações de defesa de refugiados, que consideram degradante sua objetificação, um insulto à dignidade do povo sírio.

Fazendo lembrar o filme sueco The Square – A Arte da Discórdia (2017), vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes e também indicado ao Oscar, O Homem Que Vendeu Sua Pele traz uma visão bastante sombria do mundo das artes, retratado como uma fogueira de vaidades por vezes indiferente ao custo humano de seus devaneios criativos. É também uma potente fábula sobre a precariedade da vida dos imigrantes e refugiados, apesar de, em alguns momentos, resvalar em excessos melodramáticos, que impactam num primeiro momento, mas lhe tiram um pouco de seu vigor.

A atuação de Mahayni no papel principal é um ponto alto do longa, dando-lhe complexidade dramática, e um bem-vindo tom irônico à trama, belamente filmada. O desfecho, que vem com uma inesperada reviravolta de roteiro, é eficiente, deve fazer vibrar o público médio, mas talvez seja um pouco inverossímil demais.

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